Manaus (AM) – A Comissão da Mulher, da Família e do Idoso da Assembleia Legislativa do Amazonas, representada pela deputada Alessandra Campêlo, pede punição rigorosa para o suspeito de feminicídio identificado como Ualas dos Santos, do município de Presidente Figueiredo (a 127 quilômetros de Manaus) em crime ocorrido em setembro, em que ele teria agredido barbaramente sua ex-esposa, a ponto de levá-la à morte dias depois.
A vítima, uma mulher identificada como Rosilane da Cunha Santos, de 29 anos, teve 70% do corpo queimado pelo suspeito, durante um incêndio criminoso, no dia 26 de setembro. A mulher morreu na última sexta-feira, 14/10, no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, em Manaus.
“Nós vamos acompanhar esse caso, não vamos aceitar caladas que em algum momento ele (o feminicida) venha a responder em liberdade. É mais um assassino, é mais um feminicídio que ocorre (no Amazonas)”, disse a deputada estadual Alessandra Campêlo (PSC), presidente da Comissão da Mulher, ao pedir um minuto de silêncio durante a sessão plenária desta terça-feira (18/10), na Aleam.
Barbaridade
De acordo com a polícia, o incêndio foi criminoso. Na ocasião, Ualas, que era ex-namorado de Rose Santos invadiu a residência, esfaqueou ela e o filho de 9 anos e, em seguida, ateou fogo na residência. O indivíduo não aceitava o fim do relacionamento. O indivíduo foi preso no município e posteriormente transferido para a capital.
A mulher ficou 19 dias internada e segundo o laudo do Instituto Médico Legal (IML), morreu em decorrência de uma infecção devido as facadas e queimaduras de 2º e 3º grau. Não há informações sobre o estado de saúde do filho do casal.
Estatísticas
O número de vítimas de feminicídio — assassinato de mulheres cometido em razão do gênero — caiu 1,7% no país em 2021, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. A análise tem como base informações das secretarias estaduais de segurança pública.
Em 2021, 1.341 mulheres morreram por serem mulheres, enquanto em 2020 o número de vítimas foi 1.354. A taxa de assassinatos por 100 mil mulheres era de 1,3 e passou a 1,2, uma queda de 1,7%.
Para a deputada Alessandra Campêlo, é preciso ampliar a rede estadual de proteção à mulher e envolver toda a sociedade nessa causa. Ela sugeriu projetos de lei e indicativos ao governo para criação de abrigos para mulheres ameaçadas por seus companheiros.
“Essa é uma luta não só das mulheres, é uma luta de mulheres públicas, de homens públicos, de governos, de parlamentos. É uma luta que a gente tem que enfrentar nacionalmente. A gente tem que aproveitar esse momento de crescimento das bancadas femininas em todo o Brasil para lutar juntas pelo fim da violência contra as mulheres”, concluiu a deputada.
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