Fechados em sua mesquinhez provinciana, os parlamentares que discursam contra a obrigatoriedade do comprovante de vacinação envolvendo crianças entre 5 e 11 anos não percebem o mal que fazem à retomada do processo educacional pelo simples fato de desconhecerem as estatísticas que mostram a tragédia do ensino no país causada pela pandemia do coronavírus.
Dados da organização Todos Pela Educação e do IBGE enfatizam a triste realidade do aumento do contingente de crianças que não sabem ler nem escrever. O contingente chegou a mais de 1,42 milhão em 2020 e a 2,36 milhões em 2021. Entre 2019 e 2021 aumentou de 25,1% para 40,8% o percentual de crianças entre 6 e 7 anos que não leem e não sabem escrever o próprio nome.
Os números sombrios deveriam chocar os parlamentares negacionistas, mas, ao contrário, eles pouco ligam para as dificuldades enfrentadas por governadores e prefeitos para normalizarem o ensino às crianças neste período de pandemia ainda preocupante.
Entre crianças pretas e pardas de 6 e 7 anos, o percentual dos não alfabetizados pulou, respectivamente, de 28,8% e 28,2% em 2019 para 47,4% e 44,5% em 2021. Entre as brancas, de 20,3% para 35,1%. No universo de crianças mais pobres, aumentou de 33,6% para 51%. Entre as mais ricas, de 11,4% para 16,6%.
A reação para mudar essa realidade exige o esforço e o engajamento de todos: governantes, parlamentares, professores e pais de alunos, todos imbuídos da responsabilidade de que medidas urgentes devem ser adotadas para que as escolas não voltem a ser fechadas e a comunidade acadêmica tenha condições materiais para reverter o atual processo de piora do ensino devido a pandemia.
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