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eleições 2022

Tribunal eleitoral poíbe campanha de Lula de ligar Bolsonaro a canibalismo

Magistrado afirma que recorte de reportagem configura grave descontextualização do tema apresentado

Bolsonaro aumentou os ataques as urnas após começar a cair nas pesquisas Foto: Reprodução

O ministro Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Paulo de Tarso Sanseverino determinou no sábado (8) a suspensão imediata da veiculação da propaganda eleitoral do PT que associa o presidente Jair Bolsonaro ao canibalismo. A decisão tem caráter liminar, devendo ser ainda aprovada pelo plenário da Corte, e acata pedido do presidente.

Sanseverino argumenta que o vídeo apresenta recorte de determinado trecho de uma entrevista concedida pelo candidato representante, capaz de configurar grave descontextualização.

“Na forma em que divulgadas as mencionadas falas do candidato Jair Messias Bolsonaro, retiradas de trecho de antiga entrevista jornalística, há alteração sensível do sentido original de sua mensagem, porquanto sugere-se, intencionalmente, a possibilidade de o candidato representante [Bolsonaro] admitir, em qualquer contexto, a possibilidade de consumir carne humana e não nas circunstâncias individuais narradas no mencionado colóquio, o que acarreta potencial prejuízo à sua imagem e à integridade do processo eleitoral que ainda se encontra em curso”, justificou o ministro.

O magistrado avalia que “a reportagem se refere a uma experiência específica dentro de uma comunidade indígena, vivida de acordo com os valores e moralidade vigentes nessa sociedade”.

Vídeo de 2016

Na propaganda, divulgada na TV e em outras mídias, a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva resgata uma entrevista de Bolsonaro ao jornal americano New York Times de 2016, em que Bolsonaro diz que “comeria um índio sem problema nenhum” e que só não provou a carne porque ninguém se prontificou a acompanhá-lo ao local onde, segundo ele, um indígena morto estaria sendo cozinhado por outros indígenas. “Morreu um índio, e eles estão cozinhando. Eles cozinham o índio. É a cultura deles”, afirmou Bolsonaro, ressaltando se tratar de uma característica do povo yanomami.

Na ação, o chefe do Executivo afirmou que seu rival na corrida eleitoral para o Planalto usou de “grave e intencional descontextualização” como “estratégia publicitária”.

Após a repercussão da propaganda, o presidente do Conselho do Distrito Sanitário Indígena (Condisi), o yanomami Junior Hekurari, afirmou à Agência Pública que o canibalismo não faz parte da cultura de seu povo.

Durante evento de campanha neste sábado em Campinas, interior de São Paulo, Lula citou a declaração de Bolsonaro. “Ninguém quer vir aqui [estrangeiros ao Brasil] com medo do canibal. Eu vi o vídeo dele dizendo que comeria um índio. Ele falou pro jornalista estrangeiro. Aquilo não é invenção, nós estamos informando o povo de como é o nosso adversário”, disse o petista.

*Com informações da Isto é

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