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Violência

Ataques violentos a escolas já deixaram 6 mortos neste ano

Dados contabilizados pela Unicamp até maio de 2023 indicam que 36 pessoas morreram nas tragédias

Uma professora e dois estudantes ficaram feridos após ataque ao Instituto Adventista de Manaus . Foto: Reprodução/Google Street

No Brasil, houve pelo menos 30 ataques violentos a escolas nos últimos 21 anos (entre janeiro de 2002 e maio de 2023). Segundo o estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), 36 pessoas morreram nesse período, sendo: 25 estudantes (15 meninas e 10 meninos); quatro professoras; uma coordenadora; uma inspetora; cinco atiradores (suicídio).

O balanço não inclui o caso desta segunda-feira (19), em Cambé, no norte do Paraná, no qual um ex-aluno entrou atirando no Colégio Estadual Helena Kolody e matou uma menina.

Aumento de casos nos últimos anos

De 2002 até 2021, houve, no máximo, três ataques por ano a escolas brasileiras. Desde então, o ritmo aumentou significativamente: foram dez em 2022 (Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Ceará e São Paulo) e sete em 2023, até maio (São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas, Goiás, Ceará e Mato Grosso do Sul).

Motivações mais comuns: Segundo o estudo das pesquisadoras Telma Vinha e Cleo Garcia, os ataques a escolas são crimes movidos por ódio e/ou vingança. Podem ser gerados por ressentimentos, racismo, misoginia, extremismo ou aversão completa a uma pessoa ou grupo.

Consequências dos ataques: Toda a comunidade tende a sofrer danos depois de tragédias nas escolas, mostra a pesquisa. Alunos, professores e moradores do município enfrentam traumas, aumento expressivo de transtorno mentais, consumo exagerado de álcool e drogas, e risco de abandono escolar ou afastamento do trabalho.

Formas de prevenção: A solução para interromper a sequência de ataques não é a repressão, afirma Garcia, mas “uma mudança de cultura que deve se iniciar na escola, com programas de convivência que trabalhem a inclusão, o diálogo, o pertencimento e todos os assuntos que permeiam uma convivência com o diferente”.

O ataque cometido na manhã desta segunda-feira, 19, no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, no Paraná, que deixou uma estudante morta e outro gravemente ferido não é o primeiro cometido neste ano. Assim como ele, outros atos violentos também chocaram o País e motivaram pedidos de justiça e mais segurança no ambiente escolar.

Colégio Estadual Professora Helena Kolody em Cambé (PR)

Nesta segunda-feira, um ex-aluno entrou armado no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, alegando que solicitaria o seu histórico escolar. O município fica próximo da cidade de Londrina. O agressor foi imobilizado por um professor e, posteriormente, detido e encaminhado para Londrina.

Por meio das redes sociais, o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), considerou a tragédia como crime bárbaro. “A violência do brutal ataque em uma escola estadual em Cambé causa indignação e pesar. O assassino foi preso, será julgado e condenado pelo crime bárbaro que cometeu”, publicou.

O Colégio Estadual Professora Helena Kolody possui 41 turmas e quase 800 alunos ativos, segundo dados disponíveis no site da Secretaria da Educação do Paraná. A escola atende turmas de ensino fundamental e médio.

Escola Instituto Adventista de Manaus (AM)

Dois estudantes e uma professora ficaram feridos após um aluno promover um ataque à escola Instituto Adventista de Manaus (IAM), na capital amazonense, no dia 10 de abril. O agressor, um adolescente que não teve a identidade revelada, foi apreendido com armas brancas e um coquetel molotov, segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM).

No mesmo dia do ataque, a prefeitura de Manaus divulgou medidas para ampliar a segurança no ambiente escolar. A gestão Wilson Lima anunciou, na ocasião, a criação de comitê interministerial de segurança para aumentar o monitoramento das unidades da rede estadual de ensino do Amazonas.

Escola Estadual Doutor Marcos Aurélio em Santa Tereza (GO)

Um aluno de 13 anos entrou armado com uma faca na escola pública onde estuda e usou a arma para ferir duas estudantes, no dia 11 de abril, em Santa Tereza de Goiás, região norte do Estado. O agressor foi contido por uma professora, que não ficou ferida. As duas alunas feridas foram levadas para um hospital com ferimentos leves. O adolescente foi apreendido e colocado à disposição da Justiça.

O ataque aconteceu por volta das 8 horas, na Escola Estadual Doutor Marcos Aurélio, localizada na região central da cidade. O adolescente passou pela portaria levando uma faca. No interior do estabelecimento, ele sacou a arma e avançou contra outros alunos.

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