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Vazante dos rios

Seca no Amazonas isola municípios e chuvas só voltam ao normal em dezembro, afirma Inmet

De acordo com a Defesa Civil do Amazonas, 89 mil pessoas já estão sendo afetadas com a vazante

Foto: Divulgação/ Defesa Civil do Estado do Amazonas

Manaus (AM) – O interior do Amazonas vem sofrendo desde o início deste ano. Primeiro, por causa da grande cheia dos rios, que deixou cidades alagadas e famílias desabrigadas. Após o período de enchente, o recuo das águas trouxe, novamente, prejuízos à população. A vazante trouxe impactos tanto às pessoas quanto à natureza e alguns municípios já decretaram situação de emergência, como Benjamin Constant, Tefé, Uarini e Manaquiri, nesta terça-feira (18).

Segundo a Defesa Civil do Estado do Amazonas, que realiza monitoramento diários da situação, cerca de 89 mil pessoas já sofrem com a escassez das águas no interior do estado e com a dificuldade no trajeto de embarcações. O órgão informou à equipe do Em Tempo que deve se pronunciar, nesta quarta-feira (19), para esclarecer o que será feito para amenizar o caos que se formou nesses municípios.

As águas desapareceram do rio Solimões, em Tefé, no dia 13 de outubro, e muitas pessoas já relatavam dificuldades para receber mercadorias que abastecem o município. O rio também é o principal meio de transporte da população para a capital e outras cidades.

Outras 17 cidades também estão em situação de atenção, segundo a Defesa Civil. Na Calha do Rio Negro, estão a cidades de Santa Isabel do Rio Negro, São Gabriel da Cachoeira, Barcelos, Novo Airão e Manaus. Já na Calha do Médio Amazonas, Itapiranga, Silves, Itacoatiara, Urucurituba e Autazes. Na Calha do Baixo Amazonas, os municípios em alerta são Urucará, Nhamundá, São Sebastião do Uatumã, Parintins, Barreirinha e Maués.

De acordo com o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Luís Mamed, essas mudanças climáticas se devem ao efeito do La Niña, que é o fenômeno climático-oceânico caracterizado pelo resfriamento das águas no Oceano Pacífico. Um dos efeitos é o aumento do volume de chuvas, bem como as secas e altas temperaturas. As regiões Norte de Nordeste são as que mais são afetadas.

“Eu diria que o maior culpado por essas mudanças climáticas é o La Niña. Ele vem atuando de forma fraca e intensifica, de vez em quando, fazendo com que essas condições realmente aconteçam sobre o Brasil, especialmente sobre a região do Amazonas”,

explica o meteorologista do Inmet.

Retorno das chuvas

Segundo o especialista, a previsão é que, nas próximas semanas, as chuvas cheguem com bastante intensidade, a partir de sexta-feira (21), no município de Manaquiri, amenizando a temperatura e provocando um certo volume nos rios que cruzam a cidade.

Já na cidade de Maués, no sudeste do Amazonas, também em situação de alerta, as chuvas não são favoráveis para esta semana, mas podem cair chuvas isoladas menos intensas no final do mês. O especialista informa ainda que as chuvas só irão acontecer de forma gradativa para os meses de novembro e dezembro.

“No mês de novembro e dezembro é que essas chuvas começam a retornar de forma gradativa. Especialmente ali no sudeste do Amazonas, onde está a cidade de Maués, a previsão é a chuva fique acima da média. Porém, a partir de dezembro é que as chuvas voltam ao normal para todo o estado”,

afirma Luís Mamed.

A maior seca registrada em Manaus deu-se no dia 24 de outubro de 2010, quando a cota atingiu 13,63m, faltando descer 3,75m para atingir a referida cota.

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