Manaus (AM) – O crescimento na frota de veículos representa um novo desafio a mobilidade urbana em Manaus. Em abril deste ano foram registrados 440.425 automóveis na capital, segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM). O aumento na quantidade de carros, juntamente com a falta de infraestrutura e opções de transporte alternativo, dificultam cada vez mais a vida da população amazonense.
No mesmo período, também foram contabilizadas 244.090 motocicletas, 27.866 motonetas, 10.393 ônibus e 3.139 micro-ônibus. Este ano, com o anúncio do governo federal de descontos sobre o valor dos veículos de 1,5% a 10,8% , esse índice deve aumentar. Isso porque a medida será implementada com a redução das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Programa de Integração Social e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins) para a indústria automotiva.
No final do mês de maio, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio Lima Leite, afirmou que o anuncio do governo federal já produziu efeitos imediatos na produção automobilística, em entrevista na sede Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Leite considerou que a queda nos impostos vai elevar a produção em até 300 mil veículos por ano.
Em Manaus, a falta de infraestrutura para atender a frota de veículos atual prejudica o trânsito e a população percebe os efeitos negativos. A advogada e empresária de 26 anos, Paola Furtado, relatou que trabalha de casa, mas quando precisa sair, procura ter pelo menos 45 minutos de antecedência para evitar atrasos.
“A gente sofre bastante com a falta de planejamento da cidade, pois não existe infraestrutura para atender a população como um todo. Eu tento marcar meus compromissos em horários que não tenha tanto trânsito, apesar disso ser bem difícil. Então sempre que preciso sair, opto por sair com 45 minutos de antecedência para não correr o risco de me atrasar”, declarou
Alternativas para resolver esse déficit existente, conforme o crescimento da cidade, estão avançando. O mestre em segurança pública Mario Jumbo Miranda Aufiero, alegou que uma das alternativas que poderia ser implementada na capital, em um curto espaço de tempo, seria o sistema de rodízio de carros, similar ao que já foi instaurado desde 1997, na cidade de São Paulo, como estratégia para reduzir os problemas de congestionamento no trânsito.
“Eu vejo que essa questão poderia a curto espaço de tempo ser implantado o sistema de rodízio de carros, isso ajudaria bastante. Também uma coisa importante que a prefeitura de Manaus pode fazer, é abrir as esquinas com a direita livre, isso iria aliviar alguns pontos de estrangulamentos do trânsito. Por fim, termos os semáforos sincronizados em avenidas de grande percurso, dessa forma o trânsito fluirá melhor”, disse o mestre em administração pública.
No sistema de rodizio, carros e caminhões são divididos nos dias uteis da semana para poderem circular nas vias públicas, em dias específicos. A seleção de cada veículo é feita por meio do final da placa do automóvel.
O Em Tempo entrou em contato com o Diretor-presidente do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), Paulo Henrique Martins, questionando quais alternativas já estão sendo planejadas para a melhoria no trânsito da cidade de Manaus. Em resposta, Martins declarou que já existe um plano em andamento, pelo programa do prefeito David Almeida.
“Então, o programa de mobilidade do prefeito David Almeida considera todas as etapas a partir de uma avaliação que foi feita, foram identificados os principais problemas da cidade, os principais lugares onde há congestionamento e demora, pra que esses lugares, esses problemas, possam ir sendo solucionados gradativamente, uma vez que há um déficit muito grande de investimento nessa área da cidade e não dá pra resolver tudo de uma vez.”, declarou.
O programa começou pela implementação de sistemas inteligentes de semáforos e resultados já podem ser observados, devido maior fluidez, velocidade e menor tempo de espera nos locais que foram instalados. Resultados de estudos para alargamento nas avenidas Efigênio Salles e Djalma Batista estão em processo licitatório, com essas obras as avenidas ganharão mais fluidez no trânsito, segundo diretor-presidente do IMMU.
Na zona norte, a obra de construção de uma passagem subterrânea entre a avenida das Torres e avenida Rio Branco, está em processo de construção. Muitos projetos estão em fase de licitação e estudo para analise e chegada ao projeto funcional.
“Então vejo que a prefeitura tem sim trabalhado na ampliação da capacidade do sistema viário, para que no futuro tendo mais carros, nós teremos ruas com capacidade para receber esses carros e também começando a resolver um pouco desse déficit, que existe ao longo de muitos anos quando a cidade cresce mais, o trânsito aumenta o número de carros no trânsito do que a capacidade da cidade de promover obras promover medidas, que possam melhorar. Nós estamos avançando não se resolve da noite pro dia, mas existe um planejamento e esse planejamento está em curso”, afirmou o Diretor-presidente do IMMU.
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O Parque 10 só tem duas saídas para a área central da cidade, muitas pessoas que moram na Zona Norte utilizam essas saídas o que torna o trânsito insuportável no local a qualquer hora do dia. O que poderia contribuir pra amenizar seria a proibição de entradas e saídas para esquerda tanto do conjunto Castelo Branco quanto na Tancredo Neves utilizando a rotatória do Mindu e o retorno oficial após o Bradesco. É uma sugestão aos engenheiros de trânsito. A situação piora a cada dia.