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Solidariedade

Instituto Mãe Raiz acolhe famílias atípicas e promove evento solidário para arrecadar fundos

Projeto funciona na capital amazonense desde 2017 e precisa de ajuda para pagar contas de aluguel, consumos e serviços

Instituto promove feijoada solidária em 25 de maio
Instituto promove feijoada solidária em 25 de maio. Foto: Divulgação

Manaus (AM) – Responsável por oferecer apoio emocional, jurídico e social para famílias atípicas do Amazonas, o Instituto Mãe Raiz do Brasil promove, no dia 25 de maio, um evento solidário denominado “Feiju Raiz”. A ação busca arrecadar fundos para pagamento de aluguel, contas de consumo e prestadores de serviços. Essencial para o equilíbrio familiar, o Instituto enfrenta graves problemas financeiros, comprometendo o pleno funcionamento do local.

A primeira edição do Feiju Raiz inicia a partir de 11h30 do dia 25 de maio, na Casa Luppi, localizada na rua Ferreira Pena, nº 139, Centro de Manaus. A feijoada custa R$ 20 e tem Wilsinho de Cima, Zé Mario, Fred do Cavaco, Wendel Pinheiro, James Rios, D’ lírios do Samba, Bateria da Aparecida e outros convidados com atrações. Interessados em ajudar por Pix podem apoiar através da chave: 29.537.118/0001-35. O QR Code para doações está na imagem ao lado.

De acordo com a coordenadora do Mãe Raiz, Ádria Barroncas, o projeto tem resultados positivos na vida de todos os pacientes atendidos, oferecendo serviços como: acolhimento, atendimento psicológico, atendimento terapêutico com práticas integrativas, atendimento social, orientação jurídica, chá terapêutico e atendimentos itinerantes.

“Nosso trabalho já é realizado desde 2017, tendo como resposta a ótima aceitação de todos os nossos assistidos, pois nosso trabalho é voltado a famílias PCDs e a famílias em vulnerabilidade social. Teve e tem um impacto muito positivo no seu seio familiar, pois damos a essas pessoas o direcionamento e o acolhimento necessário que elas precisam”,

destacou a profissional.
Foto: Divulgação

Com atendimentos gratuitos, o Instituto atende famílias tanto na capital quanto no interior, incluindo a comunidade que vive ao redor do Centro Histórico de Manaus.

“A quantidade de público varia de acordo com cada projeto. No último que tivemos, foram 480 famílias e hoje estamos finalizando o outro projeto com 150 famílias; fora a comunidade que atendemos quando buscam ajuda. Mas, em média, são 600 famílias na capital e interior”,

afirmou Barroncas.

Resgate necessário

Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação

Uma das vidas resgatadas pelo projeto foi a de Thalita Santos. Mãe de uma criança atípica de 7 anos, Thalita passou por um momento delicado de sua vida quando recebeu o diagnóstico de seu filho. Mãe solo, a mulher não conseguia reagir à situação, até conhecer Ádria.

“Há três anos, eu tive um problema seríssimo de saúde. Eu tive alopecia, tentei tirar minha vida, tive depressão, tudo causado pelo meu emocional, o estresse, porque eu não sabia como cuidar do meu filho, eu não sabia como prover o nosso sustento também. E, quando a Ádria chegou na minha casa, eu estava no escuro, eu estava sem luz, e estava perdida sem saber o que fazer. Uma outra mãezinha, que faz parte do projeto, entrou em contato com a Ádria, do Instituto Mãe Raiz, e ela apareceu na minha casa”,

relatou a beneficiária.

Para sair desta situação, foi necessária uma força-tarefa para abrir os olhos de Thalita e ajudá-la a sair da situação em que ela se encontrava. Entre rifas, apoio emocional e mudança de residência, a mãe atípica começou a mudar de vida com o incentivo do instituto.

