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SLACKLINE

Equipes se reúnem para prática do Slackline em Manaus; conheça a modalidade

Equilíbrio, concentração, resistência física e muita energia são os fatores mais importantes para um praticante de slackline

Foto: arquivo pessoal/Slackjungle

Manaus (AM) – Quem nunca se deparou com o grupo de jovens se equilibrando em uma fita presa em duas árvores? Equilíbrio, concentração, resistência física e muita energia são os fatores mais importantes para um praticante do Slackline.

Com o conceito de deixar mente e corpo em constante equilíbrio, por meio de uma atividade física prazerosa, desafiadora e ao ar livre, a modalidade é uma ótima opção para quem busca bem-estar e qualidade de vida. Incluindo também os amantes de esporte radicais e, a modalidade – que surgiu aos poucos nas praças de Manaus, no Amazonas –, é uma ótima alternativa.  

O slackline é uma atividade física executada em uma fita – ou corda, como alguns chamam – estreita e flexível de nylon ou de poliéster, presa em dois pontos fixos, geralmente montada a 30 centímetros do chão. Se comparado com uma corda bamba, na qual é esticada tão forte que fica estática, o slackline se conduz de forma contrária. Com a fita menos esticada, a prática se torna mais dinâmica por exigir um constante balanceamento. Os movimentos realizados na fita podem ser estáticos ou dinâmicos.

No decorrer dos anos, o slackline vem se desenvolvendo e conquistando muitos adeptos na capital amazonense. Além de ser uma atividade divertida, pode oferecer uma série de benefícios para a saúde mesclando o lazer com a prática esportiva. Como o esporte não é de alto impacto, as articulações são preservadas, mas também é notado um fortalecimento da musculatura como um todo.

Dentre os benefícios oferecidos, o slackline promove o equilíbrio, concentração, estimulação das capacidades cognitivas, melhora da postura, estabilização dos músculos, o aumento da força corporal e diminui o estresse.

Foto: arquivo pessoal/Slackjungle

Praticante da modalidade há 10 anos, Roosevelt Bezerra comanda o Slack Jungle. A equipe é formada por amigos que, após conhecerem o esporte, se apaixonaram pelos desafios e benefícios oferecidos pelo. Eles se reúnem no Centro Social Urbano (CSU) do Parque Dez, na Zona Centro-Sul de Manaus ou na Praia do Ponta Negra, na Zona Oeste da capital amazonense. No que depender do imprevisível clima manauara, o grupo se encontra quatro vezes na semana.

Fundado em março de 2012, o Slack Jungle reúne slackliners iniciantes e profissionais para praticar as mais diversas modalidades, como o longline, trickline, highline e waterline.

De acordo com Roosevelt, o equipamento do slackline – a fita e uma catraca para tencionar – é o mesmo utilizado por caminhoneiros nos carros de guincho, chamado por eles de “cinta de pressão”. Por influência do vizinho, que trabalhava com cargas, o fundador do Slack Jungle deu início às práticas da modalidade e logo de apaixonou.

“O pai do meu vizinho alugava mesas e cadeiras, e comprou esse equipamento para amarrá-las. O vizinho me falou que era o mesmo equipamento e comecei a praticar por meio dele. Com o tempo, aperfeiçoaram algumas coisas para o slackline, mas a catraca para tencionar as fitas ainda é a mesma. Foi assim que fui apresentado ao esporte, gostei muito e comprei o meu primeiro equipamento profissional. Como moro no Parque 10, chamei alguns amigos que já praticavam e o número de adeptos foi crescendo”, pontuou.

O que começou com uma reunião entre amigos, virou prática profissional. Após dois meses de atividades ao lado dos amigos, surgiu a ideia de montar uma equipe que, hoje conta com sete pessoas. Segundo Roosevelt, as pessoas que hoje integram o grupo não são as mesmas que iniciaram. A união entre outros grupos de praticantes também é destacada pelo esportista.

“Após dois meses de práticas constantes, decidi criar o Slack Jungle com alguns amigos. Muitos que iniciaram comigo criaram outros grupos, como o Mexa-se e o 092 Slack, mas todos andamos juntos. Todas as equipes se reúnem para treinar no CSU. Juntando dá umas 20 ou 30 pessoas”, destacou.

Adepta do Slackline desde 2014, a estudante de educação física e instrutora de pilates Raquel Ferreira Martins conheceu a modalidade por meio de uma reportagem televisiva e, como sempre foi adepta de esportes desse gênero, achou a prática interessante.

“Conheci o slackline por outro grupo aqui em Manaus. Depois conheci o Roosevelt da Slackjungle. Foi quando comecei a praticar praticamente todos os dias. Fiz parte da equipe, levando o esporte para as pessoas de forma gratuita”, destacou.

A melhora da saúde promovida pela prática do slackline abrange inúmeros aspectos, se tratando da obesidade, do sedentarismo, da autoestima, da confiança, do stress entre outros problemas, que afetam a qualidade de vida das pessoas. Um “estilo de vida” é como a estudante considera a prática esportiva. De acordo com Raquel, o slackline trouxe bem-estar físico e também psicológico para o dia a dia.

