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Editorial

Até breve, Amazonino

Mesmo seus adversários políticos reconhecem que ele se tornou, sim, uma lenda

Foto: Divulgação

Quando alguém se vai, especialmente alguém de quem se gosta, ficam as boas lembranças. Os momentos ruins se perdem nas brumas do tempo e da memória. O que ficará do governador Amazonino Mendes, o Negão, na memória do povo amazonense? Quem foi esse caboclo de Eirunepé, advogado, que governou o Amazonas por três vezes, sem contar com a reeleição no segundo mandato, e administrou Manaus por três vezes, todas sem reeleição? O herdeiro de Gilberto Mestrinho, tinha, até no nome, um presságio de que se tornaria uma figura lendária da política amazonense. Mesmo seus adversários políticos reconhecem que ele se tornou, sim, uma lenda.

Quem viu o Negão em plena forma vai lembrar do maior herdeiro de Gilberto Mestrinho, um campeão de votos, afiado em debates, administrador público habilidoso. Megalomaníaco, dirão alguns. Em sua busca pela grandeza, Amazonino construiu o Bumbódromo de Parintins, criou a Universidade do Estado do Amazonas-UEA, urbanizou bairros de Manaus e deu a feição atual do conjunto arquitetônico da Praia da Ponta Negra. Populista, assistencialista, dirão outros. Amazonino criou o programa Leite do Meu Filho, distribuiu cestas básicas a milhares de famílias.

Quem só conheceu o Amazonino dos últimos tempos, vai lembrar do triste, mas folclórico, episódio do “então, morra!”, do monumento da Bola do Mindú, das derrotas eleitorais e do desgaste físico do Negão. Mesmo nesses momentos, Amazonino dirigia sua energia para questões altamente relevantes. A ocupação desordenada da cidade, às vezes em áreas de risco, a exploração comercial desordenada, ocupando passeios públicos, e o surgimento de lideranças novas na política local.
Amazonino não fugiu à luta, enfrentou os desafios de seu tempo e, como todos os grandes homens da história e cada um de nós o faremos um dia, se rendeu ao inexorável ciclo da vida.
Que o Amazonas saiba valorizar o legado de Amazonino e se torne o estado gigante que o Negão queria.

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