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Preço do Diesel

“Ao meu ver essa medida é eleitoreira”, diz Serafim sobre a redução do preço do diesel

Alguns parlamentares do Amazonas, como Serafim Corrêa, entendem que a medida é eleitoreira

Foto: Divulgação

Manaus (AM) – A menos de 13 dias para as eleições, a Petrobras anunciou, nesta segunda-feira (19), a diminuição no preço do diesel para R$ 4,89. Conforme especialistas, a diminuição no preço internacional do petróleo é um fator determinante para a queda do preço do combustível, o qual tem sido divulgada com entusiasmo pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Para alguns parlamentares, ainda que exista um possível uso eleitoreiro pelo Governo Federal na redução dos preços do diesel pela Petrobras, a medida é importante e deve chegar até o consumidor final.  Outros entendem que a medida é claramente eleitoreira.

Um dos que percebe a manobra eleitoreira do Governo Federal é o deputado estadual Serafim Corrêa (PSB). Para o parlamentar, é o último “cartucho” do Governo Federal para impactar a seu favor nas eleições. Ao mesmo tempo, também destaca a importância da queda dos preços para os caminhoneiros.

“Lembrem-se que todos reclamavam do preço dos combustíveis e nada era feito. Com a proximidade das eleições, medidas foram tomadas. O diesel não baixava, embora o preço internacional estivesse baixando. E agora, 13 dias das eleições, ele baixa. É claro ao meu ver que essa medida é eleitoreira, mas é bem-vinda, porque isso alivia os caminhoneiros e, portanto, alivia o custo do frete”,

disse Serafim Corrêa.

O deputado estadual Dermilson Chagas (Republicanos) entende que caso exista uma intenção eleitoreira por trás da redução do preço do diesel, cabe aos órgãos competentes, como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), investigarem e julgarem o caso.

“Eu acredito que tudo que vem a beneficiar o povo é bem-vindo. Mas tem órgãos competentes para isso. Tem pessoas que devem analisar melhor essas políticas, esses anúncios porque está estabelecido em regra o que pode e o que não pode um governante fazer nesse momento”,

afirmou. 

Com a redução, o litro do diesel desce de R$ 5,19 para R$ 4,89 nas refinarias da estatal. Essa já é a terceira redução realizada pela empresa em menos de 50 dias. A nova mudança no valor passa a valer nesta terça-feira (20).

Em nota, a estatal informou que a decisão segue como base a política já adotada anteriormente com a prática de preços da Petrobras, a qual “busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio“.

A última alteração no preço aconteceu no dia 11 de agosto, quando o valor do combustível passou de R$ 5,41 para R$ 5,19, um corte de 4,07%.

Conforme a estatal, considerando a mistura de 90% de diesel A e 10% de biodiesel para a composição do diesel comercializado, o preço da parcela da Petrobras é de 4,47 para o consumidor, a cada litro vendido na bomba.

Essa última redução segue uma tendência da empresa na diminuição do preço. Apenas nos últimos 50 dias, o preço do diesel sofreu três quedas seguidas, durante a direção do 4º presidente da Petrobras Caio Paes de Andrade, no governo de Jair Bolsonaro. Os antigos presidentes foram demitidos em razão do aumento do preço dos combustíveis.

Redução do preço internacional do barril de petróleo

Conforme o economista Mourão Júnior, a razão para a redução do preço dos combustíveis nos últimos 50 dias decorre do cenário econômico mundial, o qual tem forte influência no preço do diesel e da gasolina no Brasil.

Isso porque, desde 2016, durante o Governo do Michel Temer, o Brasil adotou a Política de Preço de Paridade de Importação (PPI), que relaciona o preço de commodities como diesel e gasolina com base no comércio internacional do petróleo.

Atualmente, conforme Mourão, o preço do barril de petróleo sofreu uma queda, custando hoje menos de $ 90. Essa queda no preço do barril de petróleo acontece em um cenário onde o mercado teme a recessão e a diminuição do consumo.

“Então, vem provocando essa queda dessa commodity, e como a Petrobras segue um acordo feito desde o governo Michel Temer, de dar paridade do preço pelo preço da commodity do barril a nível internacional, ela repassa quando há aumento ou uma diminuição do preço como nós estamos vendo agora”,

explicou.

Nesse sentido, o economista enfatiza que pelo contexto de queda do barril de petróleo no mercado internacional, a Petrobrás também, por sua vez, reduz o preço do diesel.

“A resposta veio agora né com essa queda maior do barril de petróleo devido desse temor, dessa recessão na economia americana”, disse.

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