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Relatório

Exército não auxiliou na remoção de acampamento bolsonarista no AM, diz SSP e PGE

O Exército deixou que integrantes do movimento golpista entrassem individualmente no prédio, pouco antes da Polícia Militar desocupar o local, aponta relatório

Foto: Divulgação

Manaus (AM) – O Comando Militar da Amazônia (CMA) abrigou, na sede da instituição, pertences de manifestantes bolsonaristas acampados na frente do quartel. O Exército também deixou que integrantes do movimento entrassem no prédio, pouco antes da Polícia Militar desocupar o local. As informações divulgadas nesta segunda-feira (16), constam em documentos da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) e da Procuradoria Geral do Estado (PGE-AM) enviados à Casa Civil a respeito das ações realizadas durante a desocupação do acampamento.

A Polícia Militar e outros órgãos atenderam, no dia 9 de dezembro, a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) de desmobilizar o acampamento bolsonarista em frente ao portão do CMA.

No entanto, conforme informações do relatório produzido pelas forças de segurança, o Exército não se mobilizou para ajudar as Polícia Militar na desarticulação do acampamento.

A SSP informou no documento que o Comando Militar da Amazônia abrigou, para quem pediu, materiais e pertences usado pelos manifestantes do acampamento de forma temporária.

Outro ponto informado no texto é a permissão da entrada de integrantes do acampamento, de forma individual, no prédio do CMA, com o objetivo de realizar negociações. A ação vai contra o que foi acertado na reunião de gabinete de crise, a qual firmou que a negociação seria realizada pela Polícia Militar e o Exército.

A Procuradoria afirmou que as Forças Armadas não ofereceram “qualquer auxílio à Polícia Militar para cumprimento da missão”.

 “A Polícia Militar foi obrigada a atuar apenas com seus próprios recursos militares”,

disse o subprocurador Mateus Severiano da Costa.

Para o deputado estadual Sinésio Campos (PT) as informações relatadas pela PGE e SSP no documento enviado à Justiça Federal mostra uma situação “extremamente absurda”.

“Se teve objetos que os bolsonaristas entregaram para o exército para eles guardarem ou coisa parecida, é uma coisa extremamente absurda. Se esse caso realmente aconteceu a justiça deve agir. O que eles realmente gostariam? Eles gostariam que o Exército tomasse o poder. Esse caso precisa ser julgado, e precisamos manter as Forças Armadas com o seu papel que não é esse de dar suporte à golpistas”,

afirmou.

Já o senador Plínio Valério (PSDB) afirmou ao Em Tempo que não identificou “deslizes” na atuação do Exército para atender a determinação do STF para desmobilizar o acampamento bolsonarista em frente do CMA.

“Não vejo nenhum deslize na conduta do Exército, pelo contrário. O resultado mostra isso. Retirada do pessoal sem nenhum problema”,

disse.

Desocupação do acampamento

Em cumprimento à determinação do STF, as Forças de Segurança do Amazonas, juntamente com as equipes de segurança municipal, desmobilizaram o acampamento ocupado, por mais de 70 dias,  pelos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em frente ao Comando Militar da Amazônia localizado na Zona Oeste de Manaus.

“Nós estamos fazendo tudo de maneira pacífica, e vamos continuar fazendo isso. Já comunicamos ao Exército para que, após a retirada dos manifestantes, não permita o retorno para a frente do CMA”,

disse o general.

Participaram da ação: agentes da Segurança-Pública do Amazonas (SSP-AM), Polícia Militar do Amazonas (PMAM), Corpo de Bombeiros, Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran), Secretaria Municipal de Segurança Pública (Semseg), Conselho Tutelar, Procuradoria Geral do Estado (PGE), Polícia Federal, Exército, e órgãos municipais como Defesa Civil do município, Centro de Comando e Controle da Prefeitura, Secretaria da Mulher, Assistência Social e Cidadania, Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp).

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