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Pará

Fugitivos de penitenciária federal são recapturados e voltarão para Mossoró

Após 50 dias em fuga, os criminosos estavam no Pará, a 1,6 mil quilômetros do presídio

Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça fugiram do presídio federal de Mossoró em fevereiro. Foto: Divulgação

A Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal recapturaram nesta quinta-feira (4), em Marabá (PA), os dois fugitivos que haviam escapado da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. A recaptura ocorreu por volta das 13h30 desta quinta, após 50 dias de fuga, no Pará.

Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento foram presos, em Marabá, no Sudeste do Pará, fica a mais de 1.600 quilômetros de distância de Mossoró, após 50 dias em fuga. Um trajeto em “linha reta” entre as duas cidades passa por pelo menos cinco estados: além de Pará e Rio Grande do Norte, também por Ceará, Piauí e Maranhão – e, a depender do trajeto, pelo Norte do Tocantins.

“Na tarde desta quinta-feira, em uma ação conjunta das polícias Federal e Rodoviária Federal, foram presos, em Marabá (PA), os foragidos do Sistema Penitenciário Federal”, informou o ministério, em nota.
A operação envolveu o monitoramento de três veículos que, segundo as investigações, davam cobertura à fuga – ao todo, seis pessoas foram presas nos três carros. Um dos foragidos foi capturado pela PF, e outro, pela PRF.

Os suspeitos foram presos na ponte que atravessa o Rio Tocantins e nas imediações. A abordagem ocorreu neste local para evitar a fuga pelo rio. Com o grupo, foram apreendidos um fuzil com dois carregadores, dinheiro e oito celulares.

Integrantes do Comando Vermelho, Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 33 anos, tinham fugido do presídio no dia 14 de fevereiro.

Mendonça e Nascimento escaparam da penitenciária na Quarta-feira de Cinzas. A fuga foi a primeira registrada no sistema penitenciário federal desde que este foi criado, em 2006, com o objetivo de isolar lideranças de organizações criminosas e presos de alta periculosidade.

A unidade potiguar estava passando por uma reforma interna. Investigações preliminares indicam que Mendonça e Nascimento usaram ferramentas que encontraram largadas dentro do presídio para abrir o buraco por onde fugiram de suas celas individuais.

Trajeto entre a penitenciária federal de Mossoró (RN) e a cidade de Marabá (PA). Foto: Divulgação

Retorno ao Presídio Federal

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, disse à imprensa nesta quinta-feira (4) que os fugitivos Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça estavam “em um verdadeiro comboio do crime” quando foram encontrados por policiais da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal por volta das 13h de hoje em Marabá, interior do Pará.

Lewandowski confirmou, ainda, que os criminosos vão retornar para o Presídio Federal de Mossoró, de onde conseguiram fugir em fevereiro desde ano.

Na coletiva, o ministro informou que outras quatro pessoas estavam nesse comboio, fazendo a segurança e auxiliando no transporte dos fugitivos. Segundo Lewandowski, os criminosos foram recapturados após serem cercados em uma ponte na rodovia federal BR-222. Policiais federais e rodoviários federais fecharam os acessos da ponte. Ainda segundo o ministro, a operação aconteceu “sem que nenhum tiro fosse disparado”.

Ricardo Lewandowski reforçou, durante a coletiva, que o objetivo dos fugitivos era sair do país. E que estavam contando com ajuda de facções criminosas para isso. “Eles foram encontrados a cerca de 1600 km do local da fuga, o que demonstra que foram ajudados por criminosos externos, tiveram auxílio de comparsas e organizações criminosas às quais pertenciam. Eles estavam se dirigindo para o exterior.”

O ministro ressaltou o número de presos desde o início da operação de busca pelos fugitivos de Mossoró. “Importante dizer que, desde o começo, 14 pessoas, contando os detidos de hoje, foram presas envolvidas nessa fuga.”

Investigação

Nesta terça-feira (2), após um mês e meio apurando as circunstâncias da fuga, a corregedoria-geral da Secretaria Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, informou não ter encontrado qualquer indício de corrupção.

Segundo o ministério, em seu relatório sobre a responsabilidade de servidores da penitenciária, a corregedora-geral, Marlene Rosa, aponta indícios de “falhas” nos procedimentos carcerários de segurança, mas nenhuma evidência de que servidores tenham, intencionalmente, facilitado a fuga.

Ainda de acordo com o ministério, três Processos Administrativos Disciplinares (PADs) já foram instaurados para aprofundar as investigações sobre as falhas identificadas. Dez servidores são alvos desses procedimentos. Outros 17 servidores assinarão Termos de Ajustamento de Conduta (TAC), se comprometendo com uma série de medidas, como, por exemplo, passar por cursos de reciclagem e não voltarem a cometer as mesmas infrações.

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