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Vingança

Padrasto que matou enteada afirmou que cometeu o crime com ódio da ex-mulher: ‘Foi ciúmes’

A declaração foi do próprio assassino, apresentado pela polícia na manhã desta terça-feira (30), durante coletiva de imprensa na sede da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS)

Foto: divulgação

Manaus (AM) – Um ataque de ciúmes foi a grande motivação para Carlos Alberto Paula Soares, de 36 anos, ter matado a própria enteada, Jennifer Vitória Magno Soares, de apenas 15 anos idade.

A declaração foi do próprio assassino, apresentado pela polícia na manhã desta terça-feira (30), durante coletiva de imprensa na sede da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), na avenida Autaz Mirim, Zona Leste de Manaus.

“Desde o dia que aconteceu isso eu venho chorando, não posso trazer a minha filha de volta, não tenho nada pra falar mal dela. Foi ciúmes porque ela [a mãe de Jennifer] postou foto com um rapaz com quem estava recentemente” ,

afirmou o criminoso ao ser questionado pela imprensa.

‘Cego’ de ódio, a vingança contra a esposa, Alessandra Magno, foi direcionada à jovem. Ainda durante a coletiva, o titular da DEHS, Ricardo Cunha, disse não acreditar nas declarações de arrependimento de Carlos Alberto e detalhou como se deu a prisão.

“Foi um crime realizado com requintes de crueldade e cheio de comoção social. Todo um sonho de uma jovem foi destruído por um motivo banal: o termino do relacionamento dele com a antiga esposa. Ela entrou em um novo relacionamento, passou a fazer publicações em redes sociais. No dia do crime, a jovem estava com ele, e Carlos Aberto viu uma publicação da mãe dela e atingiu o bem mais precioso da mulher, que era a filha”, relata.

Carlos Alberto usou de toda a esperteza para escapar da polícia, nestes exatos 29 dias. O criminoso se escondia em área de difícil acesso, na avenida Cosme Ferreira, bairro Coroado, Zona Leste de Manaus.

“Estava vivendo se passando como mendigo, numa área de mata. Porém, no dia de ontem [segunda-feira (29)], nós soubemos que iria pegar alimentos com a família. Foi montada esta operação para fazer sua prisão e, graças a Deus, deu tudo certo”, detalhou Ricardo Cunha.

No papel

A delegada adjunta da DEHS, Marília Campello, explicou que a vítima era registrada como filha no nome de Carlos Alberto e descartou a possibilidade de negligência da mãe, em deixar a garota visitar o padrasto, já que os dois tinham relação de pai e filha. Ela também disse que, após o homem matar Jennifer, começou a mandar mensagens para a mãe, afirmando que, ‘agora ela ia sentir dor’.

“Uma pessoa doentia. Apesar do relacionamento conturbado com a ex-mulher e dos ciúmes excessivos dele, Carlos nunca tinha praticado nenhum ato de violência contra a filha e por isso a mãe deixava que eles convivessem”, finaliza a delegada.

Relembre

Jennifer Vitória Magno Soares, de 15 anos, foi morta com nove facadas no pescoço, no dia 1 de agosto. A jovem passava uns dias na casa do ex-padrasto, que o considerava como pai, Carlos Alberto Paula Soares, de 36 anos, na comunidade Santa Inês, bairro Jorge Teixeira, Zona Leste de Manaus.

O homem conviveu com a mãe da vítima durante 12 anos e estava inconformado com a separação e, mais ainda, pela nova relação amorosa da mulher, sempre fazendo ameaças de que a mataria ou faria algo contra os ex-sogros.

Além dos golpes no pescoço, o corpo de Jennifer estava seminu. Imediatamente, o vizinho, que encontrou a vítima caída em uma poça de sangue e preferiu não se identificar, acionou a polícia. Carlos Alberto fugiu do local e mandava mensagens ameaçando a ex-mulher, colocando nela a culpa de ter matado a garota.

Especulações

Na época do crime, vizinhos que não quiseram se identificar afirmaram que Jennifer e Carlos Alberto estavam em um relacionamento amoroso há alguns meses e a vítima estaria interessada em outro rapaz. Com ciúmes, o ex-padrasto a teria matado. Essa hipótese já foi totalmente descartada pela polícia.

A hipótese da adolescente ter sido estuprada, já que o corpo foi encontrado seminu, não foi confirmada pelos policiais, devido ao exame de conjunção carnal não ter atestado a violação.

Chave de cadeia

O ‘padrasto assassino’ não era ‘peça fácil’. Tem passagem na polícia por tráfico de drogas e Alessandra Magno possui medida protetiva contra ele. Além disso, parentes da ex-mulher, que não quiseram se identificar, disseram que ele não trabalhava, tornando-se uma “dor de cabeça” para todos.

Acompanhe nas lives com o repórter Carlos Araújo:

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