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PERFORMANCE

Uýra Sodoma, estreia na 13ª Bienal Internacional de Arquitetura de SP

Apresentada pela primeira vez no Brasil no início deste ano pelo Museu Paranaense, em Curitiba, a performance na Bienal de São Paulo será a segunda em solo brasileiro

Foto: divulgação

Manaus (AM)- “A árvore que anda” é a forma mais ímpar de resumir o que representa a entidade híbrida Uýra Sodoma. Vivida pelo biólogo, arte educador e artista visual indígena contemporâneo Emerson Pontes, Uýra leva a performance “Ponto Final, Ponto Seguido” para a sua estreia neste sábado (4) na abertura na 13ª Bienal Internacional de Arquitetura, no Centro Cultural de São Paulo.

“Ponto Final, Ponto Seguido” estreou em Innsbruck, na Áustria e em seguida foi apresentada no Castello de Rivolli, na Itália. Apresentada pela primeira vez no Brasil no início deste ano pelo Museu Paranaense, em Curitiba, a performance na Bienal de São Paulo será a segunda em solo brasileiro. Sobre o que será apresentado, Uýra pretende trazer memórias da terra que foi coberta pelos concretos e pelo colonialismo.

“A performance reativa a terra coberta pelos concretos e imaginários coloniais. Uýra replanta um sistema de raízes, desenhando com terra sobre o cimento. É rezo, é Arte”, explica.

Uýra Sodoma – Foto: divulgação

Nascido em Santarém (PA) e residente em Manaus (AM), Emerson utiliza o corpo para levantar a temática da preservação ambiental e dos direitos LGBTQIA+ desde 2016. Por meio de suas performances, fotoperformances, falas, intervenções e instalações, o artista indígena leva ao público as sabedorias ancestrais e conhecimentos científicos da ecologia e os convoca a olhar as florestas presentes em toda a paisagem urbana.

“Uýra é uma entidade que conta histórias de diferentes Naturezas, tanto a natureza ancestral das coisas vivas em estado de liberdade, quanto esta “Natureza” estranha, das paisagens de violência, abandono e dor com as quais somos ensinados a encarar como “natural”, sobretudo nos espaços das cidades brasileiras”, disse Emerson.

Se destacando nos campos das artes e da moda , Uýra estampou a capa do editorial da Vogue Brasil (2019) e fez participações no Salão Arte Pará (2019), na VII Edição do Prêmio EDP nas Artes do Instituto Tomie Ohtake (2020), Imagens que Não se Conformam (aberta agora no Museu de Arte do Rio -RJ), e da vindoura exposição da 34ª Bienal de São Paulo, além de exposições programadas em 2021 na Holanda, Itália, Áustria, e em 2022 no Canadá. Sobre a sua trajetória, Emerson declarou que ocupar esses lugares é uma forma de demarcação coletiva de tudo o que representa.

Uýra Sodoma – Foto: divulgação

“Os locais de destaque dos mundos ainda não são feitos para pessoa como eu: indígena, trans, periférica e oriunda da região norte do Brasil. Ocupar hoje estes lugares é uma demarcação coletiva para os meus e minhas (gente parecida comigo), de que podemos sim, e com valor, ecoar nossas vozes e trabalhos aos mundos”, destacou.

“Travessias”, tema desta edição da 13ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, entende que a pandemia reforça desigualdades socioespaciais que já se estabeleciam, não só no país, como no mundo, compreendendo que essas estruturas sofrem fragmentações, tanto físicas quanto simbólicas, enraizadas nos violentos processos de colonização e apagamentos históricos. Como consequência, provocam inúmeras manifestações de opressão – como o racismo, o sexismo, o capacitismo e a colonialidade – no Brasil e em diversos territórios pelo mundo.

A proposta que dá nome à edição foi escolhida pelas intensas transformações geradas pela pandemia de COVID-19 em todo o mundo e que exigiu esforços intensos de organização das dinâmicas urbanas, sociais e profissionais pela sobrevivência.

Edição Web: Bruna Gabrielly Oliveira

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