“A Ádria me ligou, ela disse que estava passando para me pegar. Era um curso, foi a primeira vez que eu fui para o curso como uma convidada para conhecer. Fui encaminhada para o psicólogo, foi muito bom, para mim, ter um psicólogo, porque me ajudou a enxergar aquilo que eu não enxergava e, principalmente, meu potencial. A Ádria me dava ‘sacode’ e ela dizia assim: ‘você pode, você é capaz’. Eu tinha um complexo de inferioridade muito grande, de achar um medo de tudo, de uma frustração com tudo, de achar que eu não conseguia e que estava errado. Eu estava presa a um passado que eu tinha, com uma realidade, hoje, diferente. Eu tinha um menino e não conseguia prover para ele as coisas, então era uma frustração muito grande”,

contou.
Foto: Divulgação

Reconhecendo o papel do Mãe Raiz em sua vida, Thalita reafirma que, sem o auxílio recebido, a sua vida seria completamente diferente.

“A cada curso que eu fazia, eu me reinventava. Eu vendia tudo que eu aprendia no curso. Eu comecei a rentabilizar, comecei a fazer uma renda para mim. Mesmo não trabalhando, eu conseguia ter uma renda. A Ádria dizia para mim: ‘você tem a faca e o queijo na mão, você pode fazer’. Ela começou a precisar de tal coisa, levar o material, me dar uma ajuda pagando pelo serviço, me indicando para outras pessoas. Eu comecei a fazer, comecei a empreender com os cursos que eu aprendia, me renovando com o que eu sabia, e comecei a ver de maneira diferente para mim, para minha vida. Mas sem a terapia com psicóloga, eu não teria conseguido. Sem os cursos, das práticas interativas, eu também não teria conseguido pensar ou dizer que eu posso fazer isso”,

destacou Santos.

A assistência social também é oferecida no instituto. Pela viabilização do Mãe Raiz, Thalita conseguiu acesso a benefícios sociais e obteve conhecimento sobre a deficiência de seu filho.

“O Instituto Mãe Raiz me ajudou a conseguir receber o Bolsa Família, consegui ter conhecimento sobre o que é o autismo, de como lidar com meu filho, a buscar conhecimento sempre, a buscar inovação. Me ensinou a ser forte, me ensinou a acreditar em mim, me deu segurança”,

reiterou.

Esperança renovada

Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação

Quem também é assistida pelo instituto é Andrea Vieira, mãe de uma menina autista verbal de 9 anos. Para a responsável, participar das atividades do Mãe Raiz é uma experiência necessária para não perder sua essência.

“Ouvi falar do Instituto em meados de 2019 e comecei a ir para as terapias com psicólogas, e atividades integrativas. Foi um resgate em experiências encontrar com as pessoas que eu era antes”, contou Vieira.

De acordo com Andrea, as mães atípicas enfrentam desafios e julgamentos diários de pessoas que não são familiarizadas com os PCDs.

“Antes de ser mãe atípica, tinha muitos sonhos e ao virar mãe atípica, pensei que aquele sonho não iria mais concluir. Descobri um mundo atípico onde a sociedade nos julga e subjuga. O ponto de partida para enfrentar todos meus obstáculos foi o Instituto Mãe Raiz do Brasil, que me acolheu com muito carinho, no estado biopsicossocial, psicossocial e social, orientando em assessoria jurídica”,

destacou.
Foto: Divulgação

Orgulhosa do trabalho executado no instituto, Andrea Vieira é uma porta-voz das atividades do Mãe Raiz, sempre divulgando os atendimentos que são oferecidos no projeto, com o intuito de que mais famílias tenham acesso aos serviços.

“Hoje, com muito orgulho, comunico às comunidades atípicas que o Instituto Mãe Raiz do Brasil é o primeiro instituto a cuidar das mães PCDs , porque é sabido que quem cuida, precisa ser cuidado. Um instituto genuinamente amazonense com potencial enorme. Procuro dar meu melhor pelo Instituto Mãe Raiz do Brasil, que hoje também, como as demais instituições, depende de vendas de rifas e doações”,

finalizou a mãe atípica.

Foto: Divulgação

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