Manaus (AM) – O primeiro debate 2022 dos candidatos ao senado pelo Amazonas aconteceu na manhã desta segunda-feira (29). Ao todo, sete candidatos debateram sobre variados temas. Participaram do debate o ex-prefeito de Manaus Arthur Neto (PSDB), o senador Omar Aziz (PSD), Coronel Menezes (PL), Chico Preto (Avante), Luiz Castro (PDT), Elissandro Bessa (Solidariedade) e Marília Freire (Psol).
O debate, realizado pela Band News Difusora, foi dividido em três blocos. O primeiro bloco ficou organizado com o confronto direito entre os candidatos, com perguntas de tema livre.
Já no segundo bloco, os candidatos responderam às perguntas dos jornalistas. As considerações finais de cada candidato ficaram para serem realizadas no terceiro e último bloco.
Primeiro Bloco
No primeiro bloco, o primeiro candidato escolhido em sorteio prévio para fazer os questionamentos foi Elissandro Bessa. Conforme as regras do debate, o candidato escolhido por Bessa para responder as perguntas foi Chico Preto. O vereador pediu para que Chico Preto falasse sobre a homenagem que fez ao Coronel Menezes na Suframa. Em sua resposta, Chico criticou a atuação de Menezes na administração da Suframa.
“A moção foi feita cumprimentando, naquele momento, o novo superintendente da Suframa. Acreditando como todos os empresários, como todos os industriais da Suframa que receberia uma dose cavalar de entusiasmo, de bons projetos e dinamismo dentro da superintendência da Zona Franca de Manaus, mas não foi o que nós vimos”, disse Chico Preto, e complementou “não vimos nenhuma indústria sendo trazida para o estado do Amazonas”.
As críticas contra a administração de Menezes continuaram na réplica de Bessa e na Tréplica de Chico Preto. Os dois afirmaram que, caso sejam eleitos senadores, defenderão a Zona Franca no Congresso.
Em seguida, a candidata Marília Freire escolheu Omar Aziz para fazer a pergunta. O tema definido no questionamento foi violência obstétrica, e quais serão as ações do atual senador para acabar com esse problema, se for reeleito. Em sua resposta, o senador disse que o senado atua ativamente na luta contra todos os tipos de violência contra a mulher, não apenas a obstétrica.
“O senado em votado em leis cada vez mais rígidas em relação a qualquer tipo de violência contra a mulher, não só a obstétrica. Nós temos uma bancada feminina muito atuante nesta legislatura como na legislatura passada, quando nós tínhamos a ex-senadora Vanessa. Agora, a banda feminina tem colocado propostas e nós temos aprovado todas, com uma participação até maior das mulheres na política brasileira”,
observou Omar Aziz.
Na réplica, Marília ressaltou a importância de mais representações femininas na política amazonense para acabar com as violências contra a mulher. Na tréplica, Omar se comprometeu com a pauta de igualdade entre os gêneros.
Na terceira rodada de confronto direto entre os candidatos, Luiz Castro questionou o vereador Bessa sobre as propostas para o desenvolvimento do interior do Amazonas. Bessa comentou sobre a falta de investimento em tecnologia no interior do estado.
“O interior está no século passado, está abandonado, tirando algumas cidades como Coari, Parintins e Itacoatiara, o restante das cidades do interior do estado não tem internet. No interior do estado falta saúde. Nós não temos projetos sustentáveis, onde vai preparar nosso caboclo para lidar com o meio ambiente e tecnologia. Vamos lutar no senado eleitoral para trazer incentivos para o interior”,
declarou.
Durante a réplica, Luiz Castro abordou suas principais propostas para a resolução de problemas que bloqueiam o desenvolvimento social e ambiental no interior do Amazonas, como a difusão de investimentos em bioeconomia; escoação de recursos para um fundo de desenvolvimento socioambiental, e a conciliação de uma legislação ambiental rigorosa, mas que não prejudique o investimento. Na tréplica, Bessa criticou o mau uso do recurso público no interior.
A próxima pergunta foi feita pelo ex-prefeito de Manaus Arthur Neto para Coronel Menezes. Arthur perguntou ao Menezes se ele sabia qual é o papel de um senador. Menezes disse se sentir preparado para o cargo.
