Manacapuru (AM) – Natural de Manacapuru (distante 98 quilômetros de Manaus), Ediomar Queiroz representou o Brasil no Festival Break The Floor, que ocorreu em fevereiro, em Cannes, na França. Mais conhecido como Bboy Tchantcho, o amazonense é popular na cena da cultura Hip Hop por seus movimentos de grande impacto (power moves e saltos mortais). No campeonato, também formaram o time brasileiro o nortista Bboy Mascot, de Belém do Pará, e Klesio, de Brasília.
O evento foi realizado no Palais des Festivals et des Congrès, palco de grandes festivais internacionais, como de cinema e de publicidade. Para a equipe de jornalismo do Em Tempo, o Bboy Tchantcho não poupou palavras para descrever como foi a experiência em participar de uma competição internacional.
“É uma das melhores expectativas que confesso que já tive. A gente se esforça e se dedica o tempo todo, e ao participar de uma competição internacional tudo o que você mais quer é fazer o melhor daquilo que você ama. A minha maior expectativa é em dar o meu melhor sem errar e deixar um legado de que não é impossível participar de uma disputa ao nível mundial. As pessoas do meu Estado [Amazonas] e da minha cidade Manacapuru precisam ver que representar a sua cultura em uma competição como essa não é algo impossível para os dançarinos de break“, destacou.
“Bboy” é a abreviação de “break boy”, que são os praticantes do break dance que se expressam por meio das batidas do gênero musical. A cultura Hip Hop engloba muito mais que apenas a dança e é composta por quatro elementos: DJ (disc jockey; MC (mestre de cerimônia/cantor de rap); break dance (a dança) e grafite (arte urbana com spray e tinta).
Como um dos elementos que compõem a cultura, o break dance carrega toda a ideologia que carrega esta manifestação. Geralmente praticado nas ruas, o breaking é considerado a mãe das street dances.
“O break está passando por essa revolução sem perder a sua origem cultural e entrando para a parte mais esportiva. Gostei disso de que um cara como o eu e os outros Bboys serão reconhecidos como atletas. Me sinto orgulhoso de representar o break, que é uma das culturas do Hip Hop que eu pratico, do Amazonas para o mundo. Para mim, o break mudou a minha vida e isso é muito bom. Isso é o break, ele muda e transforma as nossas vidas”, disse.
Estilo de dança
A dança de rua, que foi criada nos anos 1970, no Bronx, na cidade de Nova York, e chegou ao Brasil nos anos 1980 foi confirmada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) como modalidade nas Olimpíadas de Paris, em 2024. A entrada nos Jogos Olímpicos significa um marco muito importante para a cultura de rua, no entanto, a decisão levantou alguns questionamentos de que “dança não é esporte”.
“Quando a afirmação se refere às danças normais está absolutamente certo, mas falando do break é completamente diferente. A modalidade exige muito movimento, nós usamos muito o corpo para saltar, para fazer o power move (movimentos braçais) e se não tiver preparação física a pessoa não vai conseguir ser um bom Bboy. Para nós que praticamos, é essencial praticar algum esporte para desenvolver melhor o break. O bom é que sendo modalidade olímpica, as empresas vão ter mais oportunidades de investir na gente”, destacou.
Bboy Tchantcho ainda destacou que acredita na evolução da cena do break dance no Amazonas e ressaltou que espera que seja apenas uma ponte para conectar e fortalecer os Bboys amazonenses ao entrarem no cenário mundial.
A participação de Tchantcho no evento teve apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa.
Confira alguns vídeos:
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Edição web: Jonathan Ferreira
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