O Ministério da Saúde da Palestina, controlado pelo Hamas, informou nesta quinta-feira (31) que 111 palestinos morreram nas últimas 24 horas após novos ataques de Israel na Faixa de Gaza. Do total de vítimas, 91 pessoas estavam em busca de ajuda humanitária no momento em que foram atingidas.
Ainda segundo o comunicado, 820 palestinos ficaram feridos nas últimas ofensivas israelenses. O ministério também alertou para o alto número de vítimas ainda sob os escombros e em vias públicas.
“Ainda há vítimas sob os escombros e nas ruas, e as equipes de resgate e defesa civil não conseguem alcançá-las até o momento”, afirmou o órgão.
Cenário de fome e negociações
As ofensivas de Israel têm como principal objetivo atingir alvos do grupo Hamas, que controla a região de Gaza. No entanto, a crise humanitária se agrava a cada dia, com relatos crescentes de fome, desnutrição severa e dificuldades para o acesso a ajuda humanitária.
De acordo com o Ministério da Saúde palestino, mais de 100 pessoas já morreram de fome desde o início da guerra, em outubro de 2023. A situação se tornou especialmente crítica nas últimas semanas, com mais de 400 mil pessoas enfrentando desnutrição severa. Segundo dados recentes, pelo menos 151 pessoas morreram por inanição, entre elas 89 crianças.
A entrada de ajuda humanitária permanece extremamente limitada, segundo alertas da Organização das Nações Unidas (ONU), o que aumenta a pressão internacional sobre Israel e seus aliados.
Balanço da guerra
Desde o início da ofensiva israelense, em 7 de outubro de 2023, o Ministério da Saúde da Palestina contabiliza 60.249 mortos e 147.089 feridos na Faixa de Gaza. Apenas desde o fim do cessar-fogo em 18 de março de 2025, mais de 7.200 palestinos foram mortos, segundo as autoridades locais.
Pressão internacional e pausas humanitárias
Em meio à escalada da violência, as negociações por um novo cessar-fogo continuam. Nesta quinta-feira (31), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, se reuniu em Jerusalém com o enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, para discutir alternativas para conter a crise.
Também nesta quinta, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, publicou em sua rede Truth Social:
“A maneira mais rápida de acabar com a crise humanitária em Gaza é o Hamas se render e libertar os reféns!!!”
Enquanto isso, Israel anunciou no último domingo (27) que passaria a realizar “pausas humanitárias” diárias de dez horas em três regiões de Gaza, com o objetivo de permitir o envio de suprimentos pelas Nações Unidas. Segundo o exército israelense, as interrupções ocorrerão das 10h às 20h (horário local), “até novo aviso”.
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