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Desaparecimento

Indigenista desaparecido planejou ação que destruiu 60 balsas ilegais na Amazônia

Bruno Pereira ajudou a Polícia Federal a elaborar toda a Operação Korubo, em 2019

O indigenista Bruno da Cunha Araújo Pereira, que está desaparecido na região do Vale do Javari em Atalaia do Norte com o jornalista Dom Phillips, ajudou a elaborar um plano conjunto com a Polícia Federal para destruir balsas ilegais de garimpeiros que exploravam minérios em áreas próximas a índios isolados na Terra Indígena Vale do Javari, na Amazônia. A informação foi revelada pela revista Veja.

Isso pode ter feito com que Bruno se tornasse um dos homens mais odiados pelos garimpeiros que extraem ouro dos rios da Amazônia e poluem as nascentes na região. Entre 2014 e 2020, Bruno fez mais de cinquenta viagens pela Funai, sendo doze delas para o município de Atalaia do Norte (AM), região onde desapareceu no último domingo.

Em setembro de 2019, como coordenador-geral de índios isolados e recém-contatados da Funai, Bruno ajudou a elaborar um plano conjunto com a Polícia Federal para destruir balsas ilegais de garimpeiros que exploravam minérios em áreas próximas a índios isolados na Terra Indígena Vale do Javari, Amazônia.

A Operação Korubo, como ficou conhecida a ação para atingir a infraestrutura dos garimpeiros, destruiu sessenta balsas flagradas na prática de garimpo ilegal. Após a operação, o Ministério Público Federal instaurou procedimento para identificar e punir os garimpeiros e alertou sobre a necessidade de um monitoramento constante na região.

Um mês depois da operação, em 4 de outubro de 2019, Bruno foi  exonerado da função de coordenador-geral de índios isolados.

As buscas

De acordo com as autoridades nenhuma linha de investigação é descartada sobre o desaparecimento dos dois profissionais. O gabinete de crise conta com o apoio da força nacional, e conforme as autoridades até o momento não há uma data estipulada para o encerramento das buscas.

O gabinete de crise foi instaurado ainda no domingo (5), dia do desaparecimento da dupla. Lanchas da Marinha do Brasil iniciaram as buscas logo após as forças de segurança serem acionadas sobre o caso.

A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) comunicou que o indigenista e o jornalista se deslocaram com o objetivo de visitar a equipe de Vigilância Indígena que se encontra próxima a localidade chamada Lago do Jaburu (perto da Base de Vigilância da FUNAI, no rio Ituí), para que o jornalista visitasse o local e fizesse algumas entrevistas com os indígenas.

*Com informações da revista Veja

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