Um dia depois do agitado debate televisivo entre os candidatos a Presidência da República, pode-se dizer que, verdadeiramente, quem ganhou foi a democracia em um ambiente que aqueles que não tiveram a altivez devida para trocar opiniões e receber críticas com equilíbrio tiveram que aturar as opiniões opostas como uma salutar regra geral do jogo eleitoral.
O fato de Lula ter chamado o presidente Jair Bolsonaro de “bobo da Corte” e este ter reagido ao petista classificando-o de “ex-presidiário” pode parecer, a princípio, uma troca de farpas em clima de baixaria, mas, na verdade, serviu para testar o equilíbrio emocional dos dois maiores concorrentes na batalha de votos pelo Palácio do Planalto nas atuais eleições.
A senadora Simone Tebet (MDB), de acordo com analistas da Folha de São Paulo, um dos órgãos promotores do debate, também ajudou a testar os dois principais litigantes, desferindo petardos que, carregados de embasamentos, acabaram projetando-a como a vencedora do debate dominical.
À parte o teste, o debate também expôs a suspeita relação do Poder Executivo com o Congresso Nacional na questão do milionário orçamento secreto, um outro ponto que Simone abordou com desenvoltura e conhecimento de causa, pois vive dentro do Congresso.
Claro que Lula e Bolsonaro não ruíram como um castelo de areia e se mantém na ponta das pesquisas. Mas, de todo modo, o debate de domingo mostrou que uma campanha política não pode ser condicionada apenas a um infame esquema de hipérboles retóricas. E só a democracia é capaz de desnudar tal esquema. Que venham mais debates.
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