“Costumo dizer que o slackline é um estilo de vida. Como sou uma pessoa ansiosa, o slackline veio para ajudar. Não só na parte de atividade física, mas o bem estar psicológico. O esporte trabalha equilíbrio, controle da respiração, consciência corporal, força e flexibilidade. Por ser praticado em área livre, tenho contato direto com a natureza. O slackline mudou minha vida para melhor. Vale lembrar também das amizades que fiz, e de poder levar o esporte para outras pessoas. É bem prazeroso”, finalizou.

As competições de slackline são divididas nas categorias amador, profissional e iniciante. Com o intuito de divulgar mais o esporte, ainda pouco conhecido em Manaus, Roosevelt ressalta que já organizou alguns torneios na capital. Nas disputas entre os slackliners, são colocadas duas fitas seguindo as características de cada uma das modalidades.

Modalidades

O slackline consiste na realização de movimentos estáticos ou dinâmicos sobre uma fita flexível. Apesar de parecer simples, a atividade – que trabalha diferentes habilidades e atributos – é dividida por inúmeras modalidades com características próprias e métodos diferentes de desenvolvimento. Confira algumas:

  • Slackline (nível básico)

Para quem deseja iniciar no esporte, essa é a modalidade mais indicada. O objetivo consiste em atravessar uma linha de um ponto ao outro ou manter-se por um período determinado de tempo sobre uma fita sem cair.

  • Longline

É semelhante ao primeiro tópico, mas a distância do percurso é maior, o que resulta em um maior grau de dificuldade. Além de atravessar a fita de um lado para o outro, o objetivo do longline é preservar o equilíbrio, visto que a instabilidade aumenta conforme a fita é maior.

Modalidade longline – foto: arquivo pessoal/Slackjungle

long exige usa uma fita com comprimento, pelo menos, entre 20 e 30 metros. Menos estável, a corda requer maior equilíbrio, resistência e concentração para caminhar sobre ela sem cair ou tocar o chão. Por ser mais complexa para os iniciantes, essa modalidade é praticada por slackliners mais experientes.

  • Trickline

Essa é a mais popular de todas por ser a única que tem competição e, diante disso, atrai um público maior.  A corda deve ter entre 15 e 20 metros de comprimento e ficar, pelo menos, a 60 cm do chão — os mais radicais deixam a fita com altura média de 1,5 m — para possibilitar a execução de manobras com saltos, giros e piruetas.

Modalidade trickline – foto: arquivo pessoal/Slackjungle

Na trickline a fita utilizada é de 50 mm e catraca como sistema para produzir tensão contribuindo para manobras e movimentos diversificados, uma vez que acaba machucando menos, além de que a catraca produz mais tensão e menos esforço do que outros sistemas. Porém este tipo de fita é mais complicado em relação à de 25 mm, pois o movimento ocorre lateralmente movendo se no mesmo eixo o que ocasiona instabilidade. 

  • Highline

Considerada a modalidade mais radical e desafiadora do slackline, o highline é praticado nas alturas. Os principais locais para a prática do esporte são nas montanhas, prédios e pontes. Para ser considerado highline, a altura é de no mínimo 6 metros.

Por ser um esporte de risco exige-se uma segurança maior, como por exemplo, uma corda de apoio que passa por baixo da fita tencionada como cautela em caso de rompimento da fita principal, um boldrié ligado à corda reserva e a fita com uma corda de pelo menos 80 cm.

Modalidade highline – foto: arquivo pessoal/Slackjungle

O highline possui outra vertente mais desafiadora e perigosa chamada de freesolo, que é a prática realizada sem nenhum equipamento de segurança, por isso, o praticante tem que ser um atleta muito experiente e ter domínio sobre a fita, tanto fisicamente como mentalmente. 

  • Waterline

Nesta modalidade usa-se tanto a fita de 25 mm quanto a de 50 mm, sobre a água, ou seja, o medo de queda já diminui bastante já que temos a água como amortecedor de queda. Essa modalidade também é uma das mais antigas, o que a diferencia das outras é que não é só ter o domínio da fita e das manobras, cair também faz parte do pacote de diversão, e por ter a água como suporte você pode tentar movimentos inusitados sem medo de se machucar.

Modalidade waterline – foto: arquivo pessoal/Slackjungle

Pode ser feita em piscinas, rios ou praias. É a modalidade mais refrescante e descontraída, na qual podem ser realizadas diversas manobras do trickline.

Origem do esporte

O esporte surgiu no estado da Califórnia, Estados Unidos, em meados dos anos 80, por escaladores que resolveram esticar uma corda entre duas árvores ou pedra e tentaram caminhar de uma ponta para outra em busca de manter o equilíbrio.

O slackline é uma modalidade surgida usada como lazer pelos escaladores e também como parte de treinamento para melhorar o equilíbrio, a coordenação e a controle psicológico sobre o medo. Nele o corpo vai se adaptando a fita, na qual se deve andar tornando o repertório gestual refinado e estimulando a sinestesia.

No Brasil, a prática chegou primeiro no Rio de Janeiro, onde começou a conquistar seguidores em 2009. Atualmente, já é possível encontrar praticantes em parques de vários outros municípios.

Pauta e edição Web: Bruna Oliveira

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