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COPA DO MUNDO 2022

Amazonenses opinam se Tite pode ser o técnico do Hexa Brasileiro

Tite assumiu o comando da seleção brasileira, em 2016, com a fama de um possível ‘salvador da pátria'

Manaus (AM)- Liderar a seleção é o anseio máximo de carreira para qualquer técnico brasileiro, mas são poucos os treinadores que tiveram esse privilégio. Com seis anos no comando da Seleção Brasileira, Adenor Leonardo Bachi, o Tite, tem feito seu trabalho com excelência acumulando números impressionantes durante a sua carreira e tem a grande oportunidade de escrever o nome na história do Brasil.

O sucessor de Dunga foi escalado para o cargo em 2016 com a missão de resgatar o bom futebol do time canarinho e fazê-lo reconquistar o mundo. Com uma trajetória recheada de altos e baixos, qual a chance de o Brasil conquistar o hexa na Copa do Mundo da Federação Internacional de Futebol (FIFA), que será realizada no Catar, sob o comando do Tite?

Tite assumiu o comando da seleção brasileira, em 2016, com a fama de um possível ‘salvador da pátria’. No entanto, após seis anos consecutivos à frente da seleção – se tornando o único treinador a alcançar o feito –, o técnico já não conta com o mesmo apoio que tinha anteriormente, apesar de seus números ainda serem ótimos.

Foto: Lucas Figueiredo/CBF

O Brasil, comandado por Tite, está no Grupo 6 da competição e estreia no dia 24 de novembro contra a Sérvia. Conhecidos como “brasileiros do Leste Europeu” e famosos por apresentar um futebol técnico, a Sérvia tem chances de impor dificuldades ao time de Tite.

O jornalista esportivo Leanderson Lima, 41 anos, destaca que o fator que pode definir a capacidade de Tite ser o técnico do Hexa se resume em uma palavra: momento. De acordo com Leanderson, a atuação do técnico da seleção brasileira não é o único ponto decisivo para o melhor desempenho do time.

“As chances do Tite estão em cima do momento. O momento como os jogadores vão chegar no Qatar do ponto de vista físico e emocional. Técnica, eles têm de sobra, mas de nada adianta a técnica, o talento, se o Neymar, por exemplo, chegar fora de forma ou contundido ou se recuperando de contusão no Catar. E isso serve para os demais jogadores”, disse.

O especialista analisou os cinco títulos da Copa do Mundo da FIFA conquistados pela Seleção Brasileira nos anos de 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002, frisando que o time se encontrava em grande momento técnico, físico e emocional.

“Estamos falando do torneio de um mês com sete jogos. É um tiro muito curto. Tudo tem que funcionar como uma orquestra. Nada pode sair do lugar. Por exemplo, em 2014, a gente tinha uma seleção forte tecnicamente e fisicamente, mas era emocionalmente frágil. O choro do capitão Thiago Silva, nos pênaltis contra o Chile, nas oitavas de final, aliás, toda a choradeira que teve, era o sintoma de que eles não estavam preparados emocionalmente para enfrentar aquela Copa, e o resultado foi 7 a 1”, pontuou.

Jornalista esportivo Leanderson Lima – Foto: arquivo pessoal

O técnico da seleção brasileira Tite anunciou que, independentemente do resultado, após a participação do Brasil na Copa do Mundo do Catar deixará o cargo. Do ponto de vista do jornalista, Tite cumpriu o seu trabalho na Seleção da melhor forma possível e, segundo ele, pode ser considerado o melhor técnico brasileiro.

“Eu acredito que o Tite fez um trabalho muito bom, até aqui. A parte dele está feita. Você pode discordar de uma convocação ou outra, o que vai acontecer sempre, em qualquer tempo, com qualquer treinador, mas no geral ele fez um bom trabalho. Ele ainda é o melhor técnico brasileiro, com sobras. Então, para que ele seja o técnico do Hexa, basta que tudo isso que eu listei funcione”, destacou.

