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Rio Negro continua descendo e supera recorde abaixo dos 13 metros em Manaus

Em 121 anos de medição é a primeira vez que nível das águas a fica na casa dos 12 metros

Foto: Ana Cláudia Leocádio

Manaus (AM) – O Rio Negro continua descendo em Manaus, após registrar a pior seca em 121 anos. No domingo (22), o nível das águas seguiu em queda no Porto de Manaus e hoje (23) atingiu a marca de 12,89.

O Rio Negro baixou o nível para 12,99 metros, no domingo (22). Em 121 anos, é a primeira vez que o nível das águas chega à casa dos 12 metros. Conforme a pesquisadora do Serviço Geológico Brasileiro (SGB), Jussara Cury, o nível continuara em queda em Manaus, apesar da estiagem já ter encerrado na calha do Rio Solimões.

Influenciado pelas águas do Solimões, o Rio Negro depende da subida das águas no Peru e na tríplice fronteira, onde está a cidade de Tabatinga.

“Há uma estabilidade nesse processo de subida, desde a região que alimenta o Solimões, como é o caso dos Andes e das estações monitoradas no Peru. [Elas] apresentam o mesmo comportamento. Devido às chuvas isoladas na região”,

disse Jussara.

Nove cidades do Amazonas são banhadas pela bacia do Solimões e representa 70% do nível de água para o Rio Negro.

“Mas, para que a gente saia deste cenário de estiagem e passe à estabilidade, e o processo de subida, que seria o início da cheia, precisamos também de chuvas distribuídas ao longo da bacia e isso ainda não aconteceu”,

disso.

Conforme as novas análises da pesquisadora, ainda vai levar tempo para o nível do Rio Negro se estabilizar em Manaus.

“Como os níveis da bacia estão muito baixos para a época, estão no intervalo das mínimas, vai levar um certo tempo para essa água que sai lá de cima, das cabeceiras, se distribuir ao longo da bacia”,

disse.

Efeitos da seca em Manaus

Cerca de 633 mil pessoas, já foram atingidas pela seca do estado do Amazonas, segundo o boletim divulgado pela Defesa Civil do Estado do Amazonas, no domingo (22). Das 62 cidades do estado, 59 estão em situação de emergência por causa da estiagem.

De acordo com a Defesa Civil, 158 mil famílias foram afetadas pela seca deste ano. Em razão da estiagem, o governador Wilson Lima decretou, em setembro, situação de emergência em 55 dos 62 municípios do estado.

No período de janeiro a 21 de outubro foram registrados 17.691 focos de calor no Amazonas. Somente em outubro, até o momento, foram 3.060 focos, mais do que o dobro do mesmo período do ano passado, quando foram notificados 1.200. 

Segundo dados da Secretaria de Educação do Amazonas, mais de 5,5 mil alunos em comunidades ribeirinhas foram impactados pela vazante dos rios. O acesso até às escolas, geralmente feito por embarcações, fica impossibilitado pelo baixo nível das águas e os estudantes precisam enfrentar longos percursos, passando por barrancos íngremes, para assistirem às aulas. Somado às altas temperaturas comuns nesse período do ano, comparecer às aulas escola se torna um grande desafio para os estudantes.

A estiagem também afeta as atividades em nove Núcleos de Inovação e Educação para Desenvolvimento Sustentável (Nieds) da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), que atendem aproximadamente 850 crianças e adolescentes em mais de 100 comunidades sitiadas em Unidades de Conservação (UCs) do Amazonas. Conforme relata o coordenador dos Nieds pela FAS, Rafael Sales,

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