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Editorial

Brasileiro conservador

Cientista político Jairo Nicolau afirma que a tendência que permeou a campanha eleitoral de 2018 em favor de Jair Bolsonaro continua a preponderar

Para especialistas como o cientista político Jairo Nicolau, do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, o surpreendente placar do primeiro turno da corrida presidencial deste ano revelou um perfil conservador da população brasileira que precisa ser melhor analisado.

Autor do livro “O Brasil virou à direita”, o cientista afirma que a tendência que permeou a campanha eleitoral de 2018 em favor de Jair Bolsonaro continua a preponderar, desafiando aqueles que, com o raciocínio sociológico mais à esquerda, preferem qualificar o fenômeno como “uma onda”.

No entender de Jairo, a questão é profunda e transcende o fenômeno gerado a partir da indescritível interação política entre Bolsonaro e as comunidades evangélicas. Na verdade, enquanto as inconfiáveis pesquisas de intenções de voto acusavam que Lula liquidaria a fatura no primeiro turno, o atual mandatário crescia dentro de uma margem que não foi bem mensurada pelos institutos de pesquisas.

Como resultado do fenômeno, a extrema-direita avançou, vencendo inesperadamente em São Paulo e elegendo grande bancada de parlamentares ao Congresso Nacional. Neste momento de campanha em segundo turno, Lula ainda detém 6,1 milhões de votos à frente do Capitão liberal e o que está verdadeiramente em jogo são 9,9 milhões de votos. Para garantir vitória, Lula teria que segurar, com unhas e dentes, o total de votos de Ciro Gomes e Simone Tebet, da ordem de 8,5 milhões. Todavia, Bolsonaro tem condições de abocanhar dois terços desses votos. Quem duvida?

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