Manaus (AM) – Durante evento de prévias do PSOL, que aconteceu neste sábado (4), para decidir o candidato do partido para a vaga de governador, um grupo de treze filiados iniciou um tumulto que terminou em briga. A confusão iniciou, conforme dirigentes, quando os apoiadores da advogada e pré-candidata Natália Demes descobriram que ela não era filiada do PSOL- Amazonas, logo não poderia se candidatar ao pleito.
O anúncio de que Natália Demes não poderia participar das prévias, assim como também se inscrever como candidata para governo do estado, aconteceu na sede do Rio Negro Clube, localizado no Centro de Manaus. A impossibilidade de Natália Demes se lançar como candidata acontece justamente porque ela é filiada do PSOL-Paraná e não ao PSOL-Amazonas, local onde deseja participar da eleição.
Anteriormente, no início do mês de junho, Natália Demes anunciou sua pré-candidatura para o governo do Amazonas, e que disputaria o cargo contra outros colegas do partido. Em suas redes sociais, se apresentou ao público como pré-candidata e declarou: “agora você em escolha”.
Já na reunião deste sábado (4), ao saberem que apenas os nomes de Marcelo Amil e Hebert Amazonas estavam registrados como inscritos, e que Natália não era filiada ao PSOL-AM, o que a tornava inelegível, os apoiadores de Natália Demes iniciaram atitudes que, segundo a nota divulgada por Amil e Hebert, se caracterizavam como “atos de selvageria”.
“Assumiram uma postura de agressividade que culminou em atos de selvageria. É inadmissível que no PSOL, um partido com história e tradição democrática, um grupo de treze filiados tente impor sua vontade sem ouvir ninguém da militância que constrói o partido”,
disseram em nota.
Também afirmaram que não aceitarão que o partido seja levado por “incompetentes que não sabem sequer quando alguém é filiado ao partido ou não”, e complementaram que “ o PSOL é patrimônio da luta da classe trabalhadora”.
A presidente do PSOL-AM, Rosilane Guimarães de Almeida, também se manifestou em relação ao caso. Em nota, Rosilane afirmou que a confusão realizada pelos apoiadores da pré-candidata visou atrapalhar os debates determinado pela executiva nacional. Também ressaltou a falsa denúncia de violência por uma das filiadas, e outros casos de violência.
“Culminou em episódios lamentáveis onde vimos uma filiada simulando ter sido agredida, agressão desmentida por imagens, vimos um filiado agredindo com um soco um idoso de 62 anos, vimos um filiado jogando uma cadeira que atingiu uma filiada negra, mulher, soropositiva”,
observou.
Em nota, Rosilane cita outros comportamentos negativos do mesmo grupo que iniciou as agressões, como o rombo de mais de R$ 34 mil, que prejudica as finanças do partido.
“Estas atitudes ofendem o que está escrito em nosso estatuto e ofendem os valores pelos quais o PSOL luta. Não tolerarei esses absurdos. Orientei os filiados agredidos que me procuraram a tomarem as medidas jurídicas cabíveis”,
afirmou.
Veja vídeo:
Veja a nota conjunta de Herbert Amazonas e Marcelo Amil
Em relação aos lamentáveis acontecimentos ocorridos na reunião determinada pela direção nacional e sabotada por filiados que se acham donos do partido externamos nossa profunda repulsa ao ocorrido.
A reunião transcorria normalmente até que os apoiadores da pré-candidata Natália Demes descobriram que ela não é filiada ao PSOL Amazonas, sendo portanto inelegível no estado, e assumiram uma postura de agressividade que culminou em atos de selvageria. É inadmissível que no PSOL, um partido com história e tradição democrática, um grupo de treze filiados tente impor sua vontade sem ouvir ninguém da militância que constrói o partido.
São mentirosos aqueles que dizem defender a voz do povo na sociedade mas internamente tentam suprimir a voz dos filiados da base.
Nós, signatários desta nota, nos submetemos ao crivo da militância e da democracia interna através de prévias. Se qualquer um de nós for candidato, será sob o manto da democracia interna, pois é nisso que acreditamos, é isso que manda o estatuto do partido e é isso que o PSOL sempre defendeu historicamente.
Não aceitaremos que o PSOL seja patrimônio de meia dúzia de incompetentes que não sabem sequer quando alguém é filiado ao partido ou não. O PSOL é patrimônio da luta da classe trabalhadora.
Seguimos na pré-campanha, com cordialidade, democracia e respeito à militância do PSOL.
Veja a nota da presidência do PSOL
Que a polêmica sobre o método de decisão da tática eleitoral, seja via prévias ou conferência eleitoral, seja decidido após debate amplo e no caso de impasse, deliberado por votação com maioria simples, no órgão máximo decisório do estado que é seu Diretório Estadual, e seja respeitada sua autonomia. Que esta reunião ocorra em até sete dias, tendo em vista que o prazo das decisões eleitorais está se encerrando.
Que qualquer outro processo decisório sobre a tática eleitoral que não seja apreciada e aferida pelo Diretório Estadual do PSOL Amazonas não tem validade.
Em atenção à resolução acima publiquei na data de 27/06 edital convocando a militância do PSOL para o debate amplo determinado.
Antes do início do debate um grupo de treze filiados apoiadores da pré-candidatura da advogada Natália Demes descobriu que ela não é filiada ao PSOL Amazonas, e mudou radicalmente de postura, assumindo atos de tumulto e agressividade visando impedir o debate determinado pela executiva nacional, o que culminou em episódios lamentáveis onde vimos uma filiada simulando ter sido agredida, (agressão desmentida por imagens), vimos um filiado agredindo com um soco um idoso de 62 anos, vimos um filiado jogando uma cadeira que atingiu uma filiada negra, mulher, soropositiva.
Este mesmo grupo que no sábado tentou impedir o cumprimento da deliberação da executiva nacional foi o grupo que em maio realizou uma reunião ilegal usurpando o estatuto do partido, e teve suas ações suspensas por decisão judicial que inclusive impôs multa caso praticassem novamente.
Este mesmo grupo é responsável por um rombo financeiro de R$ 34.000,00 que até hoje inviabiliza as finanças do partido.
Este mesmo grupo sabotou o partido em 2020 apresentando apenas cinco candidaturas fazendo com que o PSOL, mesmo tendo a 5ª candidatura mais votada no pleito, não elegesse ninguém.
Quando assumi a presidência do PSOL mudei-me de Itacoatiara pra Manaus pra poder conduzir o partido adequadamente. Desde então enfrento sabotagens por racismo e machismo. Ao contrário deles, não possuo formação acadêmica. Sou agricultora, tenho mais de trinta anos de luta nos movimentos sociais e não admitirei que filiados se coloquem em posição de superioridade a mim porque possuem esta formação acadêmica que o partido luta que todos possam vir a ter.
Estas atitudes ofendem o que está escrito em nosso estatuto e ofendem os valores pelos quais o PSOL luta. Não tolerarei esses absurdos. Orientei os filiados agredidos que me procuraram a tomarem as medidas jurídicas cabíveis.
O debate amplo será defendido até as últimas consequências pois essa foi a determinação nacional e era o anseio da esmagadora maioria dos filiados presentes e dos diretórios de Tefé e Itacoatiara, que enviaram suas declarações em favor das prévias.
Reportarei os fatos à direção nacional, apontando os responsáveis e reafirmando o encaminhamento de que os rumos do PSOL Amazonas serão decididos em conformidade com os direcionamentos estatutários e com base em nossos princípios democráticos.
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