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Sem desfecho

“Quem mandou matar Marielle?”: quatro anos depois, pergunta permanece sem resposta

Duas pessoas estão presas acusadas de serem os executores, mas o mandante do crime ainda não foi identificado

De acordo com o Ministério Público, a principal hipótese é de motivação política

Rio de Janeiro (RJ) – Os assassinatos da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes continuam sem um desfecho quatro anos depois, completos nesta segunda-feira (14). São 1.461 dias que a família dos dois esperam por uma resposta sobre o caso. A contagem consta no site do Instituto Marielle Franco, que cobra que o crime seja solucionado. O instituto realiza hoje um festival para cobrar justiça por Marielle e Anderson no Circo Voador, no Rio de Janeiro.

Ainda nesta segunda, os advogados das famílias da parlamentar e do motorista também vão protocolar um mandado de segurança no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para que as informações dos autos de investigação sobre os mandantes do assassinato sejam compartilhadas. “O corpo e a voz de Marielle respiravam luta. Hoje são quatro anos sem ela. Honremos sua trajetória, exijamos respostas”, escreveu Anielle Franco, irmã da vereadora no Twitter.

O que se sabe

A investigação chegou a identificar os executores do crime e sabe como foi a dinâmica do assassinato, mas até hoje não sabe quem foi mandante. Ainda não se sabe também qual foi a motivação para o assassinato. De acordo com o Ministério Público, a principal hipótese é de motivação política. Já a Polícia civil afirma que o caso é tratado como duplo homicídio.

Desde 2019, o sargento reformado da polícia Ronnie Lessa e o ex-policial militar Élcio de Queiroz estão presos acusados de serem os executores do crime. Os dois respondem por duplo homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, emboscada e sem dar chance de defesa às vítimas e vão a júri a popular. Mas ainda não tem data para o julgamento.

De acordo com as investigações, Ronnie Lessa foi o autor dos disparos e Élcio de Queiroz conduzia o veículo da emboscada. Eles negam participação do crime.
No ano passado, as investigações apontaram o nome do ex-vereador do Rio Cristiano Girão como possível suspeito. O ex-parlamentar está preso preventivamente desde 2021 acusado de ter participado de um outro homicídio cometido por Lessa.

Em julho do ano passado, houve uma mudança nos promotores que investigam o caso. Os promotores Simone Sibilio e Letícia Emile pediram para sair voluntariamente da força-tarefa alegando “interferências externas”.

No âmbito da Polícia Civil, a investigação também foi marcada por mudanças. Até o momento, já participaram cinco delegados no caso. A última mudança foi no início deste ano.

Relembre o crime

Marielle Franco e Anderson foram executados na noite de 14 de março de 2018 no Estácio, na região central do Rio de Janeiro. Também estavam com os dois a assessora da vereadora que sobreviveu.
Os três estavam dentro de um carro quando foram cercados por um outro veículo que atirou várias vezes contra eles. Marielle foi atingida por quatro tiros, três na cabeça e um no pescoço.

A vereadora tinha participado de um evento na Casa das Pretas, na Lapa, pouco antes do crime. As imagens de câmaras de segurança mostram quando ela entra no carro e é seguida por um outro veículo. O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) classificou o assassinato como “profundamente chocante”.

Diversas personalidades usaram as redes sociais para cobrar respostas sobre o crime nesta segunda. Entre elas, o ex-presidente Lula (PT), a jornalista Eliane Brum, o pré-candidato à presidência Ciro Gomes (PDT), o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), a Anistia Internacional e o líder da oposição no Senado e Randolfe Rodrigues (Rede).

*Com informações do Correio Braziliense

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