Fora os títulos de Copa do Mundo, a Seleção Brasileira coleciona quatro títulos de Copa das Confederações (1997, 2005, 2009, 2013), e nove títulos de Copa América (1919, 1922, 1949, 1989, 1997, 1999, 2004, 2007 e 2019). Na sua trajetória como jornalista esportivo, Leanderson revela que a conquista da Copa América de 2019 foi um dos momentos mais marcantes da trajetória do técnico Tite à frente da Seleção Brasileira. A conquista do time em 2019 aconteceu sem o craque brasileiro Neymar, que havia se lesionado em um dos amistosos preparatórios para a competição em casa. Segundo ele, nesse momento o time se libertou da considerada “Neymar-dependência”.

“Temos um time muito bom, com bons valores e hoje não sofremos mais com a ‘Neymar-dependência’. O Neymar ainda é um jogador de valor dentro da Seleção, mas não é mais imprescindível. O nosso coletivo é muito bom. A conquista da Copa América de 2019 é um exemplo disso. O Tite conquista o título sem o Neymar, que acabou cortado por lesão. Ali sobressai o coletivo. O grupo ficou muito forte. Ali a seleção deu um atestado de que poderia viver sem o Neymar. Para mim, o melhor momento do Tite com a Seleção”, comentou.

Em entrevista ao programa ‘Dia de Jogo’, da casa de apostas Betfair, os ídolos na Seleção Brasileira Rivaldo e Ronaldo Nazário comentaram sobre a importância do trabalho do Tite conduzindo a Seleção Brasileira na Copa do Catar e as mudanças no futebol nesse período.

Rivaldo comentou que o tempo do treinador no cargo será fundamental para um bom desempenho da seleção no Catar.

“O entrosamento do time ajuda muito o grupo, vejo muita gente criticando o treinador que poderia convocar outro jogador, porém ele já tem praticamente um grupo fechado de sua confiança dele, que é muito importante, eu acredito que ele está muito confiante para esta Copa do Mundo, ele vem de um Mundial em 2018 onde foi eliminado pela Bélgica, e com certeza ele vai querer dar a volta por cima com os jogadores que ele está levando, que são de confiança. O tempo ajuda muito”, pontuou.

De acordo com Ronaldo, há uma pressão em cima do treinador para a convocação de atletas que estão despontando neste período pré-Copa do Mundo, mas destacou que a concorrência é grande.

“Não podemos esquecer que somos um país de 200 milhões de treinadores. Principalmente chegando mais próximo da Copa, há um apelo por um jogador ou outro, principalmente que está no Brasil se destacando, a concorrência é muito dura”, disse.

Para o entusiasta do futebol e torcedor da Seleção Brasileira, Jarlisson Cruz dos Santos, o desempenho de Tite depende do estilo de jogo que será implementado pelo técnico na primeira fase da Copa e ressaltou que o time é composto por um bom elenco repleto de novos talentos e os veteranos que, segundo ele, não decepcionam.

Jarlisson Cruz dos Santos – Foto: arquivo pessoal

“Dependendo da formação e aproveitando o bom momento dos jogadores, possa ser que o Técnico brasileiro consiga trazer o hexa ou pelo menos chegar nas fases finais da Copa do Mundo. O momento da Seleção brasileira é bom pelo fato de conseguir a maior pontuação da história das eliminatórias da América do Sul ainda faltando um jogo adiado contra Argentina, mas o teste maior da seleção brasileira será na Copa do Mundo. Uma boa atuação de nível da Seleção Brasileira, foi contra o Uruguai aqui na Arena da Amazônia, onde o Brasil venceu por um Placar de 4 X 1 sobre os Uruguaios. Se caso a Seleção Canarinho obter esse tipo de empenho como vimos aqui, a chance de chegar no Hexa será grande”, explicou.

Ao serem perguntados sobre qual técnico poderia trazer o hexacampeonato para o Brasil, a decisão foi unânime: Cuca. Alexi Stival, mais conhecido como Cuca, é um treinador e ex-futebolista brasileiro popular pelo estilo único de jogo do treinador, chamado de “Cucabol”.

