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Eleição

Candidatura de pesquisadora aproxima eleição da primeira conselheira no Concultura

Professora Iná Rafael propõe medidas que valorizam a literatura amazonense

Foto: Reprodução/Instagram

Manaus (AM) – De eleição em eleição, o Conselho Municipal de Cultura (Concultura), no segmento de literatura, elegeu, todas as vezes, candidatos homens para o cargo de conselheiro. A ausência de mulheres em cargos de poder comprova a desigualdade sistemática que as mulheres enfrentam, em diferentes áreas.

A professora, pesquisadora e pós-doutora em Literatura pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Iná Isabel Rafael, está com candidatura para modificar esse cenário. Apesar das mudanças no contexto sociopolítico à nível estadual e nacional, a docente refletiu sobre a falta de representatividade efetiva de mulheres na política, mesmo quando há expertise, conhecimento qualificado e formação acadêmica.

“Eleger uma mulher ao cargo de Conselheira tornará o Conselho bem mais representado, visto que as inúmeras problemáticas sociais existentes na região atingem principalmente as mulheres, sendo elas crianças e adolescentes. É possível mudar esse contexto por meio da educação, das artes e da cultura”,

declarou.

As eleições para a representação da Sociedade Civil, que atuarão no biênio 2024-2025, ocorrem no dia 20 de fevereiro, das 9h às 17h, na sede do Concultura, na av. Sete de Setembro, Praça Dom Pedro II, Centro.

O edital dispõe sobre as regras para a participação tanto de eleitores quanto de candidatos ao cargo de conselheiros, que precisam ser de segmentos culturais, entre Teatro e Circo, Dança, Música, Artes Visuais, Literatura, Audiovisual, Cultura étnica e Cultura popular. As inscrições para votar ou se candidatar encerraram na sexta-feira (19).

Para a votação no segmento de literatura, estão aptos a votar os profissionais que atuam como autor, editor, revisor, designer, ilustrador, livreiro, crítico literário, jornalista e professores de literatura.

Entre as propostas para Literatura, Iná Rafael indica a criação de propostas de incentivo à valorização da cultura por uma educação pública antirracista, decolonial e insubalterna; o incentivo à produção, divulgação e publicação de obras feitas por artistas independentes; a organização de eventos que relacionem os diferentes segmentos artísticos; a proposta de políticas de amparo aos escritores locais para a publicação de obras; e, a promoção de espaços de apresentação de produtos oriundos da cultura popular.

A promoção de eventos, sobretudo que enfatizam o trabalho realizado por mulheres, já é efetivada pela professora. O 1° Encontro Municipal de Escritoras Manauaras, realizado em dezembro de 2023, no Casarão da Inovação Cassina, foi proposto por Iná Rafael e aprovado pelo edital ‘Manaus Faz Cultura 2023’.

Outros projetos realizados incluem: “Literaturas e Culturas Amazônicas: as mulheres na sociedade secreta dos seringais amazônicos”, “I Mostra Literária de Políticos Antirracistas” e “Literatura em quatro cenas – Feminismo e cultura por uma educação antirracista, decolonial e (in)subalterna”.

Para contribuir ainda mais com a literatura amazonense, a busca por equiparação do segmento às outras formas de arte e em áreas do conhecimento é um caminho fundamental. Para Iná Rafael, a oferta de suporte, seja político, econômico e físico, a partir de políticas de incentivo, para criações literárias de artistas independentes pode contribuir para o desenvolvimento da literatura no Estado.

Durante o processo de campanha eleitoral, a pesquisadora já definiu os passos para difundir a sua candidatura. “Pretendo divulgar em mídias digitais, reunindo com grupos de pesquisas e estudos, participando de eventos culturais, divulgando minhas produções em redes sociais e buscando parcerias com outros produtores culturais, tanto da região Norte quanto de outras regiões do Brasil”, disse.

Conheça a candidata

A professora, ensaísta e pesquisadora da cultura amazônica, Iná Rafael também é produtora cultural, assessora acadêmica, diretora da Amazônica Edições e líder do grupo de pesquisa Gremplexa (CNPQ/UFAM), desde 2014. Além disso, tem onze publicações de livros, entre eles, “Literatura: múltiplas abordagens”, “Expressões amazonenses na literatura” e “Processos e práticas socioculturais na Amazônia”.

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