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IMAGENS FORTES

Abuso de drogas e exposição de menores: Vídeos do caso Dijdja Cardoso mostram vítimas após uso da ‘ketamina’

Vídeos anexados no inquérito registaram imagens de Djidja Cardoso e de sua cunhada, em 'situação deplorável' após o uso da substância ketamina

Manaus (AM) – A investigação sobre o caso Djidja Cardoso, o envolvimento da família e de funcionários do salão de beleza Belle Femme com drogas sintéticas e remédios anestésicos aponta a participação dos citados em uma seita religiosa chamada de “PAI, MÃE, VIDA“. Vídeos anexados no inquérito registaram imagens de Djidja Cardoso e de sua cunhada, esposa de Ademar Farias Cardoso Neto, apontado como o ‘cabeça’ da operação, em ‘situação deplorável’ após o uso da substância ketamina.

O inquérito, coordenado pelo delegado Cícero Túlio, titular do 1° Distrito Integrado de Polícia (DIP), apurou que a família, formada por Ademar, Cleusimar e Djidja, administrava a organização que atuava também com “tráfico de substâncias entorpecentes de natureza sintética de uso veterinário” e “administração forçada de tais substâncias em seres humanos“. As ações, segundo a polícia, levavam os dependentes químicos à situação de “quase morte“.

Trecho do inquérito. Foto: Reprodução

Consumo da ketamina

Vídeos coletados com testemunhas durante a investigação, registraram as vítimas em “situação deplóravel” após o uso da substância Ketamina.

“Os agentes desta Autoridade Policial durante o curso da investigação conseguiram coletar com testemunhas diversos videos que registram as vitimas em situação deplorável após o uso da substância KETAMINA.”

A substância química ketamina, também escrita como cetamina ou quetamina, é um composto utilizado para induzir e manter anestesia (em pessoas e animais). O medicamento era fornecido ilicitamente pela clínica veterinária Maxvet, localizada no bairro Redenção, Zona Centro-Oeste de Manaus. O empreendimento foi alvo de mandado de busca e apreensão nesta sexta-feira (31).

Trecho do inquérito. Foto: Reprodução

Em um dos vídeos divulgados a cunhada de Djidja Cardoso, aparece em um estado descrito no inquérito como de “completa catatonia”, após ser surpreendida pelos pais no momento em que fazia o uso da substância Ketamina; confira o vídeo abaixo.

Em outras imagens, ela aparece sendo atendida em uma ambulância sob o efeito da ketamina e ao fundo aparece a voz de uma criança, acompanhando os procedimentos e falando “mamãe não vai levantar. Vovó não vai ajudar”, revelando possivelmente ser seu filho mais velho, que o inquérito afirma já ter um convívio com as drogas.

“Outro video mostra as consequência do convívio do seu filho no ambiente de drogas onde é possivel ver a criança com cerca de 04(quatro) anos, convidando os pais para fumar maconha“, diz trecho do inquérito policial.

Djidja Cardoso também aparece em outras imagens divulgadas no inquérito sob o efeito da substância, com a presença do seu irmão Ademar e ao fundo a voz de sua mãe, Cleusimar. A ex-sinhazinha do boi Garantido foi encontrada morta na terça-feira (28), vítima de overdose de Ketamina.

Policiais que foram à casa de Djidja no dia em que ela foi encontrada morta, apresentaram, na delegacia, diversos frascos de ketamina, seringas, além de sedativos veterinários. Eles também afirmaram, em depoimento, que “no corpo da vítima existiam diversos sinais da utilização deste tipo de substância através da forma injetável”.

O inquérito

Em 2021, foi registrado um dos primeiros boletins de ocorrência contra o irmão de Djidja, por “perturbar psicologicamente” sua ex-companheira, na época com 25 anos.

Dois anos depois, em 2023, a mãe da atual esposa de Ademar, uma modelo de 27 anos, procurou a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (Deapca) para denunciar que o casal fazia uso de droga injetável (ketamina) na presença dos dois netos, um de 4 anos e o outro com apenas 40 dias de nascido.

Já este ano, em 24 de abril, um novo boletim de ocorrência foi registrado contra Ademar, dessa vez no 6º Distrito Integrado de Polícia (DIP), na Cidade Nova. A denúncia era de que Ademar estava levando droga para seus familiares consumirem e que também vinha mantendo a irmã, a ex-sinhazinha Djidja Cardoso, em cárcere privado. Inclusive, a polícia civil foi ao local e encontrou maconha.

Quatro dias depois, no dia 29, a avó de uma jovem de 27 anos foi até o 6º DIP denunciar que havia encontrado sua neta na casa de Ademar Cardoso “completamente entorpecida” e com “sangramento nas partes íntimas”. Esse caso acabou sendo transferido para o 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), na Praça 14, Zona Sul da capital.

No dia 23 de maio, novas denúncias contra Ademar, dessa vez feitas pelo pai de sua esposa. Segundo a denúncia, ele estaria levando e aplicando ketamina na esposa, que estava internada no Hospital Adriano Jorge, Cachoeirinha, Zona Sul, após ser internada com quadro altamente debilitado em virtude do consumo da droga.

Prisões

Justiça do Amazonas manteve as prisões dos cinco acusados de envolvimento na morte da empresária e ex-sinhazinha do Boi Garantido, Djidja Cardoso, que foi encontrada morta dentro de sua casa na terça-feira (28), por overdose de Ketamina, segundo Inquérito Policial. Cleusimar Cardoso (mãe de Djidja), Ademar (irmão de Djidja), Verônica da Costa Seixas (gerente do salão), Claudiele Santos da Silva (maquiadora do salão) e Marlisson Vasconcelos Dantas (cabeleireiro) estão presos.

Cleusimar, Ademar e Verônica foram presos na quinta-feira (30) à tarde, no momento em que tentavam fugir da polícia. Claudiele se entregou durante à noite de quinta e Marlisson se apresentou no 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP) na tarde desta sexta-feira (31).

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