Um dos principais símbolos da Páscoa é o chocolate, e embora o alimento seja delicioso, os pais de pets precisam estar atentos ao alimento, já que, em um momento de distração, o animal pode comer um pedaço. Pode parecer uma ação inofensiva, mas o ingrediente é bastante tóxico para cães e gatos.
A explicação para tal perigo está na teobromina, uma substância presente na manteiga do cacau que não é metabolizada da mesma forma pelo organismo dos animais. Isso pode provocar uma forte estimulação cerebral, ocasionando arritmias cardíacas.
“Em outras palavras, quanto maior a concentração de cacau na composição do chocolate, maior a porcentagem de teobromina e, com isso, piores serão os efeitos. Chocolates brancos ou ao leite também não devem ser oferecidos aos animais, uma vez que o risco de intoxicação ainda existe”, alertou Tainã Braúna, médico veterinário e coordenador do Hospital Veterinário Star Vet.
Não são raros os casos em que pets consomem chocolate. No entanto, alguns tutores ainda não sabem como lidar com essa situação e nem conseguem identificar os sinais de intoxicação. É interessante estar ciente dos fatores que influenciam a gravidade do caso, como o peso do animal, a quantidade consumida e a frequência.
O que fazer?
De acordo com o veterinário, os sintomas podem variar conforme o tipo de chocolate consumido — sendo que quanto mais escuro for o chocolate, o risco de intoxicação será maior. Eles costumam iniciar de 2 a 4 horas após o consumo, sendo que a teobromina pode permanecer ativa no organismo por até 24 horas.
Sendo assim, é importante que os tutores fiquem atentos a sinais como:
- Náuseas e vômitos;
- Diarreia;
- Inquietação;
- Falta de ar;
- Fraqueza;
- Crises convulsivas.
Um ponto extremamente crucial é ter calma e agir rápido. “Tente descobrir qual tipo de chocolate o pet comeu, o tamanho da dose e o tempo decorrido desde o consumo. Isso são informações fundamentais para entender a gravidade do caso. Na sequência, procure um veterinário o mais rápido possível”, orienta o especialista.
Tratamento
Tainã explica que o tratamento do quadro depende da gravidade da intoxicação. Um deles inclui o uso de carvão ativado. “Quando administrado no animal logo após a ingestão do chocolate, contribuirá para que a substância tóxica não seja absorvida pelo organismo devido a sua ação adsorvente”.
Outro procedimento é a fluidoterapia, na qual é feita a reposição de líquidos perdidos devido à diarreia e ao vômito. O profissional também pode fazer a detecção de arritmias cardíacas causadas pela teobromina e o controle de convulsões, administrando medicamentos para controlar convulsões.
Há ainda o uso de sonda uretral e a internação como forma de monitoramento e tratamento do animal. “Lembre-se que a rapidez no atendimento é crucial e pode salvar a vida de seu animal. Também não induza o vômito sem a orientação do veterinário, pois isso pode piorar a situação”, elucida Tainã.
Comer pouco chocolate também prejudica os pets
Por mais que o pet coma pouca chocolate, isso já é suficiente para intoxicá-lo. Além disso, os animais de pequeno porte sofrem ainda mais com esse problema, dado que a proporção do chocolate ingerido em relação ao seu peso será determinante para a gravidade do quadro.
Isso não significa que o bichinho precisa ficar de fora das comemorações de Páscoa. Hoje em dia, o mercado está cheio de produtos que substituem os chocolates. Porém, ainda que os petiscos sejam próprios para os pets, é preciso ter cuidado na hora de oferecê-los.
*Com informações do Metrópoles
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