Os recentes casos de violência sexual contra crianças que aconteceram em Manaus, foram motivo de repúdio e revolta dos deputados da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), durante os discursos nesta terça-feira (5) durante a Sessão Ordinária.
O deputado estadual João Luiz (Republicanos) foi o primeiro a se manifestar sobre os casos, enaltecendo a atuação da rede de proteção em favor das crianças.
O parlamentar, que é presidente da Comissão de Proteção às Crianças e Adolescentes da Assembleia, citou os casos que aconteceram em Manaus e que tem assustado a sociedade.
“Nesta terça-feira, um sujeito de 27 anos dopou e abusou da enteada de 10 anos no bairro Alvorada. Já está em investigação, sendo denunciado pela mãe da criança. Ontem, num shopping da cidade, outro sujeito foi pego fazendo gestos sexuais para uma criança de cinco anos em uma loja de departamentos. No sábado, repercutiu o caso do tio que abusava do sobrinho autista de quatro anos e transmitia em vídeo na internet. São casos como esses que a população não tolera”, disse, completando que a delegada Juliana Tuma está fazendo um ótimo trabalho à frente da Delegacia Especializada na Proteção da Criança e Adolescente.
Em seu discurso, a deputada Alessandra Campelo (Podemos) também se manifestou sobre os casos. “Este caso do shopping não é o primeiro. Teve também no ano passado o caso que aconteceu na loja Renner. Neste último, a população ficou revoltada e agrediu o homem, que está preso. Ainda bem que a justiça entendeu que ele deve ser afastado da sociedade. No caso Renner, o estuprador já está solto”, explicou.
De acordo com a parlamentar, os casos que envolvem crianças são os que mais têm subnotificação nas delegacias, pois a criança não sabe que está sendo estuprada. “É um crime silencioso em que um adulto precisa ficar sabendo para denunciar, senão vai passar impune”, destacou.
A deputada Joana Darc (UB) repudiou o caso dos abusadores – um deles médico veterinário – de uma criança autista não verbal de quatro anos, que também está repercutindo na cidade, desde o fim de semana.
Darc enfatizou que, infelizmente, a legislação é falha e lamentou que daqui a pouco eles estarão soltos. Ela destacou que a violência aconteceu com uma criança autista não verbal, que não pode nem falar, se defender.
“Faço meu repúdio como mãe de uma criança com síndrome de Down, com a mesma idade da criança abusada. Porém, mais importante que prender esses criminosos é manter a prisão, porque há dois meses denunciei o caso do Luan Patrono, que fazia festa do Dias das Crianças para estar próximo de suas vítimas e já está solto, vivendo a vida dele no bairro Nossa Senhora de Fátima”, criticou.
A importância do olhar atento dos adultos às crianças foi reforçada pela deputada Débora Menezes (PL), em seu pronunciamento sobre os casos de violência contra crianças.
“A criança, quando está com um abusador, muitas vezes está com alguém que considera de confiança. Por isso, as pessoas que estão ao redor tem de ser as primeiras a denunciar ao primeiro sinal e primeira desconfiança. A população precisa estar atenta e denunciar para que o ciclo da violência não se perpetue”, destacou.
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