Amazonas (AM) – O número de municípios em situação de emergência por conta da seca no Amazonas subiu para 16. É o que indica o Relatório de Estiagem 2022 divulgado nesta quarta-feira (16), pela Defesa Civil do Estado. Quando há comparação com o penúltimo relatório expedido pelo órgão, o número de municípios em situação de emergência dobrou.
Em 3 de novembro, estavam em situação de emergência: Amaturá e Benjamim Constant, na Calha do Alto Solimões; e Japurá, Tefé, Uarini, Maraã, Alvarães e Coari, na Calha do Médio Solimões.
Neste último relatório, oito municípios entraram na lista em estado de emergência:
Calha do Juruá: Envira e Juruá.
Calha do Alto Solimões: Atalaia do Norte.
Calha do Médio Solimões: Jutaí.
Calha do Baixo Solimões: Manaquiri, Careiro Castanho e Careiro da Várzea.
Calha do Médio Amazonas: Silves.
O acompanhamento tem três classificações de gravidade: a de atenção, alerta e emergência – quando a situação é mais crítica.
Os municípios incluídos em situação de atenção são um total de 36. Veja a lista:
Calha do Baixo Amazonas: Barreirinha, Boa Vista do Ramos, Maués, Nhamundá, Parintins, São Sebastião do Uatumã e Urucará.
Calha do Alto Solimões: Santo Antônio do Içá, São Paulo de Olivença, Tabatinga e Tonantins.
Calha do Madeira: Apuí, Borba, Manicoré e Novo Aripuanã.
Calha do Purus: Boca do Acre, Lábrea e Pauini.
Calha do Juruá: Carauari, Eirunepé, Guajará, Ipixuna e Itamarati.
Calha do Baixo Solimões: Anamã, Anori, Caapiranga, Codajás, Iranduba e Manacapuru.
Calha do Médio Amazonas: Autazes, Itapiranga, Itacoatiara e Urucurituba.
Já os municípios em situação de alerta são quatro:
Calha do Purus: Canutama, Tapauá e Beruri.
Calha do Madeira: Nova Olinda do Norte.
Falta de mantimentos
Moradores dos municípios afastados pela seca estão sendo prejudicados pela falta de mantimentos e de água potável. Os barcos que viajam de Manaus transportando mercadorias, como alimentos perecíveis e não perecíveis, não conseguem chegar até os destinos. Em alguns locais, bancos de areias tomam conta do espaço onde corria água.
Há comunidades rurais isoladas, onde barcos de grande porte não conseguem mais chegar, somente embarcações pequenas e lancha.
A pesquisadora Luna Gripp, do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), explicou que a bacia do rio Amazonas contempla vários rios, que se comportam de maneiras diferentes.
“Falando das maiores calhas aqui da região, que são a calha do Rio Negro e a calha do Solimões, estamos observando que já estão em processo de enchente, pois os níveis dos rios já começaram a subir. Dentro de um mesmo rio, como por exemplo, o Solimões, ele se comporta diferente. Se considerarmos mais próximo à cabeceira, em Tabatinga, observamos uma vazante bem crítica, mas desde o começo de outubro o nível do rio já vem subindo ali na região e essa subida acompanhou toda a calha, chegando aqui mais próximo de Manaus, em Manacapuru. O Rio Negro também já está em processo de enchente, voltando a entrar em processo de normalidade”,
destacou.
Gripp esclareceu que quando se fala em níveis de rio mais próximos às nascentes, como por exemplo São Gabriel da Cachoeira e Tabatinga, o nível do rio é muito variável, então é possível que em um dia suba e no outro desça.
“Em Tabatinga, nos últimos dias, o nível do rio voltou a descer, o que não indica necessariamente que vamos observar de novo aquela vazante tão crítica. É muito improvável que o nível do rio chegue a atingir um valor tão baixo como já atingiu esse ano. É provável que o processo de vazante tenha sido encerrado e que agora o nível dos rios vão tendendo à normalidade”, concluiu.
A Defesa Civil do Amazonas divulgou ainda o total de pessoas atingidas pela estiagem. De acordo com o órgão, são 245.861 pessoas afetadas, sendo 61.467 famílias atingidas.
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