Manaus (AM) – Em junho, o Teatro Gebes Medeiros, Avenida Eduardo Ribeiro, 937, no centro da capital, recebe duas sessões do “Cabaré Chinelo”, espetáculo do Ateliê 23 inspirado na pesquisa de Narciso Freitas e em parceria com a companhia de teatro argentina García Sathicq. As apresentações acontecem neste sábado,10, às 20h, e domingo,11, às 19h. Os ingressos antecipados estão disponíveis no Sympla (sympla.com.br) ou pelo Instagram (@atelie23). A classificação é 18 anos.
O “Cabaré Chinelo” tem apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), além da Fundação Nacional de Artes (Funarte) e Fondo de Ayudas para las Artes Escénicas Iberoamericana – Iberescena.
O “Cabaré Chinelo” propõe ao público uma imersão na Belle Époque manauara entre 1900 e 1920, para contar histórias de mulheres reais que foram levadas à prostituição, em um grande esquema de tráfico internacional e sexual no início do século XX, na capital do Amazonas. Uma delas é Antonieta Invertida, vivida por Andira Angeli, multi artista independente que transita entre o teatro, a dança e o circo como linguagens.
“A Antonieta é controversa, é a sede pela vida e o desejo pela morte, porque a morte promete muita coisa para ela. A vida oferece dor, sofrimento, abuso, violência e a morte oferece descanso, então ela vive nesse conflito”, define a atriz. “A personagem tem um recorte de uma pessoa que foi sequestrada da Argentina quando criança e viveu essa vida em Manaus”.
Representatividade
Andira destaca que Antonieta representa muita força e um lugar de resistência. Ela conta que, para compor a personagem, trouxe a vivência como travesti.
“Antonieta teve uma narrativa de violência com a qual eu posso me identificar. Vivo dando voz para outras travestis, ecoando as vozes delas para lugares onde não puderam estar e sinto que a Antonieta é isso também, ela reúne vivência de mulheres que não puderam falar, que não tiveram escolhas”, comenta a artista. “Como uma pessoa trans, é representativo para mim estar em cena. Sei que, para comunidade, esse lugar que outras pessoas não se veriam se eu não tivesse lá é forte”.
*Com informações da assessoria
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