Parintins 2022 Artistas indígenas movimentam Turistódromo com grafismo corporal A Amazonastur incluiu as pinturas tradicionais indígenas como um dos atrativos Em Tempo* - 24/06/2022 às 12:4624/06/2022 às 12:46 Parintins (AM)- Os grafismos indígenas feitos pelo grupo Ind’Arte Grafismo, composto por Thaís Kokama, Tuniel Mura e Jheyle Mura, adornaram os corpos dos brincantes de boi-bumbá que compareceram no Turistódromo, no primeiro dia de atividade do espaço da Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur), do Governo do Estado. Desde a abertura até as 18h da quinta-feira (23), mais de 300 atendimentos foram realizados pelo trio de artistas no espaço, dedicado aos turistas que estão em Parintins para o 55º Festival Folclórico. A Amazonastur incluiu as pinturas tradicionais indígenas como um dos atrativos visando a aproximação cultural, fortalecendo, desmistificando e valorizando ainda mais as raízes indígenas entre os não indígenas. Pela primeira vez em Parintins, a artista Thaís Kokama conta que seu contato com os grafismos foi incentivado pelo tuxaua Pedro Ramal, líder dos Sateré-Mawé, quando morou na aldeia Iambé, dos indígenas da etnia, localizada no Tarumã-Açu. “Eu já sabia fazer o jenipapo, e o meu tuxaua me incentivou muito. Eu comecei a praticar e eu fui aperfeiçoando meu dom e levando essa arte para Brasília, Goiânia, São Paulo e algumas aldeias de Manaus e entorno. Hoje eu trabalho levando a resistência cultural e reflorestando jenipapo para futuras gerações. Já plantei 80 mudas de jenipapo e estou com o objetivo de plantar 200 e levar esse trabalho pro Brasil todo. É um trabalho de resistência”, destacou. O trabalho de Thais Kokama, que descende das etnias Kokama e Sateré-Mawé, vem ganhando cada vez mais destaque com os grafismos corporais feitos com a tinta de jenipapo em diversos lugares do país. Segundo ela, receber o convite da Amazonastur foi uma honra, “pois valoriza o trabalho como indígena e como artista”. “Quando se fala em índio se esquece das diversidades de etnias, que nós somos vários povos e cada povo tem uma simbologia, uma pintura. Nesse evento a gente pode explicar para o povo parintinense, povo manauara, pessoas do Brasil todo e do mundo que estão aqui na ilha, a importância de a gente estar como resistência cultural, mostrando a nossa habilidade através do grafismo, além de ensinar e reeducar a população que desconhecia essa arte que é milenar”, destacou. Thaís explica ainda que o portfólio do grupo incluiu grafismos que ressaltam a fauna, flora e lendas amazônicas. “O grafismo corporal representa primeiramente o nosso meio de se conhecer. A gente selecionou alguns grafismos que simbolizam paz, harmonia, felicidade, prosperidade. Um que é de suma importância que é a Flor Guerreira, a sabedoria, outro que simboliza Tupã, que na minha língua é Deus. É família, aldeia e as folhas da sabedoria. A gente trouxe grafismos que possam estar conectados à família, ao festival e a tudo isso que acontece em Parintins”. O funcionário público Álvaro Cesar, que visitou o espaço da Amazonastur, já conhecia o trabalho de Thais Kokama e fez questão de entrar na longa fila para fazer sua pintura corporal. Para ele, a iniciativa de chamar uma artista nativa é estimável pois promove a cultura indígena. “Ela vem trazer toda essa bagagem cultural que enriquece ainda mais o festival”, ressaltou. Com atendimento gratuito, o Turistódromo está localizado em frente à Catedral de Nossa Senhora do Carmo, funcionando das 9h às 19h, e no domingo, das 9h às 17h. FOTOS: Tadeu Rocha/Amazonastur *Com informações da assessoria Edição Web: Bruna Oliveira Leia mais: “Galeras” fazem fila gigantesca para primeira noite de apresentações Conheça outros bois que animam Parintins Bois bumbás fazem últimos ajustes para festival Entre na nossa comunidade no Whatsapp!