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Projeto de Jiu-jitsu

Projeto de Jiu-jitsu em Manaus pede ajuda para manter aulas para crianças carentes

Com dificuldades, o projeto 'Gerando Futuro' pede ajuda para continuação em Manaus

O projeto Gerando Futuro ajuda 70 crianças carentes. Foto: Arquivo Pessoal

Manaus (AM) – O esporte é um instrumento social para transformar vidas. O Instituto Gerando Futuro nasceu para esta finalidade: transformação de jovens e adolescentes por meio do esporte no Amazonas.

Coordenado pelo faixa preta Walkeniton Barker Modesto, de 37 anos, conhecido como professor Blau,  o programa surgiu para promover o jiu-jitsu para crianças carentes. O projeto passa por necessidades e pede ajuda para permanecer no bairro Educandos, na zona Sul de Manaus.

Com quatro anos de existência, o Gerando Futuro já mudou a vida de dezenas de crianças. O projeto começou dentro de uma igreja católica, quando a filha do Blau – que fazia aulas de reforço na instituição – convidou o pai para dar aulas em uma área esportiva. 

Foi no lugar que o projeto cresceu e se fortaleceu. No entanto, após uma mudança de administrador, o Gerando Futuro teve que mudar de lugar.

“Eu comecei a dar aula de jiu-jitsu e a gente foi se aprimorando e incentivando outras pessoas a participarem”, contou o professor Blau. 

O projeto atende crianças de 5 a 17 anos. Foto: Arquivo Pessoal

A solução que o idealizador do projeto encontrou foi continuar no prédio de uma delegacia abandonada, onde é atualmente, no Educandos. Ele passou a atender os mais de 70 alunos, que têm idades entre 5 a 17 anos. A inclusão no esporte também é bandeira levantada pela equipe, pois uma jovem com deficiência visual participa das atividades.

Pedido de ajudas e patrocínios

As crianças estão há um mês sem treinar devido a falta de tatame. Foto: Arquivo Pessoal

O projeto Gerando Futuro está ameaçado, pois a falta de insumos básicos para a prática do Jiu-jitsu não existe. O principal deles é o tatame, local onde acontece as lutas corporais. O material era emprestado e dono pediu novamente, com isso, as atividades da academia foram paralisadas.

O professor Blau conta o drama que estão vivendo por conta da falta do item. 

“Nosso tatame era cedido, e essa pessoa recolheu o material dela e ficamos sem treinar. Por conta disso, estamos há um mês sem treinar e à deriva”,

disse o professor Blau
O professor pede ajuda para que o projeto continue existindo. Foto: Arquivo Pessoal

A solução que Blau encontrou foi pedir doações para que consigam comprar um novo tatame e o projeto continue. O período de paralisão afeta o desenvolvimento de crianças que estão na modalidade.

“Pedimos doações para que a gente consiga comprar novas placas e continuar o projeto. Ele existe há quatro anos. Essas crianças estão sem treinar e sem fazer nada”, pede o professor,

destacou o professor.

O maior obstáculo no crescimento da academia é a falta de incentivo. Ele revela que tudo o que pode promover o projeto é emprestado e precisam devolver.

 “A gente já não tem o tatame e eu tenho o sonho de fazer uma merenda para as crianças, colocar elas em um campeonato. Então, não temos um incentivo nesse aspecto, o financeiro é zero. Nós não temos nem material de limpeza, e tudo o que a gente tinha era emprestado e hoje estamos sem nada”. 

Mudança na vida de crianças carentes

O Gerando futuro já mudou a vida de dezenas de crianças e tira elas das tentações do tráfico de drogas. Foto: Arquivo Pessoal

O nome Gerando Futuro surgiu da necessidade de trazer a oportunidade de um futuro melhor para a vida das crianças que adentram ao projeto. Totalmente social, e sem nenhum custo, a prática do jiu-jitsu já tirou muitas crianças da rua. 

O professor ressalta a importância do projeto na vida de muitas crianças. Ele colaborou para que os pequenos não fiquem deslumbrados com o feitiço que o tráfico pode trazer. 

“O projeto pode mudar ainda mais vidas, fazendo com que através do esporte a criança tenha um futuro, um foco, uma determinação de que pode mudar a vida dela, não só de saúde, mas financeiro também”,

aponta Blau.

O idealizador ainda destaca os objetivos do jiu-jitsu na vida de quem pratica. A criança pode desenvolver concentração, foco e determinação. Ainda é uma das formas de terapia para a saúde mental. 

“O jiu-jitsu vai além do esporte, ele é uma filosofia de vida. Hoje, o jiu-jitsu, pode ser usado como uma terapia. Muitos pais usam o esporte para trazer o benefício para aquela criança que ela é agressiva, para ela ter o autocontrole, para controlar os seus impulsos e focar”, afirma.

No entanto, Blau afirma que tem umas exigências fundamentais para os alunos participarem da ideia.  Para ele é essencial que as crianças estejam indo bem na escola.

“A criança tem que ir bem na escola, bem em casa, bem de saúde, está frequentando a escola, com pelo menos 95% de frequência, para poder está participando do projeto”.

O futuro

Uma das motivações de qualquer esporte é as competições, principalmente para aqueles que querem viver da modalidade que praticam. Para incentivar ainda mais as crianças, um dos grandes sonhos da academia é os atletas fazerem um grande campeonato amazonense. 

No entanto, apesar de terem grandes atletas, o obstáculo da falta de tatame, e a possibilidade de perder o espaço, tornam incertos os sonhos de levar essas crianças ao primeiro lugar do pódio.

O sonho de Blau é que o projeto cresça e mude a vida de mais crianças. Foto: Arquivo Pessoal

Daqui há 10 anos, professor Blau almeja que o projeto seja ainda maior do que é, e seja referência social na mudanças de vidas. 

Ele sonha em formar as crianças de hoje em grandes atletas, e abraçar novos pequenos, que possam se educar e crescer juntos, saindo da vitrine do tráfico de drogas. 

“O sonho não é só meu, é o sonho de todos os atletas. Quero continuar sendo um projeto social, eu não tenho um pensamento financeiro”, revela.

Como ajudar?

Muitos dos alunos não tem condições de comprar a vestimenta necessária. Foto: Arquivo Pessoal

Para continuar existindo, o Gerando Futuro precisa de ajuda. Muitas das crianças que vão treinar, por muitas vezes, vão com fome ou não têm o quimono, a vestimenta adequada para treinos.

Blau não consegue arcar com tudo sozinho e pede ajuda de amigos para que o projeto. Além do tatame, um item básico que é necessário, é um bebedouro. 

“Eu preciso que alguém se sensibilize com a nossa história e que possa nos ajudar com doação”, disse emocionado.

O professor ainda destaca que como é direcionado para crianças muito carentes, já presenciou diversas vezes elas indo treinar sem ter se alimentado antes.

“Trabalhamos com crianças muito carentes e sem subsídio. Aquilo que recebermos de doação, seja quimono ou merenda, vai ser muito bem aceito”.

Para ajudar o projeto a continuar existindo, as doações podem ser feitas no pix: barkerbjj@bfatim

Contato do professor: (92) 99951-3933

Edição Web: Bruna Oliveira

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