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Bolsonaro diz que pretende voltar ao Brasil “nas próximas semanas”

No discurso, Bolsonaro afirmou que, assim como tantos brasileiros que moram fora do país, também quer voltar

Boca Raton (Flórida) – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse neste sábado (11), que pretende voltar ao Brasil “nas próximas semanas”, durante um discurso a fiéis de uma igreja evangélica em Boca Raton, na Flórida. A grande maioria dos presentes na Church of All Nations (Igreja de Todas as Nações) era de brasileiros que vivem nos Estados Unidos.

No discurso, Bolsonaro afirmou que, assim como tantos brasileiros que moram fora do país, também quer voltar.

“Pretendo retornar ao Brasil nas próximas semanas. […] Pode ter certeza: a maioria do povo brasileiro está conosco”,

disse.

Ele afirma que sua “missão ainda não acabou” e que a direita brasileira não tem uma liderança nacional. “Temos regional, esse pessoal vai crescendo. Nós vamos nos fortalecer, nós voltaremos. A nossa vocação é ser mais que extensão. Na verdade, uma grande nação”, completou.

“Passamos a admirar de forma explícita a nossa bandeira nacional, começamos a falar em família tradicional. Começamos a entender pra onde estava indo o direito à propriedade, o respeito ao próximo”, disse.

Bolsonaro voltou a levantar dúvidas sobre o sistema eleitoral brasileiro lembrando que, em 2018, foi eleito no segundo turno, mas, em seu entendimento, “fui eleito no primeiro turno”. Em outro momento do discurso, o ex-presidente disse que não conseguiu se reeleger em 2022 “pelo menos diante do TSE [Tribunal Superior Eleitoral]”, seguido de vaias da plateia contra a Corte.

O ex-presidente também afirmou que “não interessa o que vem acontecer comigo aqui ou no Brasil, ou na forma como porventura algo acontecer”. Na última sexta (10), os ministros Cármen Lúcia, Edson Fachin e Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminharam dez processos contra Bolsonaro à primeira instância da Justiça por conta da perda do foro por prerrogativa de função.

Ainda durante o discurso, Bolsonaro comentou os atos de 8 de janeiro que levaram cerca de 1,4 mil pessoas à prisão, dos quais 916 seguem detidos no sistema penitenciário do Distrito Federal. Ele disse não concordar com a invasão e a depredação das sedes dos Três Poderes, mas que “a grande maioria [dos presos] não tem culpa de nada, e não é justo o que acontece com essas pessoas”.

Críticas ao governo Lula, Yanomamis e condução da pandemia

Ainda no discurso, Bolsonaro disparou críticas ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), comparando seu corpo ministerial com o do atual presidente.

“Compare os meus ministros com os atuais ministros. Muitos não são ministros, são réus. A conta, todos vão pagar. Até quem fez aquele L de ladrão”, disse.

Durante o discurso, Bolsonaro afirmou que seu governo sempre teve relações com outros países do mundo, principalmente Estados Unidos e Israel, em uma crítica velada às declarações do presidente Lula de que teria isolado o Brasil nas relações exteriores.

“[Também] bons contatos com Coreia do Sul, Japão, Itália, praticamente todos os países do mundo”, completou lembrando que ainda visitou a Rússia “na iminência de uma guerra para negociar o fornecimento de fertilizantes ao Brasil”.

Bolsonaro ainda comentou sobre a crise vivida pelo povo Yanomami, dizendo que há muitos interesses nas “riquezas” existentes nas terras demarcadas, de que há “uma tabela periódica debaixo da terra” no estado de Roraima.

“Uma região ourífera (sic), [de] riquezas imensuráveis. Se não tivesse riquezas lá, não seria demarcada terra indígena. Não há interesse em ajudar a população”, completou afirmando que 40% das terras estão em solo brasileiro e 60% na Venezuela.

Em outro momento da palestra, o ex-presidente citou sua política de combate à Covid-19, dizendo que “não errei nenhuma das minhas observações sobre a pandemia”, com uma sequência de aplausos dos fiéis presentes.

Disse, ainda, que talvez “tenha sido o único chefe de Estado do mundo que não exigiu a vacinação”, exaltando as análises do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças, agência estadunidense de proteção da saúde pública) sobre a vacina importada da Pfizer, uma das primeiras aplicadas na população brasileira.

*Com informações da Gazeta do Povo

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