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Gastos

MPAM pede suspensão de pagamentos para show de Wesley Safadão, em Novo Airão

Os cofres públicos estão nas mãos do atual gestor Roberto Frederico Paes Júnior

O município teria camuflado os gastos Foto: Reprodução

Novo Airão (AM) – O Ministério Público do Amazonas (MPAM) ingressou com Ação Cautelar em face do município de Novo Airão (distante 194 quilômetros de Manaus), requerendo a suspensão de qualquer pagamento referente à contratação do show do cantor Wesley Safadão.

A Ação foi protocolada na última quinta-feira (8), em caráter de urgência, pelo titular da Promotoria de Justiça de Novo Airão, João Ribeiro Guimarães Netto, e requer, também, a apresentação, no prazo de 48 horas, de toda a documentação referente à contratação do cantor, sob pena de multa diária no valor de R$ 5 mil reais.

No bojo das investigações surgiram informações de que o município teria camuflado os gastos, dividindo o pagamento de R$ 700 mil em 10 parcelas que já vinham sendo pagas pela Prefeitura.

“Oficiamos à prefeitura e eles não prestaram quaisquer informações. Sobre os eventuais pagamentos, soubemos, por meio da mídia, mas não é algo confirmado. Por isso, solicitamos que cautelarmente o juiz suspenda qualquer pagamento que possa estar sendo feito ao cantor ou a seu representante”,

informou o Promotor de Justiça João Ribeiro Guimarães Netto.

Críticas

O cantor Wesley Safadão foi contratado pela Prefeitura para apresentação na 23ª edição do Eco Festival do Peixe-Boi Foto: Divulgação

Conforme exposto pelo Em Tempo, os cofres públicos da cidade, cuja as chaves estão nas mãos do atual gestor Roberto Frederico Paes Júnior (PSC), iriam gastar a bagatela de R$ 70 mil por mês, em dez parcelas mensais, para cumprir o pagamento previsto ao artista nordestino.

Segundo denúncia apresentada ao TCE (Tribunal de Contas do Amazonas), as tratativas deste “negócio da China” foram iniciadas pela gestão municipal e a publicação do extrato da Carta Contrato nº 010/2022, realizada numa contratação direta. Ainda conforme a denúncia, o alto valor que será pago ao cantor, não pode ser realizado em detrimento da saúde, educação e infraestrutura da cidade.

No último dia 17 de agosto, a representação foi publicada no Diário Oficial do TCE e assinada pelo presidente da casa, o conselheiro Érico Desterro, que determinou um prazo de cinco dias para que o prefeito Frederico Júnior explicasse a corte sobre o valor pago a “Safadão”, o que não aconteceu.

Que transparência?

O conselheiro Érico Desterro também pontuou que não houve à devida publicidade nos procedimentos de licitação e na execução de contrato no Portal de Transparência de Novo Airão, desobedecendo à Lei de Acesso à informação (12.527/2011), além da Lei da Transparência e a Constituição Estadual.

Revolta

O caso não repercutiu bem entre os novo-airãoenses. A dona de casa Maria do Rosário, 35 anos, moradora do Igarapé-Açú, zona rural da cidade, disse que o dinheiro poderia ser empregado para o bem do povo. “Gastar dinheiro com show é não pensar no bem de Novo Airão. É a gente continuar nessa mesmice, sem avanços na saúde, educação e nossos filhos sofrendo. O que deu na cabeça desse prefeito? Ele tem problema? Esse homem me deixou indignada”, desabafa.

Mario Monteiro, 45 anos, comerciante, afirmou que nunca mais depositará o voto em Frederico Júnior, por conta do descaso do chefe do executivo com o povo e com a cidade.

“Votei essa vez e vem essa decepção tão grande. Esse negócio de que vai incentivar turismo, não cola. Como comerciante, trazer cantor nacional poderia ser até bom, mas nosso povo vai continuar tendo uma série de problemas e o artista vai embora curtir a vida boa dele e nem vai lembrar que existimos. Prefeito, você foi minha decepção. Meu voto nunca mais, mano. Nem da minha família”,

afirmou.

“O Frederico acha que o povo de Novo Airão tem um ‘pote de ouro’ para ficar bancando esses shows absurdos? Ele tem que explicar isso ao povo. Poxa, cara! R$700 mil é dinheiro para caramba. Dava para ajeitava um monte de coisas na cidade. Valeu Fred! Isso é um tapa na cara do povo”, comenta o pedreiro Lúcio Rocha, 30 anos, morador do bairro Remanso.

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