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Candidaturas de negros, indígenas e mulheres ainda são minoria no Amazonas

O registro de candidatos indígenas, de pretos e de mulheres para o cargo de deputado estadual ainda é baixo no Amazonas

Foto: Divulgação

Manaus (AM) – Apesar da candidatura das chamadas “minorias” ter aumentado, em relação às eleições anteriores, o número de candidatas mulheres que disputarão uma vaga na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) ainda é inferior aos homens. O registro de candidatos indígenas e pretos para o cargo de deputado estadual também é baixo no estado.

Conforme os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) referentes às candidaturas a deputado estadual no Amazonas, dos 465 candidatos registrados, 139 são mulheres. O número representa 32% das candidaturas registradas. Em relação às mulheres negras, apenas 10 disputarão o pleito.

Desse grupo, há o registro da Michelle Barbosa Andrews, que representa a “Bancada das Manas”, a qual é composta por cinco mulheres negras. Caso a candidata seja eleita, ela dividirá a decisão com o restante do grupo. As principais pautas da bancada são: protagonismo das mulheres, defesa dos direitos humanos, direito das mães e das crianças e das comunidades e povos dos rios.

No total, há 27 candidatas e candidatos pretos para o cargo de deputado estadual no Amazonas, o que representa apenas 6,3% dos 465 candidatos registrados, conforme os dados do TSE. Já o número de indígenas candidatos é ainda menor: apenas 11 vão concorrer ao cargo na Aleam.

Representatividade

De acordo com o cientista político Carlos Santiago, a democracia representativa no Brasil não acontece de forma efetiva. Ou seja, ainda que as mulheres, por exemplo, sejam mais da metade da população brasileira, esse número acaba não refletindo no âmbito político, o qual é espaço de disputa de interesses de grupos da sociedade.  

“A representação política não existe no parlamento e nos governos. O tamanho do eleitorado feminino e da importância da mulher não são representados de forma equivalente na política, assim como não tem o negro e a negra nas casas legislativas e nos governos e nem os representantes indígenas no Amazonas. O estado com a maior população indígena do país sequer ter um representante na Assembleia Legislativa. Então, no Brasil o que temos não é uma democracia de fato representativa”,

disse Carlos Santiago.

Ainda que o número das chamadas “minorias” tenha aumentado nestas eleições, o cientista político Carlos Santiago ressalta a importância de os partidos investirem nestas candidaturas.

“Se os partidos não tiverem prioridades nas suas federações partidárias, como fornecer tempo de televisão, prioridade financeira e de espaço para conquistar votos, essas candidaturas não alcançarão êxitos esperados. É preciso ir muito mais além do que mais nomes de negros de mulheres indígenas, é preciso ter condições materiais e políticas para suas eleições, e assim conquistarem espaços nos poderes e nos cargos eletivos”,

explicou o cientista político

Indo no mesmo sentido, o cientista político Helso Ribeiro também analisa que o registro das candidaturas de mulheres, indígenas e negros não significa que, na prática, haverá a ocupação desses grupos nos espaços políticos.

“Eu adoraria ver no dia 3 de outubro, porque não basta aceitar candidaturas femininas, candidatos negros, candidaturas indígenas e não apoiar economicamente. Só para você ter uma ideia, já tem pessoas que me procuraram que não sabem para onde vão, porque não tem um real para tocar a sua campanha. Enquanto outros nadam em dinheiro, então acaba ficando desigual a disputa”,

afirmou Helso Ribeiro

Edição web: Hector Silva

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