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Mudança

Inflação prejudica mais as mulheres e pode agravar disparidade de gêneros

Relatório do Fórum Econômico Mundial aponta que das 146 economias pesquisadas e somente uma em cada cinco conseguiu diminuir a desigualdade de gênero

Divulgação

Apesar da ligeira melhora observada nos indicadores, a disparidade de gêneros continua assustadora em todo o mundo. Dados divulgados nesta quarta-feira (13) pelo Fórum Econômico Mundial apontam que serão necessários 132 anos para que homens e mulheres tenham as mesmas condições de vida, seja em termos de renda, seja de acesso à educação e à saúde e em participação política. Em relação a 2021, esse fosso diminuiu em quatro anos.

No Brasil, o quadro ficou estagnado, e o país aparece na 94ª posição entre 146 nações pesquisadas. Quando o recorte é a América Latina e o Caribe, o Brasil está à frente somente de Belize e Guatemala, em 20º lugar.

Segundo Saadia Hahidi, diretora Administrativa do Fórum, não bastasse a redução mínima na disparidade de gêneros, as mulheres passaram a enfrentar mais um desafio: a disparada da inflação. Como, em geral, já ganham menos que os homens, elas veem o poder de compra diminuir mais rapidamente. 

“A crise do custo de vida está impactando desproporcionalmente as mulheres após o choque das perdas do mercado de trabalho durante a pandemia e a contínua inadequação da infraestrutura de atendimento”

, disse ela, que vê as mulheres também como maiores vítimas de conflitos armados, como o na Ucrânia, e de mudanças climáticas.

Para a executiva, diante da fraca recuperação da economia, o risco de recessão global é cada vez maior, governos e empresas devem priorizar dois conjuntos de esforços: políticas direcionadas para apoiar o retorno das mulheres ao mercado de trabalho e desenvolvimento de talentos femininos nas indústrias do futuro.

“Caso contrário, corremos o risco de erodir permanentemente os ganhos das últimas décadas e perder os futuros retornos econômicos da diversidade”, afirmou Saadia Zahidi. 

Ela destacou ainda que o rendimento médio das mulheres encolheu 1% no ano passado e o dos homens, 7%. Por isso, a ligeira melhora nos indicadores. O ideal seria que a renda das trabalhadoras subisse mais do que a do público masculino de forma contínua.

O relatório do Fórum aponta que das 146 economias pesquisadas, somente uma em cada cinco conseguiu diminuir a desigualdade de gênero em pelo menos 1% no ano passado. Assim, embora ganhos tenham sido obtidos, a redução de apenas quatro anos pouco compensa o revés de toda uma geração registrado em 2020-2021, no auge da pandemia. 

Agora, pelos dados atuais, em vez de a paridade de gênero ser atingida em 2158, será alcançada em 2154, caos o mundo continue trabalhando lentamente nesse sentido. Os cinco países com menor desigualdade de gênero são, pela ordem, Islândia, Finlândia, Noruega, Nova Zelândia e Suécia. Já os com maior disparidade são Afeganistão, Paquistão, República Democrática do Congo e Chade.

*Com informações do Estado de Minas

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