Manaus (AM) – O Amazonas segue em alerta para possíveis casos da varíola dos macacos (monkeypox), mesmo após a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) descartar dois casos suspeitos da doença e manter apenas um caso sob investigação. O paciente reside em Manaus e está sendo monitorado pelo Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) do Amazonas.
Muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre como acontece a transmissão dessa doença.
De acordo com o infectologista Noaldo Lucena, a varíola dos macacos é uma doença oriunda do continente africano e começou a se espalhar pela Europa. No Brasil, já foram identificados 106 casos até esta quarta-feira.
Lucena acrescenta que o contágio pela doença não é mais rápido que a Covid-19, pois se fosse o caso, já haveria uma “explosão” de casos.
O que é a varíola dos macacos (monkeypox)?
Primeiramente, é importante ressaltar que a varíola dos macacos é uma zoonose. Zoonoses são enfermidades transmissíveis de um animal para um humano e representa uma ameaça à saúde humana.
Os principais sintomas:
- Febre alta (incialmente 38° ou 39° graus);
- Dor de cabeça;
- Dor no corpo, acompanhado de mal-estar;
- Ínguas no queixo, embaixo da língua e no pescoço.
De acordo com Noaldo Lucena, há um período de encubação do vírus até chegar nas lesões cutâneas.
“O período de encubação dura de 1 a 3 semanas, ou seja, de 5 a 21 dias, com a média de 10 dias. Esses sintomas podem se agravar a partir do quinto dia, quando aparecem as lesões de pele (erupções cutâneas). São lesões que geralmente evoluem para vesícula, pápula (manchas), ferida aberta e depois a cicatrização”,
explicou.
Segundo Lucena, o diagnóstico da doença é realizado pela extração do líquido presente nas lesões e não pelo sangue, pois o período em que o vírus circula pelo sangue é muito rápido e isso faz com que ele desapareça facilmente da corrente sanguínea.
Já o tratamento para a doença é considerado viral e o paciente é tratado, no máximo por quatro semanas, com a medicação de acordo com os sintomas presentes.
O especialista lembra também que pessoas na faixa etária de 50-55 anos de idade, vacinadas contra a varíola na infância, são imunes à doença, parcialmente. Vale ressaltar que “este não é um momento para pânico e sim um momento de alerta”, diz o infectologista.
A transmissão
A transmissão da varíola dos macacos acontece através do contato com os líquidos corporais, em especial pelos líquidos das lesões na pele e pelas gotículas loroparigens, que são espirros, tosses e fala. Há possibilidade de acontecer também contaminação pela relação sexual e pelo compartilhamento de utensílios de louças, se usadas sem lavar.
O especialista explica que não há problema em lavar as roupas contaminadas juntos com as demais, pois o sabão mata o vírus no processo de lavagem.
Além disso, Lucena ressalta que o contágio em crianças pode ser maior pelo fato de elas sempre levarem a mão à boca. Por isso, é necessário evitar compartilhar alimentos após o manuseio.
Noaldo também destaca que se um paciente do interior do Estado estiver contaminado pela varíola dos macacos e for encaminhado para Manaus para ser tratado, não há possibilidade de outras pessoas serem infectadas se as mesmas estiverem usando equipamento de proteção e fazendo uso de álcool gel.
Se a pessoa suspeitar dos sintomas da doença, é recomendado procurar um médico o mais rápido possível. Os locais de atendimento para sintomas leves podem ser as unidades básicas de saúde (UBS), e para os casos mais graves, procurar um Serviços de Pronto Atendimento (SPA).
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