“Sabemos a função de um senador e, as atribuições. Depois de ter percorrido todo o interior do estado, nos sentimos preparados sim. Servimos o nosso país e agora nós estamos prontos para defender o povo do Estado do Amazonas”,
destacou.
Arthur Neto afirmou, em seguida, que seu papel como senador será de defender o povo do Amazonas, e acabar com as emendas de relator. Na tréplica, Menezes retornou ao assunto Zona Franca e prometeu defender o modelo econômico.
A quinta rodada foi marcada pelo confronto direto e caloroso entre os candidatos mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de voto. Omar Aziz comentou que Arthur introduziu indústrias em Goiânia e na Bahia, e perguntou ao Arthur qual indústria ele trouxe para o Amazonas durante sua gestão.
“Esse é seu problema candidato, o senhor é provinciano, e olha pequeno. O que eu consegui foram os votos dos baianos, os votos dos goianos, e de todos os estados que eu ajudei para os momentos que a Zona Franca precisou desses votos”,
disse e complementou com críticas à atuação de Omar Aziz na CPI da pandemia.
Omar usou seu tempo de réplica para explicar seu trabalho na CPI, e repudiou a gestão de Neto na prefeitura durante a pandemia. Arthur disse que precisou tomar medidas emergenciais naquele período, e ressaltou ter sido indicado como o terceiro melhor senador quando exerceu o cargo no Congresso Nacional.
Chico Preto dirigiu a próxima pergunta para Marília Freire. No questionamento, o candidato perguntou quais são ações de um senador para lidar com o aumento da violência. Em sua resposta, Marília explicou que a segurança pública envolve respostas multifatoriais.
“A segurança pública é um problema multifatorial. A pobreza é um dos fatores que reflete diretamente na segurança pública, que não pode ser vista como um problema isolado. Envolve políticas públicas de inclusão. É preciso que as crianças estejam na escola, e que a gente repense a atual política de drogas do país”,
ressaltou.
Na réplica, Chico Preto defendeu a liberação do uso de armas para aumentar a segurança pública, assim como também o fortalecimento da legislação penal. Em contrapartida, Marília afirmou que o endurecimento de leis penais não será eficaz para diminuir a violência no Amazonas.
A última rodada do primeiro bloco teve o Coronel Menezes questionando Luiz Castro sobre as propostas para a infraestrutura e o desenvolvimento no interior do Amazonas. Luiz Castro evidenciou a importância e mecanismos sustentáveis e tecnológicos.
“É preciso a efetiva mobilização das forças interioranas para as cadeias produtivas na bioeconomia, no setor primário, e todo nosso imenso potencial da biodiversidade que é muito presente nos discursos ambientalistas, mas pouco presente nas ações efetivas para a conversão tecnológica na sustentabilidade. Infraestrutura pressupõe internet de qualidade para todos os municípios”,
declarou.
Menezes evidenciou, durante a réplica, a atuação dos militares na infraestrutura do Amazonas. Também defendeu a construção de estradas, portos e aeroportos. Castro afirmou que além de portos, é preciso controle e ordenamento da economia com infraestruturas adequadas.
Segundo bloco
O segundo bloco decorreu com a pergunta dos jornalistas. O candidato que iniciou a primeira rodada do segundo bloco foi Bessa, com comentários de Omar Aziz. A pergunta da jornalista foi sobre o que Bessa pensa sobre o histórico de gargalos relacionados aos quatro primeiros candidatos mais bem posicionados na disputa ao senado pelo Amazonas.
No tempo de resposta, Bessa convocou a população para pesquisar as ações e o histórico dos candidatos.
“Só depende de você eleitor fazer uma análise dos candidatos e realmente votar no candidato certo“. Com direito a comentário, Omar disse que nunca foi réu e relembrou projetos feitos em suas gestões.
Na segunda rodada, Omar Aziz respondeu sobre os ataques à Zona Franca de Manaus feitos pelo Governo Federal, como a possibilidade do fim do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Omar disse que é coordenador da bancada do estado do Amazonas e que tem atuado na defesa da ZFM.
“O Supremo Tribunal nos deu uma liminar, tanto é que o Governo Federal teve que editar um decreto atrás do outro até ficar dando condições da ZFM manter sua competitividade”.
