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Europa

Onda de calor sufocante atinge Itália e pode bater recordes de temperaturas máximas na Europa

Temperaturas devem ultrapassar a marca dos 45 ºC em algumas partes do país

Pessoas se refrescam durante uma onda de calor contínua com temperaturas chegando a 40 graus, na Piazza del Pantheon, em 10 de julho de 2023 em Roma, Itália. Foto: Antonio Masiello/Getty Images

Uma onda de calor devastadora e mortal atinge a Itália nesta semana e pode quebrar recordes com temperaturas previstas acima de 45 °C em algumas partes do país.

A Sociedade Meteorológica Italiana chamou a onda de calor de Cerberus em homenagem ao monstro de três cabeças que aparece no Inferno de Dante como um guarda dos portões do inferno

“A terra está com febre alta e a Itália está sentindo isso em primeira mão”, disse Luca Mercalli, chefe da Sociedade Meteorológica Italiana.

O calor já deixou pelo menos uma vítima. Um trabalhador de construção de estradas de 44 anos morreu no hospital na terça-feira (11) após desmaiar na beira de uma estrada na cidade de Lodi, no norte da Itália.

As altas temperaturas, que se estendem pela Europa, são causadas por uma “cúpula de calor” — criada quando uma área de alta pressão permanece sobre o mesmo local por um longo período de tempo, retendo o ar quente por baixo.

Temperaturas muito altas no centro e no sul da Itália estão previstas para sexta-feira (14), quando a capital poderá registrar temperaturas recordes entre 40 e 45 °C. O Ministério da Saúde da Itália emitiu um alerta vermelho (que significa “risco de morte”) em 27 cidades esta semana, incluindo Roma, Florença e Bolonha.

As ondas de calor são um dos perigos naturais mais mortais. O alerta vem após um relatório publicado na Nature emitido na segunda-feira (10), que informou que a onda de calor do ano passado matou 61.672 pessoas na Europa. A Itália teve a maior taxa de mortalidade, com cerca de 18.000 mortes atribuídas ao calor no ano passado, segundo o relatório.

Mercalli alertou que pessoas vulneráveis ​​sem acesso a ar condicionado correm maior risco. Menos de 10% das casas na Europa têm ar condicionado, em comparação com cerca de 90% das casas nos Estados Unidos.

A umidade também deve subir, aumentando a miséria em toda a Itália. O governo emitiu advertências para a população ficar em casa, manter-se hidratada e evitar beber álcool.

As empresas foram instruídas a tentar evitar o envio de pessoas para trabalhar fora entre o meio-dia e 17h durante as próximas duas semanas e alguns acampamentos de verão para crianças suspenderam suas atividades.

Cidades com muitos turistas, como Roma, também estão fornecendo estações de resfriamento — com tendas de nebulização, água gratuita e autoridades de saúde disponíveis para lidar com insolação — perto das principais atrações, 

O calor excessivo no país também deve aumentar a partir de sexta-feira, quando Cerberus for substituída por uma nova frente chamada Charon — outra figura grega que transportou os mortos dos portões do inferno —, que pode fazer as temperaturas subirem ainda mais na próxima semana.

Elas podem até se aproximar da marca de 48,8 °C — recorde de temperatura mais alta da história da Europa, estabelecida na ilha da Sicília, em 11 de agosto de 2021 — segundo o governo italiano.

A onda de calor também está afetando outros países europeus, como França, Alemanha e Espanha.

A Espanha é particularmente atingida. O serviço meteorológico nacional AEMET alertou na quarta-feira (12) que as temperaturas podem chegar a 44º Cem partes do país.

O país já havia sido alvo de outra onda de calor em abril, que elevou as temperaturas para 38,8 ºC, quebrando o recorde mensal nacional anterior.

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