A companhia amazonense Ateliê 23 embarcou para o Mato Grosso para apresentar o premiado espetáculo “Sebastião” no Festival Velha Joana, em Primavera do Leste. A sessão integra a Mostra Encontros da Velha e acontece nesta quarta-feira (12), no Teatro Municipal.

Dirigida por Taciano Soares e Eric Lima, a obra foi selecionada entre mais de 700 inscritos para a programação da 19ª edição do evento, sendo reconhecida por sua diversidade e potência cênica, que promovem encontros entre diferentes regiões do País.

“É um festival que tem crescido muito, sobretudo pela coordenação do Wanderson Lana, que conseguiu levar grandes grupos brasileiros de teatro a cada ano. Foi a primeira vez que a gente se inscreveu e ter mais de 700 inscrições mostra como o Festival Velha Joana cresceu, tem relevância e uma confiabilidade fundamental”, pontua o diretor Taciano Soares, que vive a personagem Carmencita em cena.

“A curadoria fez o primeiro corte para 120 peças e foram três meses de análise até o anúncio dos dez espetáculos contemplados. O Ateliê 23 foi o segundo selecionado, é uma felicidade absurda”, conta o artista.

Espetáculo completa um ano em temporada e segue premiado

Em novembro, “Sebastião” celebra um ano em cartaz e segue para seu sétimo festival pelo Brasil. Inspirada no livro “Um Bar Chamado Patrícia”, do estilista Bosco Fonseca, a montagem foi destaque no Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília e no Festival de Curitiba 2025.

Em junho, o espetáculo participou da Mostra Todos os Gêneros, no Itaú Cultural (SP); em agosto encerrou a Mostra de Teatro Águas de Manaus; e em setembro, foi atração do #SouManaus Passo a Paço 2025.

Em outubro, “Sebastião” conquistou duas categorias na Mostra Competitiva Jurupari Adulto, durante o 19º Festival de Teatro da Amazônia: Melhor Som ou Trilha Sonora e Melhor Ator para Taciano Soares. O espetáculo ainda recebeu indicações para Melhor Espetáculo, Melhor Direção, Melhor Dramaturgia, Melhor Figurino, Melhor Visagismo/Maquiagem e Melhor Ator (Eric Lima).

“A linguagem de ‘Sebastião’ é para adultos, teatro musicado, de denúncia, ao mesmo tempo o contexto de um bar onde se narra o mito de Sebastião, fala sobre homossexualidade e as dores que Sebastião viveu e se tornou mártir e, que até hoje, na contemporaneidade, ainda continuamos vivendo. São temas muito sensíveis para serem postos em festivais, mas que também mostram a confiança no trabalho do Ateliê 23. É fantástico acompanhar os frutos colhidos”, comenta Taciano Soares.

“Podemos dizer que o Ateliê 23 já colocou o teatro amazonense numa grande rota do teatro no Brasil e mais uma vez o ‘Sebastião’ vem confirmar isso”, afirma o diretor.

Reconhecimento nacional: Prêmio Cenym de Teatro 2025

“Sebastião” também foi indicado ao Prêmio Cenym de Teatro Nacional 2025 nas categorias Melhor Companhia de Teatro, Melhor Elenco, Melhor Qualidade Artística de Produção, Melhor Figurino e Melhores Adereços e Objetos de Cena.

O Prêmio Cenym é entregue anualmente pela Academia de Artes no Teatro do Brasil (ATEB), reconhecendo a excelência dos principais profissionais e espetáculos do teatro brasileiro. A votação é feita por membros da Academia, composta por atores, diretores, cenógrafos, figurinistas, iluminadores e outros artistas em atividade.

Esta é a segunda vez que o Ateliê 23 representa o Amazonas na premiação. Em 2023, o grupo venceu como Melhor Companhia, e o espetáculo “Cabaré Chinelo” levou o troféu de Melhor Figurino, além de concorrer em Melhor Elenco.

Sobre o espetáculo “Sebastião”

Foto: Divulgação

Em cena, “Sebastião” recria memórias da década de 1970, ambientadas no Bar Patrícia, e mistura música, teatro e depoimentos sobre diferentes formas de violência. O nome faz referência a São Sebastião, reinterpretado como patrono da comunidade LGBTQIAPN+. A classificação indicativa é de 16 anos.

A trilha sonora do espetáculo está disponível nas plataformas de streaming, com quatro músicas: “Toda La Noche”, “Baby Gay”, “Sou Todo Amor” e “Glowria”.

Atualmente, a banda é formada por Zanisk e Luana Aranha (baixo e beats), Mady (guitarra) e Bruno Rodriguez (teclado). O produtor musical Guilherme Bonates participou das primeiras temporadas e assinou a produção e direção musical ao lado de Eric Lima e Taciano Soares. Todos os integrantes colaboraram nos arranjos.

A ficha técnica traz ainda Daphne Pompeu (dramaturgia com Lima e Soares), Emily Danali e Andira Angeli (assistência de direção), Lacruz (assistência de produção), Lore Cavalcanti e Paulo Martins (iluminação) e Manuella Barros (assessoria de imprensa).

O projeto é uma realização do Ateliê 23, com apoio do Itaú Cultural, por meio do Programa Rumos, do Governo do Amazonas (via Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa), da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e do Ministério da Cultura, através da Fundação Nacional de Artes (Funarte).

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