eleições 2022 Governo dos EUA planeja enviar assessor para defender transição em caso de vitória de Lula A escalada de declarações de teor golpista do governo Bolsonaro tem gerado apreensão em Washington Em Tempo* - 29/10/2022 às 14:5829/10/2022 às 15:07 Presidente dos EUA, Joe Biden, acena ao deixar avião presidencial em Maryland, nos EUA Foto: Reuters O governo dos Estados Unidos planeja organizar a visita ao Brasil de um alto funcionário da Casa Branca para defender diante de autoridades brasileiras a realização de uma transição dentro da normalidade em caso de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL). A administração Joe Biden chegou a programar a viagem ao país, na semana logo após a realização do segundo turno, do conselheiro de Segurança Nacional Jake Sullivan. A agenda, no entanto, foi cancelada e deve ser remarcada caso Lula saia vitorioso neste domingo (30). Segundo uma pessoa com conhecimento dos preparativos, que falou sob condição de anonimato, o objetivo dos americanos é destacar com autoridades do governo Bolsonaro a confiança da Casa Branca numa transição de poder dentro da normalidade. Se for confirmada, a viagem de Sullivan ao Brasil será a segunda do assessor ao país. Em agosto do ano passado, ele liderou uma comitiva a Brasília para tratar de temas de segurança, cooperação militar e sobre o sistema eleitoral brasileiro. Em reunião com Bolsonaro à época, transmitiu a mensagem de que o governo Biden via as instituições brasileiras com a capacidade de conduzir eleições livres e justas —o presidente já liderava uma cruzada contra as urnas e o sistema de votação, lançando acusações infundadas de fraude. A escalada de declarações de teor golpista desde então tem gerado apreensão em Washington. Os americanos avaliam que o líder brasileiro adota um receituário trumpista, preparando-se para questionar os resultados em caso de derrota. Nos EUA, o então presidente Donald Trump não aceitou a vitória de Biden em 2020 e, em janeiro de 2021, insuflou apoiadores que mais tarde invadiram o Congresso numa tentativa de impedir a certificação do pleito. Outra preocupação dos democratas é que um movimento de questionamento das urnas possa gerar um processo caótico de transição, nos moldes do que a própria equipe de Biden enfrentou. Sem reconhecer a derrota, o adversário republicano só autorizou o início formal do processo de transição 16 dias após o resultado do pleito. *Folha de São Paulo Leia mais: Senado dos EUA aprova recomendação de romper relação com o Brasil em caso de golpe EUA pedirão que militares brasileiros respeitem a democracia Deputados dos EUA criticam interferência militar nas eleições do Brasil Entre na nossa comunidade no Whatsapp!