 “O nome bem mais avaliado pelo estilo de jogo ofensivo que deu resultado positivo na maioria dos jogos que comandou e do técnico CUCA (ex: Atlético-MG), acho que é seria um técnico bom para trazer o Hexa na próxima copa do mundo caso o Brasil não ganhe essa”, disse Jarlisson.

“O Cuca teria chances. Ele está vivendo um grande momento e resolver problemas complexos em curto prazo seria uma ótima tarefa para ele”, complementou Leanderson.

Técnicos da seleção brasileira na última década

Mano Menezes (2010-2012)

O técnico Mano Menezes foi o escolhido para assumir o cargo da Seleção Brasileira após a eliminação na Copa do Mundo de 2010. Durante as 33 partidas em que o clube participou o seu comando, Mano conseguiu 21 vitórias, seis empates e seis derrotas. O treinador deixou o cargo apenas com as taças do Superclássico das Américas de 2011 e de 2012, fracassos na Copa América e nas Olimpíadas e queda histórica no ranking mensal da Fifa.

Após as críticas por ter perdido alguns títulos importantes e por não ter formado uma base para a Copa das Confederações de 2013 e, principalmente, a Copa do Mundo de 2014, o técnico vinha de elogios por três boas atuações contra Iraque (6 a 0), Japão (4 a 0) e Colômbia (1 a 1), mas não resistiu mesmo com a conquista do segundo Superclássico na última quarta.

Luiz Felipe Scolari (2013-2014)

Mais conhecido como Felipão, Luiz Felipe Scolari assumiu o cargo de técnico da Seleção Brasileira um ano antes da Copa do Mundo que aconteceria no Brasil.  O técnico venceu partidas importantes e a mais marcante foi o 3 a 0 sobre a Espanha que deu o título da Copa das Confederações.

A conquista criou grandes expectativas para o ano seguinte, ano da Copa do Mundo, porém as coisas não aconteceram como o esperado e o final da história terminou com a grande derrota de Seleção Brasileira de  7 a 1 para a Alemanha, considerado o maior vexame sofrido pelo clube.

Dunga (2014-2016)

Mais conhecido como Dunga,Carlos Caetano Bledorn Verri, assumiu o comando da Seleção Brasileira após o ocorrido na Copa do Mundo de 2014. Dunga foi criticado por torcedores sobre o estilo de jogo e o desempenho da canarinho, além de não convocar os principais atletas do cenário mundial e, para completar, tinha uma relação conturbada com a imprensa.

Após uma sequência de resultados que culminou com eliminação e derrota para o Peru na Copa América Centenário em 2016, Dunga foi demitido.

Tite (2016-atualmente)

Atualmente comandando a Seleção Brasileira,em 2019, Tite setornou o primeiro treinador a ser campeão da Copa América, da Copa Libertadores da América e da Copa Sul-Americana. Com 74 partidas disputadas desde quando aceitou se tornar técnico do time brasileiro, Tite conta com duas derrotas marcantes em partidas oficiais.

A estreia de Tite foi em setembro de 2016: no jogo contra o Equador, em que o Brasil ganhou por 3 a 0. A intenção na Copa de 1018 era de quebrar o jejum de 16 anos sem um título mundial. A primeira derrota do técnico foi nas quartas de final da Copa do Mundo de 2018 diante da Bélgica e a outra ocorreu na final da Copa América 2020 (realizada em 2021) em disputa contra a rival Argentina, no Maracanã.

Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Mesmo com a derrota, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) continuou confiando e manteve o trabalho do técnico na Seleção Brasileira até atualmente.

Em 2020, Tite teve quatro jogos com a Seleção Brasileira com o aproveitamento de 100% e todos foram válidos pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022. O ano de 2021 foi marcado por um impasse: derrota na final da Copa América para a Argentina e pela classificação antecipada para a Copa do Mundo de 2022.

Após a Copa do Mundo de 2022, realizada no Catar, o técnico Tite anunciou que deixará o comando técnico da seleção brasileira e declarou que ainda não sabe qual caminho irá seguir. Tite também descartou as especulações de que pode assumir uma equipe do futebol brasileiro em 2023 e garantiu que isso não irá acontecer.

Edição Web: Bruna Oliveira

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