Rafael Lima da Silva e Keyse de Oliveira Magalhães foram condenados a 39 anos e quatro meses e 30 anos de prisão, respectivamente, pelo homicídio qualificado da filha deles, uma bebê de apenas três meses. O crime ocorreu em 4 de fevereiro de 2023, no bairro Mauazinho, zona Leste de Manaus.
Fuga, prisão e julgamento
Após o crime, o casal fugiu de Manaus e foi preso em Juruti (PA) no dia 14 de julho de 2023. Eles foram transferidos para uma unidade prisional em Santarém (PA) e denunciados pelo Ministério Público em 5 de fevereiro de 2024. O juiz Mauro Antony decidiu, em 16 de maio de 2024, que o caso fosse julgado por um júri popular.
O julgamento ocorreu nesta terça-feira, de 9h às 21h, no Fórum de Justiça Ministro Henoch Reis, pela 3.ª Vara do Tribunal do Júri de Manaus. Presos em Santarém, os réus participaram por videoconferência e permaneceram em silêncio durante todo o processo.
Crime brutal e negligência
No dia da morte da criança, ela apresentou febre e vômitos por volta das 3h. Às 9h, os sintomas pioraram, mas Keyse só cogitou levar a filha ao hospital às 14h, quando a bebê já não respirava, estava fria e roxa. Por volta das 15h, Keyse pediu ajuda aos vizinhos, que chamaram o Samu. A equipe chegou às 17h30 e constatou o óbito.
Exames de corpo de delito revelaram diversas lesões por mordidas e agressões no corpo da criança, confirmando a brutalidade do crime.
Decisão do júri
O júri, presidido pela juíza Maria da Graça Giulieta Cardoso, rejeitou os argumentos da defesa, que pedia a desclassificação do crime para homicídio culposo e o afastamento das qualificadoras. O promotor José Augusto Palheta Taveira Júnior sustentou a condenação nos termos da pronúncia, que foi acatada pelos jurados.
Da sentença, cabe apelação. O caso chocou a comunidade e reforça a necessidade de combater a violência contra crianças.
(*) Com informações da assessoria
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