Manifestantes fecharam a avenida Brasil, sentido bairro, na noite desta quinta-feira (30), em protesto pela morte de João Paulo Maciel, 19 anos. O jovem morreu durante uma ação policial no beco Arthur Virgílio, no bairro Vila da Prata, Zona Oeste de Manaus, na noite de terça-feira (28).
O bloqueio da via causou um congestionamento quilométrico na região, deixando o trânsito completamente parado por longos períodos. Motoristas enfrentaram lentidão e tiveram de buscar rotas alternativas.

Policiais relatam troca de tiros
Segundo a Rocam, a equipe foi acionada após denúncia anônima sobre tráfico de drogas na área. No local, os policiais afirmam ter sido recebidos a tiros por suspeitos armados, que fugiram pelos quintais de casas próximas.
As equipes, então, solicitaram reforço e iniciaram perseguição. Na lateral de uma residência, os policiais teriam sido novamente atacados e revidaram. Um suspeito foi baleado e morreu. Ninguém foi preso.
No ponto onde ocorreu o confronto, a polícia apreendeu drogas, munições, balanças de precisão e um revólver calibre 38. O material foi encaminhado ao 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP).
Material apreendido
- 1 revólver calibre .38
- 3 munições calibre .38 deflagradas
- 2 munições calibre .38 percutidas
- 5 porções grandes de suposto oxi
- 9 porções pequenas de suposto oxi
- 1 porção grande de suposta maconha
- 1 porção média de suposta maconha
- 2 balanças de precisão
- R$ 152 em espécie
Vídeo contesta versão policial
Imagens registradas por moradores apresentam outra narrativa. No vídeo, um homem sem camisa aparece sendo revistado por policiais, com as mãos sobre a cabeça, sem reagir. Em seguida, ele é levado para uma área lateral, fora do alcance da câmera.
Minutos depois, policiais retornam carregando um corpo enrolado em um lençol. Não é possível confirmar se se trata da mesma pessoa apresentada no início do vídeo.
Mãe pede justiça
Durante o protesto, a mãe de João Paulo esteve no local e pediu justiça. Emocionada, ela afirmou que o filho estava rendido antes de ser morto.
“Pegaram o meu filho. Meu filho já estava rendido. Levaram o meu filho para uma casa, praticamente executaram o meu filho. Meu filho desceu com vida, e subiu sem vida. Eu quero justiça pela vida do meu filho. Hoje enterrei meu filho. Vai ficar assim impune? Eu quero justiça! Famílias e amigos estão aqui em manifestação, estão pedindo justiça”, declarou.
Moradores exibiram cartazes pedindo investigação e reforçaram denúncias de abuso policial.
PM abre procedimento
A Polícia Militar informou que instaurou procedimento para apurar a atuação dos policiais da Rocam na ocorrência que resultou na morte do jovem. As investigações seguem em andamento.
VÍDEO
Mãe de João Paulo Maciel pede justiça
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