Salvador Ramos de 18 anos, que invadiu uma escola e matou 19 crianças em uma escola do Texas na terça (24), não tinha antecedentes criminais nem registro de problemas mentais, disse o governador do estado, o republicano Greg Abbott. O sinal de que ele poderia cometer um crime estava nas redes sociais.
“Não houve nenhum alerta significativo deste crime. A única informação conhecida de forma antecipada sobre isso foi postado pelo atirador no Facebook aproximadamente 30 minutos de ele chegar na escola”
, disse Abbott, em entrevista coletiva.
“No primeiro post, ele disse ‘Eu vou atirar na minha avó’. O segundo foi ‘Eu atirei na minha avó’. O terceiro post, talvez 15 minutos antes de ele chegar na escola, foi ‘Eu vou atirar em um escola primária”
, detalhou o governador.
Relatos de pessoas próximas a Ramos disseram à imprensa americana, no entanto, que ele havia feito várias postagens em redes sociais que indicavam problemas familiares e interesse em armas nos meses anteriores. Em uma das mensagens, apareceu em uma discussão com a mãe, que tentava expulsá-lo de casa. “Ele estava gritando e falando com ela de modo realmente agressivo”, disse uma colega de Ramos.
Há um ano, ele publicou imagens de fuzis automáticos, capazes de disparar rajadas de tiros, e disse que eles estavam em sua lista de desejos. E, alguns dias antes do ataque, divulgou uma foto com dois rifles, que ele comprou dias após completar 18 anos, idade em que o acesso a armas é permitido no Texas.
Abbott também confirmou que Ramos disparou contra a sua avó antes de atacar a escola. “Qualquer um que atira em sua avó no rosto tem o mal no coração”, disse, em tom de revolta. O governador chamou o atirador de “pessoa demente”.
O governador apontou também que o atirador disparou ao menos 223 tiros durante a ação. O ataque deixou 19 crianças e 2 professores mortos e mais 17 feridos, que não correm risco de morte, segundo as autoridades. Entre os feridos, há três agentes que trocaram tiros com Ramos.
O caso ocorreu em Uvalde, condado que soma 24 mil habitantes e está a cerca de 100 km da fronteira com o México. Ali, três de cada quatro habitantes têm origem latina. Na manhã desta quarta, moradores fizeram filas em hospitais querendo doar sangue para ajudar os feridos.
O caso gerou revolta nos EUA e mais pedidos por medidas firmes para evitar novos massacres. Na noite de terça, o presidente Joe Biden usou o ocorrido para voltar a criticar o lobby pró-armas no país e a defender o controle no acesso a armamentos.
“Estou cansado disso. Por que estamos dispostos a viver com essa carnificina? Por que continuamos deixando isso acontecer?”
, questionou, em uma fala de sete minutos.
Uma das medidas mais defendidas por ativistas, políticos e especialistas em segurança é aumentar a checagem de antecedentes de quem compra armas de fogo, para evitar que pessoas com histórico de violência ou problemas mentais tenham acesso a armamentos.
*Com informações da Folha de S. Paulo
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