A atriz e cantora francesa Brigitte Bardot morreu aos 91 anos. A fundação que leva seu nome confirmou a informação neste domingo. Contudo, a causa da morte, o local e o horário do falecimento permanecem em sigilo.
“Com imensa tristeza, a Fundação Brigitte Bardot anuncia a morte de sua fundadora e presidente, Madame Brigitte Bardot, atriz e cantora de renome mundial, que escolheu abandonar sua prestigiada carreira para dedicar sua vida e sua energia à defesa dos animais e à sua fundação”, diz o comunicado enviado à agência AFP.
Trajetória e ascensão ao estrelato
Brigitte Anne-Marie Bardot nasceu em Paris, em 28 de setembro de 1934. Antes de ser descoberta pelo cinema, formou-se em balé clássico no Conservatório Nacional de Música e Dança. Aos 15 anos, ela já iniciava sua trajetória como modelo ao estampar capas de revistas como a Elle.
A estreia nas telonas ocorreu em 1952, no filme “A Garota do Biquíni”. Entretanto, a fama mundial consolidou-se em 1956 com “E Deus Criou a Mulher”, dirigido por seu então marido, Roger Vadim. O longa enfrentou a censura em Hollywood devido à sensualidade, o que, ironicamente, impulsionou a popularidade da atriz.
O fenômeno “Bardot” e a liberdade feminina
Descrita como “a mulher que inventou Saint-Tropez”, Bardot tornou-se um ícone da liberdade sexual. Nesse sentido, ela desafiou padrões conservadores e provocou reações intensas da Igreja. Em 1957, o Vaticano a classificou como uma “má influência”, mas a reprovação apenas aumentou as filas nos cinemas.
Durante sua carreira, Bardot atuou em mais de 45 filmes e gravou 70 músicas. Além disso, ela criou a famosa “pose Bardot” e popularizou o decote ombro a ombro, que carrega seu nome até hoje como referência estética.
Refúgio em Búzios e impacto no Brasil
Em 1964, a atriz transformou a vila de Búzios, no Rio de Janeiro, em um destino turístico mundial. Naquela época, ela buscava refúgio dos holofotes e permaneceu cerca de quatro meses na cidade com o namorado Bob Zagury.
A presença de Bardot alterou a economia local. Atualmente, a cidade mantém a “Orla Bardot” e uma estátua de bronze em sua memória como símbolos dessa passagem histórica.
Vida pessoal e relação com a maternidade
A atriz casou-se quatro vezes. O atual marido, Bernard d’Ormale, a acompanhava desde 1992. Apesar de ter tido um único filho, Nicolas-Jacques, com Jacques Charrier, a relação entre eles foi conturbada.
“Não fui feita para ser mãe”, admitiu Bardot anos depois. “Adoro animais e crianças, mas nunca fui adulta o suficiente para cuidar de uma criança”.
O legado no ativismo animal
Bardot abandonou o cinema em 1973, aos 39 anos, para focar no ativismo. Posteriormente, em 1986, criou a Fundação Brigitte Bardot. A organização foca em resgate, proteção e campanhas de esterilização.
Como resultado de sua dedicação, a vegetariana convicta tornou-se uma das vozes mais potentes pelos direitos dos animais. Ela chegou a doar vultosas quantias para abrigos e frequentemente confrontou governos para garantir o tratamento ético de diversas espécies.
*Com informações do Extra
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