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Operação Voz do Poder

Prefeito de Borba preso por corrupção tem histórico de violência e afastamentos do cargo

Prisão preventiva ocorreu nesta terça-feira (9), durante a Operação Voz do Poder

Reprodução/Redes sociais

O prefeito do município de Borba, Simão Peixoto (MDB), foi preso nesta terça-feira (9) pela Polícia Federal, durante a Operação Voz do Poder. Investigado por suspeita de manipular testemunhas em investigações sobre desvio de recursos públicos durante a pandemia de COVID-19, esta não foi a primeira vez que o representante do Executivo foi preso.

A operação analisa os indícios de divergências no contrato, falsificação dos recibos de entrega e pagamentos sem comprovação documental dos kits de merenda escolar, tendo em vista que os alimentos não continham ou possuíam quantidade reduzida de carne bovina do que foi acordado.

Desta vez, Simão Peixoto está afastado das funções públicas por 180 dias para a polícia realizar a coleta de provas. De acordo com a PF, a suspeita é que o prefeito tenha desviado recurso públicos destinado à compra de merenda escolar, em 2020, em meio a pandemia, além de haver evidências da realização de videoconferência com servidores intimados para prestar esclarecimentos na investigação, ofertando auxílios como tentativa de influenciar as testemunhas.

O histórico do prefeito apresenta denúncias de violência física e verbal, fraude e outros afastamentos do cargo. A lista de alvos de operações já envolveu a primeira-dama do município, Aldine Mirella, na Operação Garrote, que também investigou a suspeita de desvio de recursos públicos.

Trajetória

O prefeito foi eleito em 2020, enquanto era filiado ao Partido Progressita (PP). A mudança para o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) ocorreu em novembro de 2023.

No início do mandato, o prefeito passou a ser investigado pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) em razão de uma luta de MMA entre o ex-vereador Erineu Alves da Silva (PPS), o ‘Mirico’, e Simão Peixoto. O inquérito avaliou se a conduta poderia ser definida como ato de improbidade administrativa e de infração político-administrativa.

No segundo ano de sua gestão, em 2022, Simão Peixoto esteve envolvido em polêmica após agredir fisicamente o atual presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas e deputado estadual, Roberto Cidade (União Brasil), durante campanha eleitoral. Em nota, o prefeito afastado afirmou que estava sendo difamado pelo parlamentar nas redes sociais.

Após ameaçar “dar uma ripada” na vereadora de Borba enfermeira Tatiana Franco (PTB), ainda em 2022, o Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas (TJAM) concedeu uma medida protetiva contra o prefeito e o impediu de se aproximar da parlamentar. No ano seguinte, Simão Peixoto foi preso preventivamente por violência política de gênero.

O ano de 2023 ficou marcado por outros escândalos na gestão de Peixoto. No primeiro semestre, a investigação do Ministério Público do Estado do Amazonas, denominada Operação Garrote, apurou o suposto caso de desvio de recursos públicos. Foram alvos o prefeito, a primeira-dama Aldine Mirella, outros familiares, empresários e agentes da prefeitura, ao todo, foram cumpridos 11 mandados de prisão preventiva. Aldine e Simão foram considerados foragidos por mais de uma semana.

Simão Peixoto, que estava afastado do cargo, reassumiu o comando da Prefeitura de Borba, devido a uma determinação do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF 1). Anteriormente a isso, a Câmara de Vereadores do município conseguiu absolver o processo de cassação contra o prefeito.

Até a conclusão desta matéria, a Prefeitura do município de Borbas não respondeu aos questionamentos do Em Tempo.

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