O número de mortos pelo furacão Melissa subiu para 50, segundo balanços oficiais divulgados nesta sexta-feira (31). O fenômeno continuava avançando pela região das Bermudas, com ventos máximos de 155 km/h, embora tenha perdido força.

De acordo com o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC), o furacão deve se transformar em ciclone extratropical nos próximos dias.

No Haiti, o balanço de vítimas subiu para 31, com 20 pessoas desaparecidas. Entre os mortos, dez eram crianças.

O país, o mais populoso do Caribe, não foi atingido diretamente, mas enfrentou dias de chuvas torrenciais provocadas pela passagem do furacão.

A maioria dos óbitos ocorreu em Petit-Goâve, cidade costeira a 64 km a oeste da capital, onde um rio transbordou, arrastando casas e destruindo estradas e plantações.

Jamaica sofre impacto histórico e mobiliza Exército

Na Jamaica, o número de mortes subiu de 5 para 19, segundo o governo. As buscas e operações de resgate continuam em andamento.
Centenas de estradas foram bloqueadas por quedas de árvores e postes, isolando comunidades inteiras.

O Exército jamaicano convocou reservistas para limpar vias e acessar regiões de difícil alcance. Segundo o ministro de Energia, Daryl Vaz, mais de 70% da população ficou sem luz elétrica.

A capital, Kingston, foi poupada dos piores danos, e o aeroporto internacional reabriu para receber voos de ajuda humanitária. Autoridades relataram que algumas cidades estavam submersas.

Melissa se torna o furacão mais forte em 90 anos

O Melissa chegou à categoria 5, o nível máximo da escala de intensidade. Na Jamaica, tornou-se o furacão mais forte a atingir o Atlântico em 90 anos, na terça-feira (28), com ventos próximos de 300 km/h.
A informação foi confirmada por uma análise da AFP com base em dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA).

Cuba evacua mais de 700 mil pessoas

Em Cuba, o furacão deixou um rastro de destruição nas províncias de Santiago de Cuba, Holguín e Guantánamo, com ventos de categoria 3.
Cerca de 735 mil pessoas foram deslocadas para abrigos ou casas de familiares.

Apesar dos danos, o líder cubano Miguel Díaz-Canel afirmou que não foram registradas mortes no país.

Bermudas fecham escolas e suspendem balsas

Nas Bahamas, por onde o fenômeno passou na quarta-feira (29), os alertas de furacão foram suspensos, mas autoridades mantêm regiões esvaziadas por precaução.
O Melissa foi rebaixado para a categoria 2 e, na noite de quinta-feira, estava a 264 km das Bermudas.

Embora uma tempestade tropical tenha atingido o arquipélago, os moradores permaneciam calmos. As autoridades anunciaram o fechamento da ponte principal da ilha e a suspensão das aulas e balsas nesta sexta-feira.

Comunidade internacional envia ajuda ao Caribe

Os Estados Unidos enviaram equipes de busca e resgate à Jamaica, ao Haiti, à República Dominicana e às Bahamas, além de oferecer ajuda a Cuba.

O Reino Unido prometeu US$ 3,3 milhões (R$ 17,7 milhões) em ajuda emergencial e iniciou voos de repatriação para britânicos na Jamaica.

A Venezuela enviou 26 toneladas de suprimentos a Cuba, e El Salvador anunciou o envio de três aviões de ajuda humanitária à Jamaica.

Pesquisadores do Imperial College de Londres afirmaram que a intensidade e o poder destrutivo do Melissa foram amplificados pelas mudanças climáticas.
Especialistas alertam que o aquecimento dos oceanos tem tornado furacões mais frequentes e intensos.

O serviço meteorológico AccuWeather classificou o Melissa como o terceiro furacão mais intenso já registrado no Caribe e também o mais lento, o que aumentou o impacto destrutivo nas áreas afetadas.

(*) Com informações da Folha de S.Paulo

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