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Decisão

Técnico de vôlei acusado de estuprar atletas adolescentes no AM é solto pela justiça

Técnico foi preso novembro de 2023 durante a Operação Bloqueio

Foto: Reprodução

O técnico de vôlei, Walhederson Brandão Barbosa, de 40 anos, suspeito de estuprar atletas adolescentes no Amazonas, foi solto pela justiça no último dia 13, em razão do vencimento do período de prisão temporária, que foi de 30 dias.

A Central de Inquéritos do Tribunal de Justiça do Amazonas informou ainda que por conta do Ministério Público do Estado do Amazonas já ter oferecido denúncia, o referido processo a que responde o investigado passou a tramitar na 2.ª Vara Especializada em Crimes contra a Dignidade Sexual de Crianças e Adolescentes, em segredo de justiça.

Relembre o caso

As investigações da Operação Bloqueio apontam que o técnico da Seleção Amazonense de Vôlei da categoria Sub-16, Walhederson Brandão Barbosa, de 40 anos, preso em Manaus, praticava atos sexuais contra os atletas adolescentes há, pelo menos, 20 anos. A informação foi repassada pela delegada Joyce Coelho, titular da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e Adolescente (Depca), em novembro de 2023.

Com a promessa de tornar os jovens da periferia da capital e interior do Amazonas em atletas profissionais, o técnico foi preso dormindo com dois jogadores de 15 anos, na casa dele no bairro Vila da Prata, Zona Oeste da cidade.

“Há quase 20 anos ele atua da mesma forma, imaginamos que há um número muito maior de vítimas. Hoje, na casa, nós também pedimos busca e apreensão de possíveis vítimas que estariam ali, porque haviam relatos de que ele também acabava trazendo meninos do interior e abrigando esses meninos na casa dele. Acreditávamos que tinha dois adolescentes na casa dele. Entretanto, nós encontramos seis garotos residindo na casa, inclusive um garoto do município de Nova Olinda do Norte, em que os pais confiaram nesse homem como uma espécie de tio, para que ele pudesse ali orientar o garoto”esclareceu a delegada Joyce Coelho, durante coletiva a imprensa.

Conforme a delegada, um dos jovens de 15 anos, que estava no momento do flagrante, declarou que morava com o acusado há quatro anos, desde os 11 anos, com a promessa de seguir no esporte e em troca o técnico exigia favores sexuais.

“Era uma criança, os pais ficaram chocados quando descobriram que, na verdade, os garotos estavam ali sofrendo abusos sexuais”, afirmou.

As investigações iniciaram após denúncia anônima informando sobre um vídeo que teria sido compartilhado em redes sociais, no qual o técnico aparece tendo relações sexuais com dois adolescentes.

“A partir desse vídeo identificamos tanto o autor, quanto as vítimas. O primeiro adolescente identificado tinha 16 anos, ele admitiu e contou os fatos. Depois de várias notícias, nós verificamos que o modus operandi do técnico é igual. Ele é um treinador, que tem acesso a vários estudantes, de escolas públicas, particulares e é técnico da Seleção Amazonense sub-16”, explicou a delegada.

Joyce Coelho informou, ainda, que o suspeito ludibriava as vítimas com a promessa de que os levaria para jogar em times de vôlei de prestígio. As investigações continuam tendo em vista a possibilidade da existência de outras vítimas.

“Hoje nós temos aproximadamente 12 pessoas que estão na mesma situação. O que a dinâmica do crime era, em síntese, trabalhar em cima dos sonhos desses adolescentes. Oferecendo alguns benefícios, para que conseguissem chegar, galgar os postos que queriam no time de vôlei. E através disso, praticando atos sexuais com o professor”, disse.

A delegada reforçou que houve uma possível omissão da Federação Amazonense de Voleibol, por já haver denúncias contra o técnico que foram anteriormente arquivadas pela entidade.

“Há uma situação de uma possível omissão da Federação Amazonense de Voleibol, uma vez que várias vítimas já relataram que fizeram denúncias formais na entidade, e a federação apenas fez sindicâncias internas, mantendo o treinador no cargo, ou seja, deixando o treinador ter acesso aos adolescentes, conviver com os adolescentes, levar os meninos a hotéis, para dentro de casa, então, essa situação nós vamos consultar a federação para que eles esclareçam, e também nos encaminhem essas sindicâncias que teriam sido realizadas, apenas de uma maneira interna, sem comunicar à Polícia Judiciária”, esclareceu Joyce Coelho.

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