Manaus (AM) – Menos de 1% das 291 mil Organizações Não-Governamentais (ONG) situadas no Brasil atuam em áreas voltadas ao meio ambiente – ao todo, são 2.242 instituições com essas características. Desse número, apenas 120 ONGs estão localizadas no Norte do país. Com atuação nessa área, as ONGs defendem as mais diferentes causas na Amazônia, como é o caso da Fundação Amazônia Sustentável (FAS).
Contribuir para a conservação ambiental da floresta amazônica através da valorização da biodiversidade e da melhoria da qualidade de vida das comunidades ribeirinhas. Esse é um dos focos da FAS, uma organização da sociedade civil e sem fins lucrativos que, desde 2008, dissemina e implementa conhecimentos sobre o desenvolvimento sustentável, contribuindo para a conservação da Amazônia. As ações realizadas pela organização são voltadas, principalmente, para projetos que visam a redução do desmatamento e preservação da biodiversidade. A sede da Fundação fica localizada na Rua Álvaro Braga, 351, bairro Parque Dez de Novembro, na Zona Centro-Sul da capital amazonense.
Com o intuito de promover o desenvolvimento sustentável na Amazônia, a FAS adota como estratégias a atuação nas escalas global, amazônica e local, buscando implementar agendas relacionadas aos eixos temáticos estratégicos: saúde, educação e cidadania, empoderamento, geração de renda, infraestrutura comunitária, conservação ambiental, gestão e transparência, pesquisa, desenvolvimento e inovação. Todos os itens estão relacionados aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
De acordo com o Superintendente de Inovação & Desenvolvimento Institucional na Fundação Amazônia Sustentável, Victor Salviati, por linhas gerais, a Amazônia é o maior ativo ambiental, cultural e antropológico do mundo, e preservá-la sempre será uma prioridade. Além disso, ele ressalta que a principal missão da Fundação é voltada para a contribuição conservação ambiental da região por meio da valorização da floresta em pé e da diversidade da área, visando a melhoria da qualidade de vida das comunidades ribeirinhas.
“A FAS nasceu de uma inquietude de se ter uma organização com gestão e atuação eficientes que pudesse endereçar os desafios e concretizar as oportunidades na Amazônia profunda. A FAS implementa programas e projetos, majoritariamente, em áreas públicas (estaduais ou federais). Nossa intenção não é substituir o poder público, mas sim apoia-lo na implementação de políticas públicas mais eficazes e eficientes. Portanto, a FAS sempre visa valorizar a relação com seus parceiros públicos (e.g. prefeituras, secretarias, ministérios, órgãos de controle etc.) para potencializar suas ações em prol de uma Amazônia viva, com todos e para todos”,
declarou Victor.
Projetos da FAS
No âmbito da Lei de Mudanças Climáticas do Estado do Amazonas e a criação do Programa Bolsa Floresta (PBF), política pública de pagamento por serviços ambientais, a FAS se tornou um ator importante na gestão ambiental da Amazônia por desenhar e implementar programas e projetos em unidades de conservação estaduais, e desenvolver soluções sustentáveis em educação, saúde, bioeconomia, proteção de direitos e cidadania.
A instituição atua com projetos voltados para educação, empreendedorismo, turismo sustentável, inovação, saúde e outras áreas prioritárias. Por meio da valorização da floresta em pé e de sua sociobiodiversidade, a FAS desenvolve trabalhos que promovem a melhoria da qualidade de vida de comunidades ribeirinhas, indígenas e periféricas da Amazônia. Dentre os principais programas estão: Programa Floresta Em Pé; Programa de Educação para a Sustentabilidade; Programa Saúde na Floresta; Programa de Soluções Inovadoras e Programa de Empreendedorismo e Negócios Sustentáveis da Amazônia.
“O Programa Floresta em Pé implementa projetos para o fortalecimento da bioeconomia com foco na conservação ambiental, segurança alimentar, empoderamento comunitário, contribuindo para melhoria da qualidade de vida das populações ribeirinhas da Amazônia com base nos objetivos do desenvolvimento sustentável. Já o Programa de Educação para a Sustentabilidade oferece modelos educacionais replicáveis que promovam uma educação relevante, contextualizada e inovadora visando à formação integral de pessoas que possam ser protagonistas do desenvolvimento social, econômico e ambiental da Amazônia. Programa Saúde na Floresta apoia na promoção do atendimento de atenção básica de saúde e a formação de profissionais de saúde em áreas protegidas na Amazônia”,
explicou.
“O Programa de Soluções Inovadoras contribui com o desenvolvimento da inovação social, estimulando uma visão de futuro para a conservação da floresta, a partir de oportunidades pautadas pela valorização da sociobiodiversidade Amazônica. Por fim, o Programa de Empreendedorismo e Negócios Sustentáveis da Amazônia é uma plataforma estratégica de atuação do programa une princípios da Tecnologia Social para formar empreendedores e apoiar o desenvolvimento de negócios sustentáveis em 583 comunidades de 16 Unidades de Conservação (UCs). A estratégia é formar pessoas e oportunizar recursos para desenvolver negócios sustentáveis na Amazônia”,
complementou Victor.
