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Mobilização

Políticos do AM movimentam-se para frear alta dos combustíveis

Políticos do Amazonas se posicionaram acerca da mudança de preços e já realizam mobilizações para minimizar o impacto do aumento para a população

Manaus (AM) – A Petrobras aplicou reajuste de 18,77% nos preços da gasolina, diesel e gás de cozinha em todo país, na última semana. Segundo a empresa os novos valores refletem principalmente a elevação do padrão internacional dos preços de combustíveis. 

Com o reajuste, a empresa informou que o valor de venda para as distribuidoras passa de R$3,25 para R$3,86 por litro da gasolina e de R $3,61 para R $4,51 por litro de diesel. Para o consumidor final, o valor de aumento chega a cerca de R$1,00 por litro de combustíveis que agora já registram valores entre R$7,19 e R$7,49. 

Políticos do Amazonas se posicionaram acerca da mudança de preços e já realizam mobilizações para minimizar o impacto do aumento para a população. O Senador Omar Aziz (PSD) utilizou suas redes sociais para criticar o aumento e salientar que a mudança pode gerar dificuldades em diferentes escalas para a população. 

“A alta nos combustíveis impacta diretamente na inflação, especialmente no preço dos alimentos. O brasileiro não aceita e não aguenta mais tantos reajustes”, escreveu. 

Aziz também informou que no dia do reajuste foram aprovados no Senado Federal, projetos de lei para conter os aumentos dos combustíveis. 

“Um deles pretende criar um fundo para estabilizar os preços dos combustíveis e do gás de cozinha, além de estabelecer um auxílio mensal de até R$300 para motoristas autônomos de baixa renda”, explicou. 

O Senador Eduardo Braga (MDB), informou que apresentou a proposta da criação de um vale-gasolina para os mais necessitados. 

“O mototaxista, o taxista, o motorista de aplicativo, nossos irmãos do interior do Amazonas, que conduzem seu barco com motor rabeta, não têm mais condições de pagar esse preço absurdo pela gasolina”, criticou. 

O deputado federal José Ricardo (PT), criticou o aumento e atribuiu a mudança à política adotada pelo Governo Federal de igualar preços nacionais com base em dólar. 

“Mais aumentos de combustíveis. A partir de hoje gasolina 18% mais cara, diesel 25% e o gás de cozinha  16%. Quem é o responsável? Bolsonaro e a política que ele adota de paridade com preços internacionais em dólar do petróleo. O Brasil não precisa disso. É autossuficiente em petróleo”, escreveu. 

O federal também criticou o posicionamento de parlamentares do Amazonas que apoiam o governo do presidente, que ele julga ser o principal responsável pelo aumento. 

“Tem deputado federal do AM que apoia Bolsonaro em desespero. O presidente aumentou de novo os combustíveis e o deputado tenta jogar a culpa no PT. Deveria denunciar a política de preços do petróleo atrelado ao dólar e os altos lucros da Petrobrás. Isso está aumentando os preços”, declarou. 

Aleam e CMM

Os deputados estaduais e vereadores, responsáveis pela criação de leis e fiscalização do executivo e governo, também têm se posicionado após o aumento de preços dos combustíveis. 

O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) atribuiu o aumento do preço à política adotada pela empresa, que prioriza e beneficia acionistas, e acaba prejudicando o consumidor final.

“O que interessa é que os acionistas ganhem dinheiro. Aumentou gasolina, diesel e o gás de cozinha e as ações da Petrobras cresceram 4% após o anúncio. O povo está trabalhando para os acionistas da Petrobras. Isto está completamente contrário da lógica de uma empresa estatal”, afirmou o deputado. 

A deputada estadual Mayara Pinheiro (Progressistas), criticou o aumento, afirmando complicar ainda mais a situação da população, que ainda tenta se reerguer financeiramente dos impactos sofridos pela Covid-19. 

“Total desrespeito, é a minha definição para aumento do preço dos combustíveis. Ainda ontem, logo após o anúncio do reajuste pela Petrobras, alguns postos já passaram a cobrar R$ 7,49 por litro, no Amazonas. É inaceitável que o consumidor pague quase R$ 1,00 (Um real) a mais. Um absurdo”, afirmou. 

Mayara também se comprometeu em enviar um requerimento ao presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (Progressistas/AL), solicitando urgência nos trâmites e votação, para que a redução dos preços nas bombas de combustíveis chegue ao consumidor o mais rápido possível. 

“Após a aprovação no Senado, nossa expectativa é de que, a Câmara dos Deputados, coloque o PL em pauta o quanto antes. Estarei enviando requerimento ao presidente da Casa, Arthur Lira, para que haja celeridade nas votações das medidas. Neste momento de crise econômica, o povo precisa do máximo de empenho de seus representantes”, disse. 

Na Câmara Municipal, o vereador Rodrigo Guedes (PSC), criticou o posicionamento das distribuidoras de aumentarem os valores, mesmo que não tenham sido abastecidos pelo novo valor. 

“Eles estão se valendo da informação pública da Petrobras, da imprensa e redes sociais para enganar o consumidor fingindo que estão comprando a preço mais alto e roubando a população. Em outras palavras, estão roubando o dinheiro do consumidor e isso é crime!”, escreveu. 

Guedes também ingressou com uma ação no Ministério Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) contra a cobrança abusiva nos preços que chegaram a R$ 7,49 na quinta-feira (10)  antes do efetivo aumento na venda da Petrobras às distribuidoras. 

“Farei tudo que estiver ao meu alcance para que haja punição! No resto depende dos órgãos, para que fiscalizem e ajam de acordo. Mas, independente de qualquer coisa, farei sempre a minha parte!”, disse.

O aumento 

Em nota, a empresa afirmou que a política de preços adotada leva em consideração o mercado internacional e que foi instaurada uma pressão para que os combustíveis em território brasileiro adotassem o piso do dólar. 

“A redução na oferta global de produto, ocasionada pela restrição de acesso a derivados da Rússia, regularmente exportados para países do ocidente, faz com que seja necessária uma condição de equilíbrio econômico para que os agentes importadores tomem ação imediata, e obtenham sucesso na importação de produtos de forma a complementar o suprimento de combustíveis para o Brasil”, informou.

Um dia antes do anúncio, o presidente da república, Jair Messias Bolsonaro (PL), declarou que ele não é o responsável pelo preço dos combustíveis. 

“No mundo todo aumentou (preço dos combustíveis). Eu não defino preço na Petrobras.Eu não decido nada, não. Só quando tem problema cai no meu colo”, declarou. 

Ele aproveitou o espaço para criticar as gestões passadas e afirmar que em breve o país presenciaria as problemáticas do endividamento.  

“Lula e Dilma interferiram nos preços da Petrobras, entre outras coisas. Endividaram a empresa em R$ 900 bilhões. A tendência é melhorar lá fora, mas vai ter problema de combustível no Brasil”, disse. 

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