A candidata Marília usou seu tempo de comentário para falar a respeito do risco que os servidores públicos sofrem com a diminuição da arrecadação da ZFM, caso o IPI seja extinto.
A terceira pergunta de jornalistas foi feita ao Arthur Neto, que respondeu sobre qual seria o modelo de reforma tributária que resguarda as particularidades da Zona Franca.
Arthur afirmou que uma das reformas mais difíceis de fazer é a reforma tributária, sendo necessário uma reforma que aumente o investimento na região. “Precisamos trabalhar com muito cuidado na reforma tributária”, disse. Em comentário, Chico Preto pediu solidariedade ao engenheiro Arthur, e afirmou ser necessário uma voz altiva para defender a Zona Franca.
Já Chico Preto respondeu à pergunta da jornalista sobre quem são os culpados pela crise de oxigênio no Amazonas. Em resposta, Chico afirmou que a Covid-19 se agravou no Amazonas pela ausência de investimentos na saúde ao longo dos anos. “Nós precisamos avançar sobre um sistema público de saúde onde um senador da república pode colaborar”. Menezes comentou sobre a atuação do Governo Federal, que vacinou a população.
Na quinta rodada do segundo bloco, Luiz Castro foi questionado pela jornalista sobre como ele avalia a abertura de uma CPI para investigar a atuação do estado e da União frente a violência e do narcotráfico na Amazônia.
Em resposta Castro defendeu a abertura da CPI depois das eleições. “É útil, mas não é o suficiente. É preciso entender quais candidaturas a presidência tem trazido respostas objetivas”. Em comentário, Bessa disse que a segurança pública não usa da tecnologia para acabar com o crime organizado nas fronteiras.
A candidata Marília Freire foi questionada sobre como trazer os recursos do orçamento para o interior do Amazonas. Ela disse que para que essas emendas cheguem nas populações do interior, é necessário que uma instituição receba esse valor.
Também reforçou que o interior precisa desse incentivo. “Eu penso em capacitar e estruturar essas produções através dessas cooperativas”, declarou. Arthur comentou sobre a importância da mulher na política.
Na última rodada do segundo bloco, Menezes foi questionado pela jornalista sobre Projetos de Lei (PL) que impactam a proteção a floresta e dos povos indígenas, como a PL 490 que trata da demarcação indígena e a PL 191 que libera a mineração em terra indígena, e como ele votaria.
Menezes disse que votará, se for eleito, pelos interesses do estado. “Precisamos olhar com firmeza para manter a floresta de pé”. Já Luiz Castro defendeu a soberania indígena para decidir sobre as demarcações em seus territórios.
Terceiro Bloco
O senador Omar Aziz começou as considerações finais dos candidatos ao senado. Aziz agradeceu aos seus suplentes. Também afirmou que tentou ajudar a população do estado em sua gestão. Convocou a população para aparecer no evento que contará com o ex-presidente Lula no Amazonas. “Dia 31 estaremos recendo o ex-presidente Lula”.
Chico Preto usou seus minutos finais para falar que luta contra os “caciques”. Assim, pediu renovação na política. “O recado que daremos pelo Amazonas é de emprego e renda”.
Já Bessa disse que será fiscal do recurso, caso seja eleito, e pediu um voto de confiança. “As pessoas precisam do dinheiro”.
Arthur Neto retomou a discussão que teve como Omar Aziz. Afirmou que o rival teve os passaportes apreendidos, algo que Omar Negou, e disse que renunciaria a disputa se fosse verdade. Arthur ressaltou que pretende ser voz do Amazonas no senado. “Eu serei a voz do Amazonas de verdade no senado”.
Luiz Castro também referenciou suas suplentes e o PDT. Afirmou que sua aliança é apenas com o povo e tem histórico de ficha limpa. “Conheço as dores dos homens e as mulheres do interior”.
Menezes destacou que é ficha limpa e que se for eleito o Amazonas terá uma representatividade no Senado Federal. “Estamos preparados”.
Marília finalizou as considerações finais afirmando que pretende fazer um outro tipo de política para todos os amazonenses. “O nosso estado leva o nome de mulheres guerreiras, nada mais justo que tenhamos uma mulher nos representando no senado”.
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