Em 2021, a FAS alcançou 141 unidades de conservação, terras indígenas e municípios e atendeu mais de 8 mil territórios. Totalizando 646 mil pessoas beneficiadas.
Dentre as áreas de atuação estão: Reserva Extrativista do Rio Gregório (em Ipixuna e Eirunepé); Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (em Fonte Boa, Japurá, Maraã, Uarini e Tonantins); Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã (em Anamã); Reserva Extrativista Catuá-Ipixuna (em Tefé e Coari); Reserva de Desenvolvimento Sustentável Piagaçu-Purus (em Anori, Beruri, Tapauá e Coari); Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Negro (em Novo Airão, Iranduba, Manaus e Manacapuru); Área de Proteção Ambiental da Margem Esquerda Do Rio Negro – Setor Tarumã-Açu-Tarumã-Mirim (em Manaus, Presidente Figueiredo e Novo Airão); Reserva de Desenvolvimento Sustentável da Puranga Conquista (em Manaus); Reserva de Desenvolvimento Sustentável Rio Madeira (Novo Aripuanã, Borba e Manicoré); Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Amapá (Manicoré) e Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Juma (Novo Aripuanã).
Virada Sustentável
Nos dias 5 e 6 de novembro, a Virada Sustentável Manaus, considerado o maior festival em prol da sustentabilidade na América Latina, voltou a ocupar a cidade no formato presencial, com mais de 50 atividades gratuitas para todas as idades. O evento, promovido pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS), em parceria com a Virada Sustentável Nacional e com apoio de mais de 35 organizações da sociedade civil, que fazem parte do Conselho Criativo, além de centenas de voluntários, tem o objetivo de incentivar a sociedade a adotar ações positivas para a conservação do meio ambiente e da floresta amazônica.
Um dos grandes marcos do festival foi a participação de mais de 270 voluntários e 35 instituições que fazem parte do Conselho Criativo da Virada Sustentável Manaus. Ao todo, as atividades do evento atingiram 23 locais de todas as zonas da cidade, com a realização de ações de educação ambiental, culturais, infantis e sociais. Além disso, a iniciativa impactou mais de 10 mil pessoas.
“As ações da FAS acontecem ao decorrer de todo o ano, a depender dos prazos estipulados para cada projeto desenvolvido que pode ser de curto, médio e longo prazo. A FAS atua por diversas frentes de captação, priorizando o envolvimento integral do parceiro por meio da cocriação de projetos, visitas de campos e alavancagem de recursos por sua rede de parcerias. Em 2021, o ecossistema da FAS atingiu 321 parceiros entre instituições de pesquisa e ensino, governos, organismos multilaterais, empresas, organizações não governamentais e comunitárias. Historicamente, grande parte dos recursos da FAS vem de empresas privadas nacionais e internacionais, tendo como foco a filantropia e o investimento de impacto”,
ressaltou o superintendente.
Para combater os impactos negativos causados pela pandemia da Covid-19, a Fundação Amazônia Sustentável criou, em abril de 2020, a “Aliança dos Povos Indígenas e Populações Tradicionais e Organizações Parceiras da Amazônia para o Enfrentamento do Coronavírus”, ou Aliança Covid Amazônia. Em seu período de atividade, entre 2020 e 2022, a iniciativa teve o apoio de 220 parceiros – entre Associações, organizações indígenas, órgãos governamentais, Ministério Público, ONGs, instituições de ensino/pesquisa, empresas, pessoas físicas e cooperações internacionais.
“As estratégias da Aliança envolveram uma verdadeira força-tarefa robusta e emergencial para enfrentar os impactos da doença. Sob a coordenação da FAS e por meio da união de forças e especialidades, as ações foram divididas em sete eixos que variaram desde iniciativas para a redução do contágio até a retomada pós-calamidade. Em relação ao transporte de emergência, por exemplo, foram entregues nove ambulanchas para atendimento emergencial, combustível e 21 canoas para facilitar o trabalho de agentes de saúde, beneficiando 1,4 mil famílias de 42 comunidades. A Aliança também distribuiu mais de 29 mil cestas básicas, 613.310 máscaras, 1.269 oxímetros e 26.817 unidades de álcool gel, beneficiando quase 385,4 mil pessoas”, disse.
Na escala global, a Fundação possui agendas de cooperação internacional e articulações multilaterais, assim como a participação na Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável (SDSN). Na escala amazônica, é responsável pela secretaria executiva da Rede SDSN Amazônia, além de manter um intenso canal de interlocução com as principais instituições voltadas para meio ambiente e sustentabilidade na América Latina e Pan-Amazônia.
Leia mais:
Estudantes do Ifam desenvolvem projeto social para ajudar crianças de ONG em Manaus
Grupo de voluntários distribui sopa para pessoas em situação de rua em Manaus
Associação em Manaus promove inclusão social e capacitação para a comunidade surda
Para ficar por dentro de outras notícias e receber conteúdo exclusivo do portal EM TEMPO, acesse nosso canal no WhatsApp. Clique aqui e junte-se a nós! 🚀📱