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Educação

André Zogahib, reitor da UEA, faz balanço do primeiro mês de gestão

Em entrevista, reitor apontou ações realizadas no curto período e fez balanço do início da gestão

Reitor completou um mês de gestão à frente da UEA. Foto: Arthur Castro/Secom

Manaus (AM) – O reitor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Prof. Dr. André Luiz Nunes Zogahib, completa nesta quinta-feira (19) um mês à frente da reitoria da instituição. Nesse curto período de gestão, um dos feitos, prometido durante a campanha, foi a quitação da dívida junto a 105 professores efetivos que aguardavam desde 2020 pelo pagamento referente às aulas ministradas em cursos especiais ofertados no interior do estado.

Em maio, o reitor também esteve nos Estados Unidos em busca de parcerias com universidades americanas. Brevemente, serão viabilizados intercâmbios no exterior, voltados para alunos da UEA que desejam aumentar seus conhecimentos em áreas como Biotecnologia, Negócios sustentáveis, Startups, dentre outras.

André Luiz Nunes Zogahib e Kátia do Nascimento Couceiro foram empossados em 19 de abril deste ano. Foto: Arthur Castro/Secom

Nessa entrevista, André Zogahib aproveita para falar, ao Em Tempo, sobre o que pretende fazer em prol da universidade ao longo dos quatro anos de gestão.

Entrevista

1 – Antes da sua posse, a universidade, assim como o Amazonas, já estava sofrendo ameaça em relação à redução do IPI. A sua posição é trabalhar para que a UEA amplie novas vias de financiamento, reduzindo a dependência do PIM. De forma concreta, como a universidade pode auxiliar na construção de novas matrizes?

R: São duas situações distintas: a UEA precisa buscar novas fontes de financiamento sim. E essas novas fontes passam por um diálogo com os governos dos municípios, onde podemos tentar verificar a possibilidade de termos uma parcela do ISS desses municípios ou de algum outro tributo. Também precisamos conversar com o Governo Federal para que tenhamos uma contribuição no Imposto de Renda ou algum outro tributo para que nós, assim como a Universidade de São Paulo (USP), tenhamos incentivo desse nível.

Com relação a auxiliar na construção de novas matrizes, existe dentro da área de aprendizagem tecnológica um conceito chamado tripla hélice, que é uma relação entre governo, empresas e universidade. De tal modo, esse tripé fundamenta a propulsão da criação de novas tecnologias que podem servir para gerar empregos e renda. Essas tecnologias são patenteadas e podem gerar royalties por sua utilização e comercialização. A universidade tem que estar envolvida nesse papel, no desenvolvimento dessas tecnologias por meio de pesquisas e do desenvolvimento de novos produtos que vão ser criados pela pesquisa de ponta. A universidade precisa desenvolver o ensino, a pesquisa e a extensão para que tenhamos como contribuir dentro desses aspectos.

2 – Uma gestão pública eficiente é iniciada já na fase de transição. Como esse processo vem sendo realizado?

R: Nossa gestão vem trabalhando na construção de um planejamento, já resolvendo problemas. Como eu digo sempre: estamos tentando colocar o barco em alguma direção, mas ao mesmo tempo, cuidando do barco para que ele navegue de maneira mais tranquila, levando-o a um bom rumo, que é o rumo de uma universidade que possa ser reconhecida nacional e internacionalmente. Essa navegação em busca de uma direção só será alcançada por meio de planejamento sólido, estruturado, metodológico e cientificamente bem-feito.

Cerimônia de posse aconteceu no Centro de Convenções do Amazonas Vasco Vasques, Zona Centro-Sul de Manaus. Foto: Arthur Castro/Secom

3 – As universidades estão sediadas no tripé “pesquisa, ensino e extensão”. De que forma o senhor pensa na universidade para os próximos quatro anos, aliada a este tripé?

R: A universidade precisa se estruturar. Temos que entrar num círculo virtuoso, gerando um ambiente de aprendizagem. Deve ser incessante a procura pelo desenvolvimento de novos saberes, que têm que ser levados à sociedade. Também é importante irmos atrás dos saberes das comunidades tradicionais e trazê-los para dentro da universidade. É um processo de mão dupla, onde queremos consolidar nossa universidade e aprimorar o ensino, a pesquisa e a extensão nessa via de mão dupla. Não podemos nunca ficar satisfeitos com o que temos. Precisamos buscar a melhoria contínua, criando um fluxo de desenvolvimento do conhecimento, da educação, do desenvolvimento econômico sustentável. Isso tudo deve ocorrer de forma muito integrada.

4 – Em sua posse, o senhor enfatizou uma gestão transparente e que manterá o diálogo com a comunidade acadêmica. De que forma será estabelecida essa troca?

R: Estamos buscando sempre divulgar as informações de maneira muito clara. Queremos construir uma prestação de contas dentro das perspectivas internacionais, da mesma forma como consegui fazer no período em que estive como presidente da AmazonPrev. Que tudo que nós façamos na gestão seja divulgável, auditável para que, a partir daí, a sociedade possa ter plena convicção de que os recursos da UEA estão sendo gastos da melhor forma possível.

5) Dentre suas propostas de campanha estavam a ampliação de acordos de cooperação com universidades brasileiras e do exterior. Já houve a primeira visita a instituições nos Estados Unidos. Qual o resultado desse contato inicial?

R: Estamos buscando enfatizar esses contatos para que cumpramos o papel da universidade, que é a troca de conhecimentos. Ela é necessária para que consigamos saltar em termos de tecnologia. Também é necessário a divulgação do conhecimento produzido na universidade e sabermos o que estão produzindo lá fora. Para isso, é importante internacionalizarmos o que produzimos e buscarmos a inter-relação com as grandes universidades do Brasil e do exterior. Dentro desse contexto, conseguimos conversar com algumas universidades da Flórida, em especial a de Miami. Estamos desenvolvendo uma parceria sólida para a estruturação de um Hub da UEA com a articulação da Usaid (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional). Assim teremos um ponto de relação Brasil-Estados Unidos que levará o nome da Universidade do Estado do Amazonas para o exterior a partir deste contato firmado em Miami.

Reitor quer ampliar contato de estudantes com instituições do exterior. Foto: Valdo Leão/Secom

6) Outro destaque neste primeiro mês de gestão foi o pagamento dos professores dos cursos especiais, que aguardavam por isso desde 2020. Existem mais pendências do tipo? O que o senhor e sua equipe estão planejando?

R: A ideia é que consigamos reestruturar as finanças da universidade e honremos com todos os atrasados que estão pendentes com relação ao plano de cargos e os dissídios. Então poderemos caminhar bem, sem comprometer o orçamento da universidade.

7) A redistribuição dos recursos voltados ao interior servirá para melhorar a infraestrutura das unidades da UEA nos municípios. Isso ocorrerá no seu primeiro ano de gestão?

R: Estamos trabalhando para ampliarmos, gradativamente, os investimentos no interior. A ideia é que consigamos fazer isso ao longo do primeiro ano de gestão. Acabamos de completar um mês na Reitoria da UEA e já conseguimos avançar em alguns pontos. Neste primeiro ano vamos iniciar investimentos mais contundentes no interior do estado do Amazonas.

8) Tem previsão para a realização de concurso público?

R: Ainda não foi definida uma data. Mas vamos reestruturar a universidade lançando concursos públicos para professor, técnico, laboratorista, auxiliar administrativo e as diversas áreas onde há necessidade.

*Com informações da assessoria

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